Domingo 5 de Maio de 2024

Internacional

PARA SABER MAIS

Grécia: mais uma revolução esmagada com o aval do Stalinismo

16 Dec 2008   |   comentários

Como vimos, a tradição de luta
da classe operária e da juventude
grega não vem de hoje. Em plena II
Guerra Mundial desenvolveu-se em
1943 uma fortíssima resistência armada
operária e camponesa contra a
invasão alemã. Na época a monarquia
patrocinada grega pela Grã-
Bretanha havia instaurado a ditadura
do general Metaxas, que se caracterizou
por uma crueldade contra os
trabalhadores e o povo sem limites.
Assim, a resistência à invasão alemã
rapidamente virou suas armas em direção
ao governo do rei Jorge II e de
Metaxas. A resistência grega ganhou
proporção tamanha que obrigou o
primeiro-ministro britânico Churchill a
se encarregar pessoalmente de esmagar
o levante operário-camponês
grego, mostrando a demagogia do
discurso dos imperialismos “democráticos”
de que sua motivação na II
Guerra seria o combate às ditaduras.
No caso da Grécia tornou-se evidente
que a “democrática” Grã-Bretanha
não hesitou um segundo em combater
“os que estão sem dúvida contra
o Rei e favoráveis a uma república” .

A derrota do levante operáriocamponês
que Churchill definiu como
o que poderia ser “a vitória aberta do
trotskismo” , contou com a colaboração
inestimável da burocracia stalinista,
tal como antes havia ocorrido
na Revolução Espanhola. Em 1944
já contando com o compromisso da
burocracia stalinista de que não interviria
em favor das massas gregas,
Churchill vai à Grécia e ajuda a vencer
os trabalhadores, que ainda sem
contar com nenhum apoio da URSS
combate em Atenas contra as tropas
do governo por 33 dias. A orientação
dada por Moscou para os comunistas
gregos é de considerar o rei Jorge e os
metaxistas como “aliados democráticos” ,
e os dirigentes que participaram
da resistência foram chamados a capitular
frente à Grã-Bretanha.

Como já citamos na apresentação
do livro Guerra e Revolução
[1]: “Stalin inaugura na Grécia o primeiro
ato do pacto com o imperialismo
inglês e norte-americano que
depois será legitimado, no final da
guerra, nos acordos de Yalta. Como
atesta o próprio Churchill ”˜...Stalin
aderiu e cumpriu lealmente o acordo
de outubro conosco e durante
todas as longas de semanas de luta
contra os comunistas nas ruas de
Atenas não se viu uma só palavra de
reprovação nas páginas dos jornais
do PC russo, Pravda nem Izvestia” .
Esta colaboração de Stalin foi fundamental
para que a saída da II Guerra
Mundial tenha sido marcada não
pela derrota do capitalismo, mas
pela sua sobrevida, que hoje mergulha
o mundo inteiro em mais uma de
suas crises.

Artigos relacionados: Internacional , Teoria









  • Não há comentários para este artigo