Domingo 28 de Abril de 2024

Nacional

A integração do PSOL ao regime burguês a necessidade de um instrumento político independente dos trabalhadores

11 Dec 2007   |   comentários

O eleitoralismo “anti-neoliberal” de Heloísa Helena e do PSOL, que no último período centrou toda sua política nas denuncias contra Renan Calheiros ao Conselho de Ética do Senado e na formação de CPIs, não é somente impotente para combater a corrupção e os ataques do governo (diga-se de passagem, que se não fosse o interesse do PSDB em explorar a questão, esses denuncias jamais teriam se transformado num escândalo). Cumpre, para além da sua impotência, um papel na presente luta de classes: o de contribuir para que os setores que se colocam à esquerda do governo Lula e do PT ’ um setor de massas substancial ’ mantenha ilusões na reforma das instituições dessa democracia dos ricos moldada pela burguesia junto ao PT desde a década de 80.

São cínicos e criminosos os lamentos de que “Infelizmente, a construção cotidiana nos movimentos sociais e a problemática que o PSOL faz, acabam não tendo visibilidade, porque no mundo da política todo dia é uma nova patifaria. O PSOL acaba tendo visibilidade pública apenas quando está fazendo o combate necessário e implacável em relação à corrupção” [1]!!! Isso é conversa pra boi dormir, pois além do combate do PSOL contra a corrupção não ser nada implacável, na medida em que defende que seja o próprio Congresso corrupto e suas CPIs que julguem a si mesmos, Heloisa Helena e o PSOL se negam a colocar seu peso parlamentar e a influência nos sindicatos que dirigem, à exemplo daqueles que formam a Intersindical, para organizar e mobilizar os trabalhadores para a luta política, de classe, contra a corrupção, o Governo Lula, a burguesia e seus ataques.

Contra o PSOL, que está reeditando, mas através de um pequeno partido se comparado com o PT, a política petista de assimilação à democracia burguesa, já está mais do que na hora de colocarmos na ordem do dia a necessidade de construir organizações classistas para a luta política cotidiana. Isso passa por retomar a tradição de comissões de fabrica combativas e por recuperar os sindicatos das mãos da burocracia e recolocar-los a serviço das lutas da classe. E passa por começar a disseminar entre os trabalhadores a necessidade de uma ferramenta política de massas que, ao contrário do PT, sirva para preparar a luta para derrubar a burguesia, substituindo esse regime e governo antipopular por um governo de fato dos trabalhadores e do povo pobre, que se apóie nas organizações de democracia direta das massas em luta. Este é um debate que os revolucionários desde já devem abrir na base dos sindicatos da Conlutas e da Intersindical.

[1Site do PSOL, em 07/10/2007.

Artigos relacionados: Nacional , Debates , Partido









  • Não há comentários para este artigo