PARA ESMAGAR A REAÇÃO E GARANTIR AS DEMANDAS OPERÁRIAS, INDIGENAS E POPULARES
Por um programa de ação operário, campesino e popular
23 Aug 2008
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Por: LOR-CI, Bolívia
Só a mobilização derrotará a reação! É necessário soldar o combate contra a direita, as demandas operárias e populares mais sentidas e urgentes e a luta pela “agenda de outubro” .
Isso exige um programa de ação que, entre outras tarefas inclua:
– Aumento salarial de emergência de acordo com o custo da cesta básica familiar.
– Sistema de pensões segundo os princípios da solidariedade operária, estatal, sob controle coletivo dos trabalhadores e com aporte dos capitalistas e do Estado.
– Comitês populares de controle de preços e abastecimento.
– Nacionalização das empresas que especulam com a fome do povo ou
demitam os trabalhadores.
– Nacionalização efetiva, sem pagamento e sob controle dos trabalhadores, do gás, das transnacionais e dos serviços públicos hoje “capitalizados” .
– Reforma agrária liquidando o latifúndio.
– Terra e território para os povos originários.
– Ruptura com o imperialismo.
É urgente o congresso da COB, com a mais ampla participação das bases, para definir uma posição dos trabalhadores e adotar um programa assim. Há que forjar a frente única das organizações operárias, campesinas e populares.
A COB deve chamar as federações de cocaleiros de Yungas e do Trópico, ao Bosque do Oriente, CSUTCB, as Associações de Bairro populares de El alto, etc., que confiam no MAS mas querem combater a direita, a não se subordinar aos chamados desmobilizadores da cúpula dirigente e preparar com a mais ampla participação das bases a mobilização nacional unitária para esmagar a reação, conseguir as demandas operárias e populares e o cumprimento da “agenda de Outubro” . Nós acreditamos que a forma superior dessa frente única para a luta seria pór em pé uma Assembléia Popular, a mesma que além de concentrar forças da aliança operária, campesina, indígena e popular, permitiria retornar o caminho revolucionário de Outubro. Há que impor na COB sua preparação organizativa e política, expressando as necessidades da luta e da experiência da mobilização de massas. Pela autodefesa operária, campesina e popular.
Nada demonstra melhor a necessidade da autodefesa de massas que os crescentes ataques dos grupos de choque fascistizantes “autonomistas” em Tarija, Santa Cruz, Beni, Pando, etc., e a repetida repressão policial (Caihuasi). É preciso que a COB e as organizações campesinas e originárias instruam a formação de comitês ou brigadas de autodefesa em todos os sindicatos, no caminho de seu desenvolvimento e centralização como milícias operárias e campesinas.
Evo e seus ministros reiteram até o cansaço as denúncias contra um eventual golpe de estado, mas ao mesmo tempo chamam a confiar no exército e na polícia, mandados por uma reacionária e corrupta casta de oficiais formados na repressão sob os governos neoliberais e que retrocedem sempre ante as bandas autonomistas, mas se lançam à bala, gases e porretes contra as lutas dos trabalhadores. Há que impulsionar uma política para a base dos uniformizados, pelos seus direitos e livre expressão política, e contra a disciplina e abusos quarteleiros nos quais se apóia a oficialidade. Junto com o armamento operário e campesino, essa seria a única garantia contra qualquer tentativa golpista e as ameaças de secessão ou guerra civil dos setores ultradireitistas.
Pelo Instrumento Político dos Trabalhadores
É urgente por em pé uma alternativa política operária. Apesar das decisões de ampliados congressos anteriores, a condução da COB (que busca pressionar o MAS e sonha com aliados “patriotas” ou “progressistas” ) não quer dar um só passo para por em pé um Instrumento Político dos Trabalhadores (IPT) baseado nos sindicatos. Começar a construir um IPT seria um grande passo na organização política independente da classe operária. Há que por mãos à obra, impulsionando desde baixo um bloco ou movimento pelo IPT.
Chamado à vanguarda operária e popular
Acreditamos que seria um grande passo para debater as tarefas dos trabalhadores convocar um encontro operário e popular, que poderia realizar-se, por exemplo, em El Alto ou Huanuni.
Chamamos aos mineiros de Huanuni, os professores urbanos de La Paz, os sindicatos combativos, os trabalhadores e estudantes avançados e a esquerda que se proclama operária e socialista a tomar a iniciativa.
Desde a LOR-CI, convidamos a discutir como impulsionar essas propostas.
A Liga Obrera Revolucionaria por la Cuarta Internacional (LOR-CI), é a organização irmã da LER-QI na Bolívia, e também faz parte da Fração Trotskista - Quarta Internacional
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