Domingo 5 de Maio de 2024

Movimento Operário

Ato classista em Congonhas

Contra o descaso esse é o nosso manifesto: queremos transformar a comoção em protesto!

01 Aug 2007   |   comentários

Foi com as palavras acima que na ultima quinta feira, 27 de Julho, dez dias depois do acidente com o Airbus da TAM, cerca de 50 militantes da LER-QI, estudantes do Movimento A Plenos Pulmões e trabalhadores da Previdencia, USP, Aeroviários, Judiciários, Metalúrgicos e Metroviários do MTC (Movimento de Trabalhadores Classistas) protestaram no saguão do Aeroporto de Congonhas.

Fizemos um pequeno, mas muito importante ato, depois de uma semana de panfletagens e colagem de cartazes que aconteceram também nos aeroportos de Guarulhos e Viracopos em Campinas. Foi um protesto contra os reais culpados, causado pela ganância de lucro e descaso dos empresários, e que conta com a conivência e participação do governo do ex-operário Lula da Silva. Contra todo o cinismo e ganância desenfreada dos políticos corruptos e dos empresários assassinos, nesse momento os manifestantes cantavam alto: “Do luto à luta, contra a impunidade, o governo e a TAM são os culpados de verdade” .

Falamos para os trabalhadores do check-in da TAM e da GOL, colocando que sua exploração, com baixos salários e trabalho árduo, somado à economia com manutenção e qualidade do serviço é o meio pelo qual essas empresas lucram bilhões. Frente ao acidente, que mais uma vez prova que o dinheiro da burguesia está manchado com o suor e o sangue dos trabalhadores, dissemos que a estatização do sistema aéreo e de todas as empresas, sob seu controle e administração é a única solução possível, pois eles não querem dinheiro em troca de sangue, os trabalhadores querem o serviço seguro e de qualidade, pois são os mais prejudicados quando esses “acidentes” acontecem. Por isso a palavra de ordem foi “Contra a impunidade e a privatização, trabalhador e passageiro pela estatização” . No check-in da TAM, os trabalhadores emocionados ao lembrarem de seus colegas mortos, foram obrigados pela chefia a sair do balcão e se afastar de nosso ato. Nossas palavras soaram perigosas aos ouvidos patronal.

Entre os trabalhadores, alguns concordavam com a cabeça, terceirizados aplaudiram e tiveram muito interesse no jornal do MTC. Denunciamos também que os controladores de vóo que avisam há meses do perigo tiveram como resposta prisão e perseguição da mídia e da CPI do parlamento burguês.

Frente à paralisia completa da burocracia sindical que não pode mover-se porque está atrelada por todos os laços aos interesses do governo e dos capitalistas da aviação, a tarefa da esquerda não deveria a verborragia na “CPI do apagão aéreo” como faz o PSOL ou se limitar a soltar notas na Internet como faz o PSTU, alegando que o centro de toda política é o plebiscito pela estatização da Vale. Cada dia em que a esquerda deixa de apresentar uma resposta aos trabalhadores é um dia a mais para que o governo, as empresas e a oposição burguesa o façam. É um dia mais em que um trabalhador da TAM se sente sozinho sob fogo cerrado da empresa e da mídia.

É preciso sim discutir a estatização da Vale do Rio Doce e de todas as empresas estratégicas do país. Mas no momento em que mais um acidente e duzentas mortes comovem todos os trabalhadores, a primeira estatização que deve ser discutida é a do sistema aéreo. Não só com notas na Internet, não com um plebiscito daqui a dois meses. É preciso discutir hoje e diretamente com os trabalhadores que acidentes como esse não podem se repetir e que a solução é o controle operário.

Chamamos a Conlutas e a Intersindical a organizar urgentemente, para ontem, uma campanha séria pela estatização do sistema aéreo, com atos, cartazes, panfletos, declarações e inserções na TV e Rádio. É para isso que tem de servir os deputados e senadores do PSOL e os sindicatos que dirige o PSTU.

PELA ESTATIZAÇÃO DE TODO O SISTEMA AÉREO SOB CONTROLE DOS TRABALHADORES!

EM DEFESA DOS CONTROLADORES DE VÔO! NENHUMA PRISÃO, NENHUMA PERSEGUIÇÃO!

Veja video no site do G1

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