Segunda 29 de Abril de 2024

Internacional

Bloco de Esquerda de Portugal votou créditos de guerra contra os trabalhadores gregos

03 Jun 2010   |   comentários

O Parlamento português votou recentemente um plano de “resgate” da União Européia para a Grécia, que exige uma série de ataques contra os trabalhadores. Nesta semana o governo grego anunciou a privatização de diversas empresas estatais para cumprir as imposições imperialistas.
A aprovação do plano foi votada pelo Partido Socialista – partido do governo – e o Partido Verde. Não surpreende, já que os socialistas europeus, quando nos governos, se converteram em social-liberais a serviço da classe dominante.

Contudo, o plano contou com a votação de 16 deputados do Bloco de Esquerda (BE), uma coalizão ampla de distintas organizações de esquerda. O BE tem um peso de direção muito grande dos mandelistas, tendência de origem trotskista; Francisco Louçã, um dos parlamentares, é uma das principais figuras do bloco.

Os partidos anticapitalistas, ou as coalizões, demonstram que o caminho destas tendências trotskistas na Europa é regressiva ao reformismo e a conciliação de classes. A votação do plano expressa uma vez mais a sua natureza reformista. Particularmente os mandelistas são grandes incentivadores desses projetos, como o PSOL no Brasil - que votou leis anti-operárias com o Super-Simples e recebe recursos de burgueses [1].

O BE justificou o seu voto afirmando que “nas atuais circunstâncias seria impor a bancarrota à Grécia”, (deputada Cecilia Honório). Isto os coloca ao lado da política dos imperialistas da UE e demonstra firmemente que os partidos ou coalizões amplas não são uma alternativa para combater os ataques capitalistas.

A organização da [2], que atua em Portugal dentro do BE, expressou que “Indigna escutar que são empréstimos para ‘ajudar a Grécia’, quando o povo trabalhador grego não vai ver um só euro dessa ‘ajuda’ mas, pelo contrário, apenas sanções e sofrimentos [3] . Não expressou uma palavra sobre a organização que faz parte. Também os deputados do BEVer, por exemplo, artigo do deputado José Soeiro (BE), Semana Parlamentar, 10/05/2010, www.esquerda.net/node/11322. ao mesmo tempo em que votaram o “empréstimo”, discorreram sobre os “problemas” do plano.

Na Grécia atual está o laboratório para toda a Europa e é dever das organizações proletárias levar à frente a luta de classes. Nenhuma omissão é possível nesse cenário.

[1Após a crise de organizações como o Respect na Inglaterra, ou o Rifondazione Comunista na Itália e o próprio PSOL recentemente, o BE era apresentado como um sucesso por ter conseguido eleger uma bancada importante de deputados.

[2LITRuptura-FER

[3Solidariedade com a classe operária e o povo grego! Declaração da LIT, Maio de 2010.

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