Sexta 26 de Abril de 2024

Movimento Operário

GREVE DA USP, UNESP E UNICAMP

Universidade a serviço dos trabalhadores e do povo ou a serviço do lucro e dos capitalistas!

02 Jun 2010   |   comentários

Os trabalhadores em defesa da universidade e da educação.

Mesmo após várias tentativas do CRUESP e em especial de Rodas de quebrar a greve de trabalhadores das universidades estaduais paulistas com o corte de ponto das unidades mais precarizadas da USP, os trabalhadores dão mais um exemplo de força e determinação em lutar pelas suas demandas salariais e em defesa da universidade pública.

Por trás da quebra da isonomia (igualdade salarial entre as categorias das três universidades) os reitores da USP, Unesp e Unicamp querem avançar no projeto de Serra e do PSDB para precarizar a universidade derrotando uma conquista imposta pelos trabalhadores e professores desde o fim da década de 80, impondo reajuste diferenciados e rebaixando ainda mais o salários dos trabalhadores ao passo em que as fundações e as empresas terceirizadas enchem os bolsos de dinheiro.Não bastasse isso, Rodas, um interventor direto do governo que é alvo de críticas entre a própria camarilha de professores titulares que governam a universidade, avança em medidas que atacam diretamente a qualidade do ensino na universidade como a aprovação da UNIVESP e o fim da medida que garantia a contratação imediata de professores na FFLCH.

Um exemplo claro de que o mandato de Rodas é avançar nos planos de sucateamento e privatização da universidade pública foi a crise aberta na Faculdade de Direito (onde era diretor antes de ser indicado para REItor) pelas absurdas mudanças provocadas no curso e no próprio acervo da biblioteca desta faculdade, o que provocou entre outros problemas a perda uma parte destes materiais por deixar os livros às traças e às baratas!!! Na Faculdade de Direito do Largo São Francisco o reitor demonstra seu completo descaso pela universidade.

O corte de ponto e o brutal ataque ao direito constitucional de greve de pais e mães de família que tiveram mais da metade de seus salários descontados por lutar em defesa de seus salários e da qualidade da educação, os processos administrativos e criminais contra ativistas e diretores do SINTUSP e a demissão de Claudionor Brandão estão a serviço de que a burocracia acadêmica, José Serra e o PSDB implementem seus planos.

No entanto, o tiro saiu pela culatra: a resposta dos trabalhadores da USP, UNESP e UNICAMP às provocações e à intransigência dos reitores e do PSDB foi: FORTALECER A GREVE E NÃO RECUAR UM PASSO DIANTE DAS AMEAÇAS. Diante do corte de ponto em duas das unidades mais precarizadas da universidade os trabalhadores da USP organizaram na semana passada mais um importante ato com mais de 1000 trabalhadores em uma resposta de toda a categoria às ameaças e pela reabertura imediata de negociações em que cantavam: “NENHUM DIA A MENOS DO NOSSO SALÁRIO ! A GREVE VAI VENCER O REITOR AUTORITÁRIO!”Ao mesmo tempo em que levantam a defesa da isonomia salarial os trabalhadores das universidades estaduais paulistas levantam a necessidade de uma luta unificada contra a terceirização, na USP defendendo a imediata incorporação dos trabalhadores terceirizados, contra a Univesp e pela democratização do acesso através do fim do vestibular e estatização das universidades privadas e lutam para arrancar das mãos de uma minoria de professores o “poder de destruir” a universidade e impondo pela força de sua mobilização uma estatuinte livre e soberana e para que as decisões sejam tomadas pelos professores, estudantes e funcionários, demandas que só poderão ser conquistadas em aliança com os estudantes combativo.

No dia em que fechávamos esse jornal, Rodas ofereceu uma proposta indecente aos trabalhadores da USP: aceitaria retroceder do corte de pontos, caso terminassem a greve imediatamente. A proposta foi recusada e os trabalhadores da USP discutem agora novas medidas de luta unificada com as demais universidades estaduais pela manutenção da isonomia e em defesa do direito de greve. Mas apesar do cinismo da proposta, ela mostra a debilidade da reitoria da USP nesse momento, que começa a fraquejar no seu objetivo de desmantelar o Sintusp e a capacidade de luta dos trabalhadores.

Neste momento, em que na Grécia e em outros países os governos atacam os trabalhadores e cortam gastos para as necessidades do povo para engordar os lucros dos capitalistas e em que o governo Lula ataca aos servidores federais em seu direito de greve e implementando ajustes fiscais a unificação das lutas que ocorrem pelo país é a única saída para responder à altura os ataques que vêm sofrendo os trabalhadores.
Ao contrário do querem fazer crer os dirigentes sindicais das centrais sindicais (CUT, FORÇA SINDICAL, CGT, CGTB) que se unem para trair e domesticar os trabalhadores canalizando suas lutas para o apoio parlamentar a Dilma Roussef, enquanto os servidoress federais são atacados pelo governo Lula, os trabalhadores da USP e das universidades estaduais paulistas demonstram mais uma vez que através de seus métodos podem impor limites à sanha de lucros dos empresários, da burocracia acadêmica e da burguesia paulista conquistando com seus próprios métodos de luta novos apoios à sua luta e em defesa da universidade como a do prof. de Direito do Trabalho e Juiz Jorge Luiz Souto Maior e das Congregações que aprovaram resoluções em defesa do direito de greve e em defesa da manutenção da isonomia, o que pode ser o inicio de uma crise aberta que debilite ainda mais a base de sustentação interna do interventor Rodas e um ponto de apoio para que outras categorias saiam à luta contra Serra e Lula.

Por tudo isso, e em defesa de um sindicalismo classista e combativo os trabalhadores da USP se dirigirão ao CONAT e ao Conclat que se realizarão nos dias 3,4,5 e 6 de Junho para discutir com as demais categorias em luta de nosso país medidas concretas de luta em que a unificação de entidades sindicais se coloque de fato a serviço da unificação e da solidariedade ativa na luta de classes e dessa forma possam apresentar nas lutas em curso a possibilidade de que os trabalhadores triunfem contra o governo Lula, Serra, os reitores e a burguesia.

ABAIXO O CORTE DE PONTO: EM DEFESA DO DIREITO DE GREVE!

REABERTURA IMEDIATA DE NEGOCIAÇÃO! ISONOMIA JÁ!

REINTEGRAÇÃO IMEDIATA DE BRANDÃO!! RETIRADA DE TODOS OS PROCESSOS AOS ATIVISTAS E DIRETORES DO SINTUSP!

POR UMA UNIVERSIDADE A SERVIÇO DOS TRABALHADORES E DO POVO!

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