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Movimento Operário

PROFESSORES

Grupos de Estudos impulsionados por Professores Pela Base e Juventude as Ruas discutem teoria marxista e política para armar a luta pela educação a serviço da classe trabalhadora!

02 Nov 2012   |   comentários

Com o objetivo de fortalecer professores e estudantes com as armas da crítica necessárias para a nossa luta, a corrente Professores pela Base junto à Juventude às Ruas vem impulsionando grupos de estudo sobre educação e marxismo.

Com o objetivo de fortalecer professores e estudantes com as armas da crítica necessárias para a nossa luta, a corrente Professores pela Base junto à Juventude às Ruas vem impulsionando grupos de estudo sobre educação e marxismo. Sabemos que a pressão cotidiana do regime de trabalho que nos é imposto é para que os professores se tornem cada vez mais técnicos separados das reflexões teóricas. Esta separação serve aos objetivos do Estado de isolar os professores das principais decisões. Compreendemos que a educação na sociedade não é uma simples questão técnica, mas sim política!

Na Zona Norte de São Paulo, as professoras da Professores pela Base, estão impulsionando o grupo de estudos “Feminização do trabalho docente” onde estão discutindo o “Manifesto Comunista” de Karl Marx. O grupo foi pensado para refletirmos e enfrentarmos duas contradições: a primeira, uma categoria majoritariamente feminina com, proporcionalmente, poucas mulheres ativas na vanguarda; a segunda, a ideia funcional ao capitalismo de que a docência é uma atividade naturalmente feminina. A burguesia, apesar de ao longo do século XIX negar a educação básica ao proletariado pelo receio de dificultar sua dominação de classe, percebeu que precisava de uma classe trabalhadora que acompanhasse o avanço tecnológico para aumentar a produtividade do trabalho e o lucro. Essa pretensa “democratização” da educação nos marcos do capitalismo teria que ter um custo baixo e ao mesmo tempo não servir para fins iluministas (como ideário histórico da revolução francesa), a escola deveria ensinar o proletariado o suficiente para fazê-lo vender sua força de trabalho como uma boa mercadoria.

Entender as bases da dominação de classe imposta pela burguesia, nos ajuda a compreender como se manifesta hoje a opressão à mulher. O fato de carregar nas costas a dupla jornada de trabalho junto a toda ideologia e o Estado que não permite que as mulheres decidam sobre seus corpos e suas vidas são obstáculos para a organização política delas. A luta de classes como motor da história, e a transformação da burguesia de classe revolucionária, que desatou as amarras do feudalismo, em classe reacionária que subjuga o desenvolvimento da humanidade à lógica do lucro é um ponto chave para compreendermos tal questão. Mas a burguesia também produz o gérmen de sua destruição: a classe trabalhadora. Esta poderá transformar as dores da dupla exploração em combustível para mover a roda da história, soltando das algemas instauradas pela burguesia e o capitalismo a enorme potencialidade de desenvolvimento científico e social da humanidade. Queremos que este grupo contribua, com nossa tarefa cotidiana de politizar a vida, arrancar o véu que impedem as mulheres de ver os reais motivos da naturalização de sua dupla exploração que é perpetuada pelo capitalismo.

O grupo de Estudo em Campinas “Educação, escola e marxismo” procura refletir as contribuições do Marxismo para compreendermos o sistema educacional. O marxismo compreendeu desde cedo que a escola e o sistema educacional estão intimamente ligados ao Estado burguês, uma vez que cumprem o papel de estabelecer a divisão social do trabalho e tentar disciplinar ideologicamente jovens e trabalhadores. Nas palavras de Lênin a escola é “um instrumento de predomínio de classe nas mãos da burguesia” que deve ser, pelos trabalhadores, “transformado em instrumento de destruição deste predomínio”. Esta contribuição do marxismo evidencia que a luta por outra educação se combina e se confunde com a luta por outra sociedade. Isto é muito diferente das ilusões que os políticos das mais diversas estirpes tentam nos vender que a solução para os problemas do povo está no projeto “x” ou “y” para educação. A verdade é que a educação enquanto estiver atrelada aos interesses do lucro da burguesia só garantirá a cultura, o conhecimento e a ciência de forma utilitária e estratificada. Ou seja, apenas se servir aos lucros empresariais, à divisão da classe operária e ao disciplinamento alienante da população.

O grupo conta com a participação de professores das redes estadual de SP e municipal de Campinas, estudantes universitários e secundaristas. Tal composição é derivada de uma concepção de movimento onde os professores precisam estar do mesmo lado dos estudantes e aliados a amplos setores em luta da sociedade para ter vitórias. O movimento estudantil e de professores precisará construir conjuntamente com outros trabalhadores um programa de luta para toda educação em detrimento dos projetos capitalistas.

Nos dias 28, 29 e 30 de novembro ocorrerá a Conferência Estadual de Educação da Apeoesp. Queremos que estes grupos sirvam, também, como preparação para esta Conferência, pois consideramos que ela não pode ser um simples espaço de discussão sobre algumas questões sindicais pontuais enquanto os principais temas da educação nacional sejam decididas ás portas fechadas com os administradores estatais, os aliados da direção da Apeoesp no governo federal. Sabemos que nossas diferenças nas lutas com a direção da Apeoesp não são diferenças pontuais, mas fazem parte de toda uma concepção oposta sobre nossos objetivos. A tradição sindical representada pela Artsind, Artnova (ambas PT/CUT) e PcdoB, colabora com o Estado e o governo federal e por isso, para eles, quanto mais separadas estiverem as questões sindicais das políticas melhor. Achamos que nosso sindicato não deve ser conselheiro dos projetos educacionais falaciosos de Estado, mas sim um instrumento político de ação que demonstre que só os professores junto ao conjunto da classe trabalhadora poderá livrar a educação da economia capitalista e do projeto de privações para a maioria da juventude, trabalhadores e pobres.

 2ª sessão do grupo de estudos “Educação, escola e marxismo”, dia 10/11, as 14h30 na Casa de Estudos e Pesquisa Hermínio Sacchetta. Av. Anchieta, 51, centro, Campinas.
Para obter a bibliografia escreva para [email protected]

 A próxima sessão do grupo de estudos “Feminização do trabalho docente” que ocorrerá no dia 11/11(domingo) às 14 horas em São Paulo. Para obter mais informações, escreva para [email protected]

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