Sexta 19 de Abril de 2024

Nacional

Nem com Dilma, nem com a direita. Pela mobilização contra os ajustes.

03 Mar 2015   |   comentários

Para o dia 15 estão sendo convocados atos pelo impeachment de Dilma. Como resposta, a CUT e os movimentos sociais vão convocar no dia 13 um ato em defesa da Petrobras, dos direitos e da reforma política, que na verdade é um ato em defesa do governo Dilma. Nenhum dos atos defenderá os interesses populares.

Para o dia 15 estão sendo convocados atos pelo impeachment de Dilma. Como resposta, a CUT e os movimentos sociais vão convocar no dia 13 um ato em defesa da Petrobras, dos direitos e da reforma política, que na verdade é um ato em defesa do governo Dilma. Nenhum dos atos defenderá os interesses populares.

Existe uma insatisfação crescente com o governo Dilma e com a situação do país em todas as camadas sociais. A maioria da população votou na continuidade por que não queria ajustes e ataques contra os trabalhadores e o povo. Porém o PT no governo está aplicando os ajustes que jurou de pé junto na campanha que não faria.

Do lado da oposição e do PMDB, base de todo governo desde a ditadura, o programa para enfrentar a recessão é o mesmo. Manter seus próprios privilégios e os lucros das grandes empresas e do mercado financeiro, as custas dos serviços públicos e do salário dos trabalhadores. Podem falar contra a corrupção, mas são tão corruptos quanto o PT.

Ainda que as condições atuais não permitam, não está descartado que o PMDB em algum momento chame o impeachment de Dilma. Principalmente se as condições da crise econômica e da insatisfação social aumentarem. Porém não seria mais que uma manobra para desviar a insatisfação. Um governo do Michel Temer seguiria aplicando, talvez com mais força ainda, as mesmas medidas de ajuste de Dilma, para não falar da corrupção.

Como o PSDB enfrenta o inicio de crise econômica? Em São Paulo está cortando verbas de todos os setores, fechando salas de aula, aumentando tarifas. No Paraná, está atacando a aposentadoria dos servidores públicos, atrasando salário dos professores, aumentando impostos. E o PT? Bom, o PT está cortando verbas públicas de todos os setores, está atacando o orçamento das universidades federais, restringindo direitos como o seguro-desemprego, a pensão por morte e o auxílio-doença além de aumentar impostos.

Por tudo isso, não vamos a nenhum dos dois atos. Nenhum dos dois atos defende os interesses populares.

Nacionalizar a luta dos professores e professoras do Paraná

O grande exemplo do caminho a seguir está sendo dado neste momento pelos professores do Paraná. Estão protagonizando uma grande processo de luta em defesa da educação e contra os ajustes aplicados pelo governador Beto Richa do PSDB. Sua mobilização combina várias táticas de luta. A greve forte nas escolas, o acampamento em frente ao palácio do governo e os atos massivos. Essa luta precisa ser cercada de solidariedade e se tornar uma luta nacional.

Se professores e estudantes se unissem numa grande greve nacional em defesa da educação, contariam, sem dúvida, com um grande apoio popular. Por que isso não acontece? Nas redes sociais e nos blogs a militância petista não se cansa de denunciar, com razão, o bloqueio que essa luta sofre na grande mídia. Não interessa aos grandes meios de comunicação que a luta contra os ajustes se expanda. Sem dúvida essa é uma grande barreira para que a luta do Paraná se nacionalize. Não é a única.

Poderia se esperar que o PT, a CUT e os movimentos sociais apoiassem os professores do Paraná com toda sua força, já que se trata de uma greve contra as medidas de um governo do PSDB. Que campanha que a CUT está fazendo a nível nacional em defesa da greve do Paraná? Nada de concreto, nenhuma medida real de solidariedade. Nenhum ato, nenhuma manifestação de apoio. É que a CUT não pode estimular a nacionalização da luta do Paraná, nem levantar a bandeira de uma greve nacional da educação contra os cortes de verbas. Se fizesse isso, estimularia as universidades federais, por exemplo, a seguir o exemplo do Paraná, coisa que já estão fazendo os professores do DF (governado pelo PSB).

Organizar a luta contra os ajustes

Para o dia 6 a CSP-Conlutas (uma central sindical independente do governo Lula), está chamando um dia de protesto nacional se unificando com ato que vai ser feito pelas entidades sindicais das universidades federais (Fasubra para os tecnico-administrativos e Andes para os professores), em defesa dos hospitais universitários e contra a privatização do SUS. Este ato da CSP-Conlutas é um primeiro passo no sentido de organizar a luta contra os ajustes e indica a necessidade de uma greve geral com esse objetivo. Como diz a convocatória do ato aprovada neste final de semana

“A CSP-Conlutas defende que é hora de começar a preparar uma grande greve geral no país com as diversas centrais sindicais e entidades que representam os trabalhadores, os movimentos populares, os que lutam contra as opressões e a juventude. É preciso juntar a todos! É importante construir essa luta em torno de uma plataforma unificada contra o ajuste fiscal e as reformas dos governos federal, estaduais e municipais. Isso se traduz na luta pela revogação das MPs 664 e 665, pelo arquivamento do PL 4330 das terceirizações, pelo fim das demissões e pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, em defesa da Petrobrás 100% Estatal e a exigência de punição, confisco dos bens e prisão de todos os corruptos e corruptores, desde o governo FHC, contra os cortes no orçamento das verbas destinadas às áreas sociais e pela suspensão do pagamento da dívida pública aos banqueiros.”

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