Palavra Operária

• 

Nessa reunião todos os debates estiveram
voltados à discussão das medidas
necessárias para a organização da luta
unificada entre trabalhadores e estudantes
das três universidades e entre as
universidades e as escolas. Esse caráter de
um encontro real esteve marcado nas falas
e nas resoluções, voltadas principalmente a
organizar as próximas ações práticas do
movimento estudantil de São Paulo. Nesse
marco, foi denunciada a estrutura de poder
existente nas universidades e escolas hoje,
que é o que permite que o movimento
estudantil e de trabalhadores siga sendo
reprimido, com sindicâncias e demissões,
como no caso de Brandão, que segue
demitido. Foi nesse sentido que a reunião
estadual destacou a questão da luta contra
a repressão, particularmente aguda contra
os estudantes da Unesp (em particular da
Unesp de Araraquara) aprovando entre
suas resoluções um manifesto político
direcionado aos estudantes para organizar
uma luta unificada contra a repressão, além
de um abaixo assinado para ser trabalhado
em todo o estado, como instrumento para
unificar as lutas. Esteve também no
primeiro plano a luta por políticas de
permanência estudantil, ligada à discussão
sobre a necessidade de lutarmos por uma
maior democratização da universidade, uma
vez que, sem viabilidade econômica
(moradia e bolsas de auxílio), os estudantes
que mais precisam da universidade pública
não poderiam levar a cabo seus estudos.
Ainda sobre a democratização, sabendo do
quanto temos a responsabilidade de
dialogarmos com o enorme contingente de
jovens por fora das universidades, se
discutiu a luta contra a Univesp, que foi um
dos grandes motores da mobilização no
ano passado.

Frisamos também como temos que ser
conseqüentes na solidariedade aos
trabalhadores e ao povo pobre, retomando
a importância de darmos seguimento à
campanha pela retirada das tropas
brasileiras do Haiti e também de nos
solidarizarmos ativamente às vitimas das
enchentes no Rio de Janeiro. Nesse marco,
votamos como resolução uma campanha
em solidariedade ao povo do Rio de
Janeiro, lutando por obras públicas sob
controle operário e popular, além da
organização de uma campanha ativa de
arrecadação de mantimentos etc.; e uma
campanha com chamado ao ME nacional
pela retirada das tropas de Lula do Haiti.
Queremos também, a partir de aprofundar
uma coordenação real entre os estudantes
da USP, Unesp e Unicamp, abrir a discussão
sobre a necessidade de unificação da nossa
luta também com os estudantes das
universidades particulares e com os
estudantes das universidades federais que
se enfrentam com o governo Lula. Por isso
achamos fundamental que os estudantes da
USP, Unesp e Unicamp participem
ativamente da Anel, levando suas posições e
suas criticas, para ajudar a construir uma
alternativa nacional, ligada as lutas reais, em
contraposição à burocracia governista da
CUT.

Todos juntos no dia
29 de abril

Uma das mais importantes resoluções da
reunião estadual foram os chamados à
mobilizações unificadas tanto no dia 15 de
abril, junto aos trabalhadores da Unesp que
fizeram paralisações nesse dia, e
principalmente no dia 29 de abril junto aos
trabalhadores da USP. Para o dia 29 de abril
a reunião estadual aprovou e o Ceeuf
referendou um chamado à mobilização
estadual, que foi estendido aos estudantes
secundaristas a partir de suas próprias
demandas, com atos e mobilizações
estudantis, além de paralisações onde for
possível, centrado nas demandas de fim da
repressão, de transformação das vagas da
Univesp em vagas presenciais com aumento
de verbas para as universidades e na
demanda de políticas de permanecia
estudantil para todos que necessitem.

Uma nova reunião no
dia 22 de maio

Uma das questões debatidas tanto na
reunião estadual, como no Ceeuf, foi a falta
de um setor expressivo de estudantes da
USP e da Unicamp para além das forças da
Ler-qi e do Movimento A Plenos Pulmões.
Em nossa opinião isso se deve
fundamentalmente ao boicote feito pelos
DCEs da USP e da Unicamp, dirigidos pelo
PSOL, que se negam a ter qualquer política
para a unificação do movimento estudantil
a nível estadual, da mesma forma em que se
negam a ter políticas concretas de
mobilização nas suas universidades. O que
os estudantes da Unesp tem de diferente
dos estudantes da USP e da Unicamp para
conseguirem se mobilizar? Nada, para além
de um ativismo que dirige o movimento
em cada campi de forma combater a
passividade e o imobilismo, enquanto as
direções na USP e na Unicamp reforçam o
imobilismo com a sua política passiva.Além
disso, o PSTU, que na reunião estadual da
Anel não se colocou contra a apoiar a
reunião estadual, não deu nenhum peso a
ela e levou apenas um ou dois militantes.
Como prosseguimento a suas iniciativa de
coordenação das lutas a nível estadual, os
estudantes da Unesp através do Ceeuf
estão convocando uma nova reunião
estadual para o dia 22 de maio, propondo
que seja na Unicamp, dessa vez chamando a
que se votem delegados nas assembléias de
base, em função da dificuldade de
locomoção a partir de todos os cantos do
estado de São Paulo. Essa é uma iniciativa
que deve se aprofundar ainda mais e por
isso reiteramos o chamado votado na
reunião estadual e no CEEUF de
construirmos uma nova reunião estadual,
composta por delegados eleitos na base, na
Unicamp, no dia 22 de maio e exigimos que
os DCEs da USP e da Unicamp rompam
com a sua mesquinha política de boicote,
assim como chamamos o PSTU a sair da
passividade, e apóiem as iniciativas da
Unesp no sentido de coordenar as lutas a
nível estadual.

Artigos relacionados: Juventude