Segunda 29 de Abril de 2024

Juventude

CENTRO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS HUMANAS DA UNICAMP

Grande vitória da chapa Oboré: um chamado a luta!

15 Nov 2008   |   comentários

Por: Tati

Entre 12 e 14 de novembro, aconteceu no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp as eleições do Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH), uma importante entidade de luta do movimento estudantil paulista.

Nós da LER-QI e do Movimento A Plenos Pulmões constituímos a chapa “OBORÉ: um chamado a luta!” , com militantes do PSTU e independentes. Já são duas gestões (2007 e 2008) no CACH em que conformamos esta frente única, construindo uma entidade estudantil combativa, com um programa anti-burocrático, anti-governista e em aliança com os trabalhadores. Novamente este é o programa da chapa OBORÉ .

Neste cenário de crise capitalista, que na região de Campinas já se reflete em demissões e greves, o programa da chapa se atualiza e ganha vigência. Escolher como eixo central a luta por uma entidade militante que busque a aliança entre estudantes e trabalhadores é chave para que no próximo período possamos estar preparados para dar uma resposta à crise que descarregará os seus ónus também sobre as universidades.

Partimos desta crise para mostrar suas implicações na universidade pública. As reivindicações mais imediatas como contratação de professores, assistência estudantil, mais vagas e verbas nas universidades, ficarão ainda mais difíceis neste novo cenário. A alta arrecadação que teve o governo estadual e federal nestes últimos anos de crescimento económico, e que permitiu seus discursos demagógicos de ampliação de vagas, diminuirá rapidamente e em seu lugar tomará força políticas de privatização, universidade-empresa, ensino a distância...

Por isso, sempre defendemos a aliança operário-estudantil num marco estratégico, que se consolida em diferentes níveis: na luta política e sindical, prestando os trabalhadores de solidariedade; no terreno ideológico, lutando contra a ideologia burguesa e anti-operária. Estes são marcos fundamentais para se poder criar um pacto entre estudantes e trabalhadores que nos permitam revolucionar esta universidade de classe, colocando-a a serviço dos trabalhadores.

PSOL mantém seu isolamento e pós-modernismo é derrotado!

Além da OBORÉ, mais duas chapas se apresentaram. O resultado foi 125 votos para a Oboré, 103 para Volúpia espermática do capital e 33 para Nada é impossível mudar (composta somente por militantes da Rosa do Povo, PSOL).

Há 7 anos no DCE, o PSOL representa na Unicamp a velha tradição petista de militar, com seu programa rebaixado e sua lógica burocrática, se cristalizando nos aparatos como a UNE, onde possuem um diretor. No IFCH, o principal centro político da Unicamp, sua expressão continua bastante reduzida como expressa a votação.

Mas a chapa que polarizou as eleições, foi a “Volúpia” . Composta por um único estudante (os outros eram laranjas, como este mesmo definia), levantava um programa tipicamente pós-moderno. Sua carta programa era um papel em branco, que vinha acompanhado de um oportunista discurso de que o CA deve estar aberto para quem quiser ir e fazer algo, não importando o que seja este algo.

Apesar do discurso pós-moderno individualista e resignado, predominante nos anos 90, estar superado pela realidade, esta chapa se tornou uma “alternativa” para todos os setores que se colocam contra as lutas que impulsionamos. Neste movimento heterogêneo, predominou os que se colocam contra qualquer programa, contra a necessidade de um CA como ferramenta de luta e contra os partidos de esquerda. Discursos como “não sabemos quem são nossos inimigos” e “a classe operária e a luta de classes não existem” saíram dos escombros do instituto e viraram debates públicos.

Mas o movimento estudantil respondeu à altura, unificando todos os ativistas do IFCH que construíram as ultimas gestões e mobilizações na campanha e vitória da OBORÉ.

Um chamado aos companheiros do PSTU das outras universidades

Ficou demonstrado que uma frente única entre a esquerda combativa, no caso LER-QI, PSTU e independentes, nos trás enormes frutos na luta por um movimento estudantil anti-governista, anti-burocrático e pró-trabalhadores. A votação que tivemos, esta sim homogênea, expressa uma camada de ativistas que se formaram no instituto, processo do qual contribuímos e fizemos parte.

Chamamos aos militantes do PSTU de outras universidades e discutirem conosco a possibilidade acordos programáticos principistas e combativos, como fizemos no CACH, superando todo o sectarismo para abrir a possibilidade de novas frentes únicas, como foi no caso da Unesp no período da Que se Vayan Todos, que foi burocraticamente rompida por ordens da direção do PSTU. Para isso, chamamos os companheiros a serem conseqüentes e romperem com seu seguidismo ao PSOL em todas as universidades, já que esses representam o novo PT, e muitas vezes atuam como uma nova burocracia estudantil.

Para ler o programa da Chapa, clique aqui

A posição escandalosa do Movimento Negação da Negação

A eleição contou com um episódio que desmascara o pequeno grupo estudantil da USP, o MNN. Um estudante da Letras da USP, que estava no IFCH por estes dias, interviu no debate de chapas apoiando a Volúpia espermática do capital. E da pior forma possível: sem se identificar que era membro de uma organização política! Denunciamos sua postura, que foi rechaçada pelos setores mais combativos. Esta é mais uma demonstração de como o oportunismo é a outra face do sectarismo. Afinal, o sectarismo do MNN com a LER-QI, o PSTU e os independentes combativos do IFCH, os levou a ficar com os pós-modernos!

Pra onde vai o MNN? Depois de dizer que a greve da polícia civil era uma “expressão de uma radicalização a escala mundial da classe trabalhadora” , que mostra que os princípios não é algo que lhes importa muito apesar da verborragia de esquerda, agora essa?

Tati é militante da LER-QI e membro da chapa Oboré.

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