Segunda 6 de Maio de 2024

Nacional

O segundo turno pode manter a “velha” polarização entre PT e PSDB

05 Oct 2014   |   comentários

Uma relativa reviravolta ocorreu nas últimas pesquisas divulgadas na tarde desse sábado. O senador e candidato a presidência pelo PSDB Aécio Neves, a um dia das eleições, aumentou sua votação e aparece tecnicamente empatado com Marina Silva (PSB), mas à frente na pontuação.

Uma relativa reviravolta ocorreu nas últimas pesquisas divulgadas na tarde desse sábado. O senador e candidato a presidência pelo PSDB Aécio Neves, a um dia das eleições, aumentou sua votação e aparece tecnicamente empatado com Marina Silva (PSB), mas à frente na pontuação.

Segundo os dados do Datafolha, Dilma aparece com 44% dos votos válidos, Aécio aparece com 26% e Marina com 24%. Desde a morte de Eduardo Campos (PSB), é a primeira vez que Aécio aparece à frente e caminha para o segundo turno, configurando uma importante derrota de Marina .

Com isso, voltamos a um cenário com menos novidades nas eleições nacionais: trata-se dos dois principais partidos do regime nacional (PT e PSBD, junto ao PMDB formam os pilares do regime) e caminha-se para uma possível vitória de Dilma Rousseff, que mantém uma boa margem de vantagem em relação à Aécio.

O elemento mais dinâmico dessas eleições era a candidatura de Marina Silva, a partir da morte do candidato do PSB Eduardo Campos. Marina ascendeu como “fenômeno” político com um discurso de “nova política” e enquanto surfou nessa ideia, Marina atraiu os votos de um setor da juventude e dos trabalhadores que a via como uma alternativa a derrocada que vem tendo o “dilmismo”, enquanto forma herdeira do lulismo de estabilização social com aumento de crédito e programas sociais para as massas, e que também não querem ver a volta da velha “privataria tucana”.

Em realidade, a própria Marina também é alta representante da "velha política", mas ainda mantinha uma forma que escondia esse conteúdo, que até meados da sua campanha não aparecia como velha política para as massas.

Mas Marina não resistiu aos debates com adversários, mostrando de conteúdo uma candidatura à direita de Dilma, com elementos neoliberais em seu programa. O fenômeno político desvaneceu e a candidatura de Aécio, como representante de um projeto “consequente” da direita, acabou por retomar força, podendo ir ao segundo turno no lugar de Marina.

Com isso, vence nas eleições a “velha política”, e nem a ilusão falaciosa de mudança, Marina Silva, conseguiu sobreviver. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje pela manhã que “corrupção é um tema que Dilma irá querer debater com Aécio”, anunciando que o debate será a contraposição entre o “mensalão do PT” com o “mensalão mineiro”, perpetuando-se os fortes elementos de degradação da democracia brasileira.

À esquerda desses candidatos, a candidatura de Luciana Genro parece ganhar um pouco mais de força nessa reta final, pautada principalmente nos debates sobre liberdades democráticas, principalmente direitos LGBTs. No entanto, avança em um partido já bastante questionado (PSOL) e diretamente, com a contradição profunda de ter recebido dinheiro de empresas (como monopólios como grupo Zaffari), repetindo os erros do PT. Já, Zé Maria do PSTU, parece que não chegará a 1% dos votos.

A velha polarização entre PT e PSDB nas eleições e o relativo fracasso da esquerda em apresentar uma alternativa, reafirmam a necessidade de um debate sobre uma nova alternativa de esquerda no país, que possa oferecer uma alternativa real de ideias de transformação social, nas diversas lutas da classe e na política para o conjunto dos trabalhadores do país.

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