Sexta 26 de Abril de 2024

Nacional

BASTA DE DEMISSÕES NA VARIGLOG

Unificar os aeroviários para defender os empregos e os salários

17 Jun 2008   |   comentários

As conhecidas denúncias de Denise Abreu, ex-diretora da Anac começou a soltar os podres do esquema
que garantiu a venda da Varig
“sem dívidas” ao fundo de investimento
norte-americano Matlin Patterson (MP), com o auxílio de laranjas, e posterior revenda para a Gol de “Nenê” Constantino.

Acusa o governo, em particular
a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef de ingerência no órgão regulador
e favorecimento do grupo de empresários “laranjas” sócios brasileiros da MP, comandado por Marco António Audi, através da empresa Volo.

Lap Chan, representante da MP, para entrar no jogo teve que lançar mão de laranjas brasileiros, e encontrou Marco Antonio Audi e Cia., também com histórico de atuar em falcatruas empresariais. Especialistas que são, enganam o próprio Lap Chan dando um golpe descarado na venda da Varig para Gol, desviando e repartindo grande parte da verba entre si, e é quando apareceram com carros blindados e novos apartamentos de luxo em seus nomes.

A MP, conhecida internacionalmente
como “fundo abutre” não pode ser dona efetiva da VarigLog, visto que a lei brasileira apenas permite
que o capital estrangeiro de uma empresa aérea não passe de 20%.

Com as revelações de Denise
Abreu apenas confirmamos as intenções do governo de repartir a sangria da velha Varig entre a TAM e a GOL, com a definição clara e agora tornada pública de que a TAM assumiria as rotas intercontinentais e a GOL as sul-americanas. Isso no que diz respeito ao transporte de passageiros, quanto à repartição da demanda e rotas de transporte de cargas, segue em aberto como será distribuído o mercado daqui em diante, onde entra a crise da VarigLog.

Dinheiro para os empresários e demissões para os trabalhadores

A VarigLog, que já possuía
em 2005 mais de 4.000 trabalhadores
diretos, foi desmontada desde a aquisição pelo MP e hoje somente conta com cerca de 1.000 funcionários. Nas últimas semanas foram feitas mais de 800 demissões em todo país, 250 só em Guarulhos,
todas pactuadas pela empresa e o governo Lula, através de seus agentes diretos e indiretos como a Anac e os sindicatos governistas da CUT e da FS.

Está claro que os trabalhadores
não só não podem contar com o governo para impedir que haja tantas demissões, mas devem enfrentar
a patronal e os sindicalistas governistas para impor uma saída própria dos trabalhadores, já que estão todos ligados por laços de corrupção.

Não cansaremos de relembrar
os milhares de trabalhadores demitidos desde a posse deste atual governo para que não haja dúvidas sobre sua responsabilidade: Varig, Sata, BRA, Pantanal AirLines e, mais recentemente, OceanAir e VarigLog. Esta última empresa os trabalhadores, especialmente os de Guarulhos.

Contra as demissões, estatizar a VarigLog sob controle dos trabalhadores

Já é conhecido por várias organizações de esquerda e por alguns
sindicatos combativos que os trabalhadores da Variglog de Guarulhos
têm se mobilizado contra o processo de demissões e contra a quebra da empresa, apesar da falta de apoio e divulgação da luta por parte dos sindicatos da CUT e da Força Sindical. Esses sindicalistas nada fazem, deixam isolados os trabalhadores
das diversas empresas, não há nenhuma campanha de coordenação
dos trabalhadores aeroviários
no aeroporto de Guarulhos. Os trabalhadores, nas empresas, ficam à mercê dos patrões, muitas vezes nem sabem o que ocorre com os companheiros de outras empresas.

Os trabalhadores da Variglog, da Oceanair e demais empresas devem exigir dos sindicatos que façam uma campanha em todo o aeroporto de Guarulhos, divulgando
as ameaças patronais e as lutas dos trabalhadores para defender o emprego, os salários e os direitos. Não se pode mais ficar isolado, lutando
cada um por si.

É preciso que os sindicatos divulguem com cartazes e folhetos as ameaças patronais e os processos de luta ’ como as assembléias de trabalhadores em várias empresas ’ que se iniciam para unificar todos os aeroviários da VarigLog com os seus colegas das outras empresas. É possível e necessário exigir que os sindicatos convoquem um Encontro
Nacional de representantes dos trabalhadores da Variglog de todas as unidades do país para se reunirem
e decidirem como lutar contra a quebra da empresa e em defesa do emprego para todos.

Um plano de luta que unifique os trabalhadores de toda a Variglog, em cada aeroporto, deve começar lutando para garantir o pagamento regular dos salários e benefícios, mas objetivando garantir o emprego
e não aceitar qualquer plano de demissão voluntária. Porém, é necessário levantar uma estratégia de fundo para a crise da empresa, pois a disputa entre os empresários só pode levar à quebra da empresa
e demissão em massa. Por isso, os trabalhadores devem obrigar os sindicalistas da CUT e da Força Sindical ’ que apóiam e fazem parte
do governo Lula ’, que exijam do governo a nacionalização da Variglog, para que seja administrada
pelos trabalhadores com vistas a constituir uma empresa aérea de carga a serviço dos interesses dos usuários e dos trabalhadores, acabando
com a gestão mafiosa dos gringos da MatlinPatterson, os Lap Chan, e os empresários brasileiros que tudo fizeram para falir a Varig e ficar com a Variglog.

Os trabalhadores poderiam lutar e exigir do governo Lula que os Correios incorporem a VarigLog unificando as duas empresas em uma grande empresa nacional postal
e de transporte de cargas, sem pagamento de qualquer indenização
aos capitalistas aéreos, inclusive
confiscando os seus bens para garantir os direitos trabalhistas dos milhares de demitidos que aguardam
sem esperança.

Trabalhadores da VarigLog de Guarulhos paralisaram

O “exemplo de Guarulhos” tem aparecido como referência de resistência já que nas outras bases a burocracia sindical tem ditado o ritmo das mobilizações.
As notícias que temos é que onde há sindicatos organizados pela CUT, como Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife, há uma movimentação, porém nada espontânea que pressione os sindicatos. Sabemos que em assembléia um dia antes os trabalhadores dessas cidades, segundo os burocratas sindicais, votaram
“esperar Guarulhos” .

Já em Guarulhos, na assembléia do dia 6/6, a disposição dos trabalhadores
era mais em torno de protestar contra o novo atraso dos salários do que contra
as demissões e em solidariedade aos companheiros demitidos que estão lá fora sem receber. Nas primeiras horas somente os supervisores estavam dentro da empresa logo com a troca de turnos, alguns trabalhadores foram embora outros
entraram direto para a empresa assustados pela movimentação da polícia. Havia uma fila de mais de 20 caminhões cargueiros ao redor da empresa e era para garantir a entrada deles que a polícia foi acionada pela gerência.

Houve até um inicio de conflito quando a PM (em 8 viaturas, armados com o “kit choque” militarizou a empresa) e os burocratas sindicais nada faziam pra retirar a polícia de lá.

A paralisação foi de oito horas, pois é nesse pico que saem todos os Vóos cargueiros. paralisação foi muito importante para mostrar a real disposição dos trabalhadores de resistir aos ataques patronais e demonstrar que estão dispostos
à luta pelo emprego, apesar das direções sindicais.

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