CHAMADO
Por um programa de ação para a bolívia
19 Sep 2008 | Os acontecimentos de setembro deixam importantes lições. A vanguarda precisa se dotar de um programa de ação e defendê-lo nas organizações operárias e populares.
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Por: LOR-CI, Bolívia
1 Não podemos confiar nem apoiar o processo de diálogo entre o Governo e a direita. É uma armadilha que favorece a reação e busca desmobilizar a adormecer os trabalhadores, os camponeses e os povos originários.
2 Não à impunidade! Punição ao massacrador Leopoldo Fernández e todos os agentes dos ataques fascistas, os da ação e os intelectuais, mediante tribunais populares.
3 Pelo armamento dos trabalhadores e do povo. O massacre de El Porvenir demonstra mais uma vez sua necessidade e urgência. Os exemplos de Tiquipaya, o do Plan 3000 e de Cuatro Cañadas mostram que setores avançados assumiam seu legítimo direito a se defender. Rechaçamos a hipocrisia da imprensa e da TV privadas, que colocam um sinal de igual entre a violência reacionária dos para-militares e fascistas e a violência legítima do povo pobre! Os grupos de choque autonomistas continuam armados. É preciso colocar de pé em todas as organizações de massas Comitês de Autodefesa e centralizá-los em milícias operárias e camponesas. Os “movimentos sociais” que querem defender o que consideram como seu governo, têm que exigir de Evo armas e treinamento eficaz, e que se abram os quartéis para isso!
4 Nenhuma confiança nas Forças Armadas e na Policia. O Estado de Sítio não desarmará os fascistas, ainda que alguns poucos fiquem presos, mas será usado pelo Exército para se perfilar como o “árbitro” defensor da ordem burguesa contra os trabalhadores e o povo. A COB e as organizações camponesas devem levantar uma política para quebrar o controle sobre a tropa pela oficialidade, casta reacionária “treinada” para massacrar operários e camponeses como em Outubro. Basta de maltrato aos soldados nos quartéis! Plenos direitos de organização e políticos à tropa! Imediata retirada das tropas bolivianas que estão no Haiti!
5 É preciso golpear a reação onde mais lhe dói, o coração de seu poder económico, social e político é a propriedade da terra, as empresas, os bancos e indústrias. Tinham razão as vozes que chamavam para ocupar os terrenos e empresas de Marinkovic, Dabdoub e demais. É preciso impor uma verdadeira reforma agrária, liquidando o latifúndio! Terra e território para nossos irmãos camponeses e indígenas! Nacionalização sem indenização e sob controle dos trabalhadores das empresas de todos os clãs burgueses e latifundiários!
6 Fora o imperialismo! A expulsão de Goldberg é um gesto de dignidade nacional, mas completamente insuficiente para frear a ingerência imperialista. Fora as transnacionais! Não pagamento da dívida externa! Nacionalização 100% do gás, do petróleo e demais recursos naturais sob controle operário coletivo. Não à “amistosa” intervenção da ONU, OEA e UNASUL! Pela solidariedade dos trabalhadores e dos povos de toda América latina com a luta do povo boliviano contra os ataques da reação pró-imperialista!
7 Somente a força dos trabalhadores, dos camponeses, dos povos originários e dos setores populares pode derrotar a reação e seus grupos fascistas!
8 Por uma grande frente única para a luta dos trabalhadores e das massas de todo o país. Os “movimentos sociais” integrados no CONALCAM simpatizam com o MAS e têm ilusões na nova CPE como forma de resolver suas demandas. Dizemos-lhes para que não confiem no diálogo e na concertação com a direita, mas somente em suas próprias forças e na mobilização. É preciso impor à COB uma orientação para chamá-los a lutar unitariamente contra a reação e por demandas operárias, camponesas e populares. Este seria também o melhor caminho para começar a preparar política e praticamente uma Assembléia Popular que concentre as forças operárias, camponesas, indígenas e populares, abrindo o caminho para uma saída operária e camponesa para a crise.
9 É urgente convocar o congresso da COB (que os dirigentes vem postergando há meses) para fazer o balanço dos recentes acontecimentos, adotar uma posição operária e definir os próximos passos para seguir, unindo o combate contra a reação à luta por salário e as demandas operárias e populares.
10 Os movimentos operário, camponês e popular precisam das mãos livres para abater a reação. Por isso, a preparação da luta é inseparável do combate na COB e nas organizações de massas pela independência política frente ao Governo tanto como frente aos empresários e seus partidos. Ao calor desta luta é preciso construir uma direção revolucionária para os sindicatos.
11 Nós, trabalhadores e estudantes que fazemos parte da LOR-CI participamos incondicionalmente em toda ação progressiva para enfrentar a direita com os métodos da mobilização de massas, mas sem conceder o menor apoio político ao governo e mantendo todas nossas críticas a seu gesto a serviço da colaboração classes com a burguesia, que somente tem servido e serve para fortalecer a reação e postergar as reivindicações dos trabalhadores e do povo.
12 A luta continua. Não baixemos a guarda! Reiteramos nosso chamando aos trabalhadores mineros de Huanuni, aos professores urbanos de La Paz, aos lutadores do Plan 3000, à juventude que quer enfrentar a direita, à esquerda operária e socialista, a impulsionar o quanto antes um bloco de luta e por uma política independente dos trabalhadores, para impulsionar sem demora essas tarefas desde as fábricas, minas, bairros, comunidades e locais de estudo.
A Liga Obrera Revolucionaria por la Cuarta Internacional (LOR-CI), é a organização irmã da LER-QI na Bolívia, e também faz parte da Fração Trotskista - Quarta Internacional
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