Segunda 29 de Abril de 2024

Internacional

Contra a ofensiva militar israelense sobre Gaza e a Cisjordania, todo apoio à luta do povo palestino!

03 Jul 2006   |   comentários

O exército israelense vem desferindo nos últimos dias uma brutal ofensiva ao povo palestino. Dezenas de tanques e soldados israelenses tomaram Gaza, reprimindo ainda mais os que ali vivem. Aviões israelenses têm sobrevoado os territórios palestinos semeando o pavor, atingindo universidades e centrais de energia. Como se isso não bastasse cerca de 22 pessoas já foram mortas em ataques aéreos. No dia 29 de junho o governo de Israel prendeu mais de 30 membros do Hamas, todos integrantes do governo da Autoridade Nacional Palestina. Como pretexto para estes ataques o primeiro-ministro de Israel Ehud Olmert utiliza-se do seqüestro de um soldado israelense por grupos da resistência palestina, que buscam trocá-lo por alguns dentre as centenas de palestinos que estão literalmente apodrecendo nas cadeias israelenses.

Israel, desde sua fundação em 14 de maio de 1948, se sustenta promovendo a matança e condenando à miséria todo povo palestino que, arrancado de suas terras e com o direito elementar de se constituir como nação usurpado, não teve outra alternativa a não ser resistir bravamente contra a reacionária ocupação. Desde 2000, quando irrompeu a segunda Intifada, se aprofundou o discurso da burguesia sionista e do imperialismo que denominam “terroristas” todos os palestinos que se levantam legitimamente contra o estado de Israel.Hoje, frente à atual situação torna-se ainda mais claro que o reacionário discurso semeado pelo imperialismo e pela burguesia sionista, e reproduzido pelas burguesias mundo afora, de que a “paz” virá com “reconhecimento da legitimidade de Israel por parte do povo palestino” , significa na prática a manutenção do “direito” de Israel de dominar e dos palestinos de baixar a cabeça.

Após uma política sistemática de promover o boicote dos recursos destinados à Autoridade Nacional Palestina ’ política também levada à frente pela União Européia e os EUA - na tentativa de desestabilizar o governo do Hamas, o governo israelense inicia agora esta ofensiva com o intuito de forçar aquele a “reconhecer a existência de Israel” . Dessa maneira, o seqüestro do soldado não passa de uma mera desculpa para que Israel consiga atacar o governo do Hamas.

O Hamas subiu ao poder no início deste ano como uma resposta do povo palestino à corrupção e à submissão ao imperialismo do presidente Mahmoud Abbas e do Fatah. Apesar de manter em seu programa o não reconhecimento de Israel é uma direção burguesa e heterogênea, que busca estabelecer um estado teocrático alimentando enfrentamentos que têm como base a religião, e não a questão de classe. Alguns de seus membros ocupantes do alto escalão do governo já vinham dando no último período declarações dúbias sobre a possibilidade de retrocederem em relação a Israel. Se isto não se efetivou foi muito mais fruto das contradições que se abririam com a base armada desta organização, do que pelo caráter combativo dos membros de sua direção. Porém, frente a esta ofensiva intolerável de Israel nos posicionamos pela soltura imediata de todos os presos integrantes do Hamas, e de todas as outras organizações palestinas. Defendemos a vontade do povo palestino, que elegeu o Hamas ao governo, contra as ameaças e chantagens do imperialismo norte-americano e seu sócio, Israel. Defendemos ainda o direito irrevogável do povo palestino de se armar e resistir à ocupação e matança promovida por Israel. Chamamos a todas as organizações políticas de esquerda, sindicatos, juventude, e movimentos sociais a se unificar em torno de uma campanha contra esta ofensiva sobre o povo palestino.

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