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Movimento Operário

EDUCAÇÃO

V Conferência Estadual de Educação– politizar as escolas desde a base, lutar contra o governo e impedir a paralisia da burocracia sindical

15 Sep 2012   |   comentários

O maior sindicato da América Latina, a APEOESP, realizará no final de novembro a V Conferência Estadual de Educação, precedida por eleições regionais para delegados, que ocorrerão no dia 17/09. O processo de eleição que poderia impulsionar uma reorganização direta nas escolas para enfrentar o governo e sua política de precarização e privatização da educação, é barrado pela burocracia sindical da Artsind-PT/CUT e PcdoB/CTB. As atas não chegarem nas escolas, fraudes cometidas, e o clientelismo (garantir a viagem “gratuita” ao local da conferência, se votarem com a chapa 1 na plenária final) são práticas comuns. Hoje a categoria está desorganizada devido a uma combinação entre ataques do governo tucano, paralisia do sindicato controlado pela burocracia, que deposita a confiança na comissão composta junto com o governo, e em menor medida, pela adaptação da oposição (PSTU e PSOL) aos métodos e programa do setor majoritário.

No Brasil, a tão aclamada 6ª economia do mundo, e em São Paulo, o estado mais rico da federação, os governos tentam usar os professores como “bucha de canhão” para disciplinar a juventude trabalhadora para que se mantenha explorada e oprimida. Dizem que devemos “educá-los para a vida”. Como, se quem diz como a escola deve funcionar são as portarias e desmandos irrealizáveis do governo?

É preciso politizar a escola! Se a burguesia e os governos querem nos manter precarizados e reproduzindo o conteúdo que nos impõe, temos que nos organizar e dizer NÃO! Unificar a classe trabalhadora é uma tarefa central para os revolucionários do mundo todo para enfrentar a burguesia para que pague pela crise que tenta descarregar sobre as costas dos trabalhadores. Essa unidade também é imprescindível no dia a dia da escola.

O governo estadual segue com a política de nos dividir entre efetivos, F’s, O’s, além da terceirização nos setores de limpeza e merenda, e contratos temporários entre os funcionários. É impossível vencermos se não lutarmos pelo fim dessa divisão. Por isso defendemos de forma categórica a incorporação imediata de todos os temporários sem necessidade de provinhas e concursos. No entanto, a direção do sindicato e setores da oposição (PSOL e PSTU) defendem a estabilidade no emprego através do concurso público, ou seja, na prática é um programa que não responde ao problema da divisão, pois a própria condição precária de ensino, jornadas extenuantes de trabalho, faz com que muitos professores não consigam passar nos concursos, mesmo dando aula há anos.

A chapa 1, Art/Sind numa cartilha intitulada “Conversa sobre o plano de Carreira”, não faz críticas ao governo Alckimin e diz: “tem prevalecido entre os membros da comissão consensos importantes” e o “desejo de todos –governo e sindicato - de mudar a cara da carreira do magistério”. Este plano mantém a divisão entre efetivos e temporários, a prova de ‘mérito’, salários menores para os PEB I, e ainda não fala sobre a implementação da lei da jornada de 1/3 fora da sala de aula, nem em relação à formação continuada e defende a possibilidade de privatização da educação, como cursos de capacitação ministrados por instituições privadas. Mesma política do governo Dilma, que financia os grandes monopólios da educação.

É fundamental que nos organizemos, para atuarmos como sujeitos ativos em politizar a escola, em luta contra o governo e a burocracia sindical. Nós da corrente Professores pela Base, que nos candidatamos como delegados nas subsedes da Zona Norte, Campinas e Santo André, defendemos a unidade da categoria para enfrentar os governos contra a precarização do trabalho e em defesa da educação pública e de qualidade, exigindo o fim do pagamento da dívida interna (que chega a quase 50% do orçamento), que garanta o salário mínimo do DIEESE por 20 aulas, que todos os professores tenham direitos iguais, e que abra as portas para que a escola seja controlada pela comunidade escolar (alunos, professores, pais e funcionários) e não pelas normas ditatoriais das diretorias de ensino e seus mandantes.

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