Terça 16 de Abril de 2024

Movimento Operário

CONGRESSO DA APEOESP

O sindicato precisa mudar! Expulsar a burocracia sindical e retomar o caminho das lutas!

07 Sep 2013   |   comentários

Em abril e maio os professores do estado e município de SP saíram as ruas para lutar contra as péssimas condições de trabalho e denunciar os governos estadual (Alckmin/PSDB) e municipal (Hadad/PT), mas as burocracias sindicais trataram de encerrar as greves antes que virasse um forte movimento unificado capaz de mostrar que a precarização da escola pública e do trabalho educativo perpassa todos os governos. A direção majoritária da Apeoesp, Bebel e companhia (Artnova/Artsind e PCdoB), encerrou a greve contra a decisão da maioria dos professores para que esses não se unificassem com os professores municipais fortalecendo o enfrentamento contra os governos.

Em seguida vieram as jornadas de junho mostrando que nossa luta era parte de um momento explosivo mostrando que o país não é mais o mesmo. Em todas as capitais se fazia o questionamento do uso das verbas públicas para a copa do mundo em detrimento da qualidade e verba pública para a educação e saúde. Apesar da demora das burocracias sindicais em unificar a luta dos trabalhadores com a juventude, no mês de julho os trabalhadores também entraram em cena. Mas infelizmente nosso sindicato se manteve apático. Na volta as aulas não foram poucas as vezes que escutamos dos professores: “imagine se nossa greve estivesse ocorrendo agora! Não teria Bebel que nos segurasse!”.

Neste dia 30 de agosto mais uma vez a burocracia sindical não permitiu que os professores se organizassem na base e paralisassem as escolas para se juntarem as mobilizações nacionais e assim como os professores do estado do Rio de Janeiro tomassem as ruas. Nenhuma assembléia foi convocada, o ato foi chamado apenas dias antes com anúncio na televisão e o sindicato só tem cantado vitórias que não existem. A escola segue a mesma, os professores categoria O precarizados, sem direito ao IAMSPE (Hospital do Servidor do Estado de SP) que segue no processo de privatização, jornadas de trabalho extenuantes, e para piorar a alternativa de aumentarmos nosso salário é submeter-nos a jornada de trabalho proposta pelo governo Alckmin, escondida atrás do novo concurso, de 65h semanais.

É neste contexto em que ocorrem as eleições dos pré-delegados por escolas, que participarão de uma plenária para votar os delegados para o Congresso sindical da Apeoesp. Nós da corrente “Professores Pela Base”, estamos participando deste processo discutindo em cada escola a necessidade de que o congresso seja um espaço verdadeiramente democrático de debate e que sirva para retomarmos as lutas contra a precarização do trabalho e da educação. Depois do mês de junho, se abriu um grande espaço para um movimento aliado a população em defesa da educação pública. Nosso congresso não pode perder a oportunidade de colocar os professores no caminho das lutas. Para isso, o sindicato precisa mudar e estar nas mãos dos professores e não de burocratas ligados aos governos e ao estado.

A burocracia sindical fará de tudo para que o espírito crítico dos professores lutadores não se expresse neste congresso. Estão boicotando a participação de muitos professores categoria O, que participaram ativamente da greve e enfrentaram o governo e a polícia à mando da burocracia sindical, impondo uma cláusula que limita a participação como delegados dos que não que tem mais de seis meses de sindicalização, indo contra o próprio estatuto do sindicato. Infelizmente a oposição que compõe a minoria da direção do sindicato, PSTU, PSOL, Conspiração Socialista se adapta à dinâmica onde as decisões são tomadas no CER (Conselho Estadual de Representantes) e desde que a greve terminou não travou uma luta séria antiburocrática.

A burocracia sindical hoje quer barrar as lutas para satisfazer os interesses do governo federal e as ambições eleitorais de seus partidos. Por isso é necessário expulsá-los, para que o sindicato seja um instrumento de luta onde as decisões sejam votadas pela base da categoria e não por alguns diretores que estão à anos fora da sala de aula e só defendem políticas traidoras. As bandeiras de nossa greve como a aplicação da jornada de 1/3 continuam presente e ainda assim, a situação política do país nos permite ir por mais e lutar pela efetivação de todos os professores, contra a terceirização e precarização do trabalho na escola.

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