Sexta 26 de Abril de 2024

Nacional

Movimentos sociais urbanos realizam dia de luta por moradia

19 Mar 2015   |   comentários

Nesta quarta feira, vários movimentos sociais urbanos reunidos na Frente Nacional de Movimentos – Resistência Urbana, realizaram uma jornada nacional de protestos.

Segundo os organizadores, rodovias e avenidas foram cortadas em sete estados, em mais de vinte focos de protesto. Os bloqueios se concentraram em São Paulo e Minas Gerais, mas aconteceram também na Bahia, Ceara, Paraiba, Rio de Janeiro e Paraná.

A principal pauta do protesto é o destravamento da terceira fase do programa minha casa minha vida, paralisado no contexto do ajuste fiscal do governo. Inicialmente a terceira fase do programa estava prevista para junho do ano passado. Segundo declaração de Guilherme Boulos, coordenador nacional do MTST para a Rede Brasil Atual, “A ação de hoje é um recado. Há uma insatisfação popular com o atraso nas políticas públicas, particularmente de moradia, e com o ajuste fiscal. Até o momento não houve sinalização do governo no sentido de atender. Ocupamos ministérios na semana passada e os andamentos para nós estão muito lentos. Por isso as ações tendem a continuar até que haja respostas concretas”.

Entre as reivindicações do movimento em relação ao programa do governo federal, está a mudança das suas regras, privilegiando a faixa de renda até 3 salários mínimos para 70% dos caos e realizando esses empreendimentos também em áreas centrais das cidades. O movimento também pede a ampliação dos empreendimentos geridos pelos movimentos sociais e não pelas empreiteiras. O que hoje acontece somente em alguns casos. Apesar de defender a continuidade do programa, em seu manifesto também é crítico ao governo: “O modelo de política urbana adotado pelo governo federal nos últimos anos privilegia abertamente o setor imobiliário - as construtoras, incorporadoras e os proprietários de terra urbana - que lucraram e lucram bilhões de reais.”

Setores da esquerda esquerda classista não concordam com essa reivindicação do programa Minha Casa, Minha Vida. Para Thais, delega sindical da Caixa Econômica Federal (banco publico que faz a gestão do programa) e formada em arquitetura, “o programa do governo está muito mais voltado para o lucro das construtoras do que resolver o problema de moradia popular”. Para ela, “essa parte específica que se refere às entidades, que tem acesso a uma parte muito pequena do orçamento total do programa, cerca de 1% apenas, acaba cumprindo um papel de legitimar todo o enorme volume de recursos que vai parar direto nas mãos das grandes construtoras. Fora o fato de que o governo também usa isso de uma forma bastante clientelista que busca controlar e atrelar os movimentos sociais à sua base . E o critério de seleção das entidades acaba tendo muito a ver com esse ponto. Ampliar esse sistema no quadro atual do programa só vai aumentar o atrelamento dos movimentos por moradia ao governo federal”

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