Segunda 29 de Abril de 2024

Internacional

A gripe suína contamina a mídia burguesa

05 Jul 2009   |   comentários

Na verdade, show midiático à parte, se trata, como no caso dessa gripe suína, de uma linhagem de vírus que congrega mais poder de destruição e de contágio (ou potencial de propagação e mortalidade). Para exemplificar, estima-se que a gripe comum mate 0,1% de suas vítimas, enquanto gripes como a aviária matariam 60% das suas vítimas (o mal menor neste caso se deve ao fato de que o vírus da gripe aviária só é transmitido de ave a homem e não de humano a humano); sobre o vírus da suína diz-se que provoca mortalidade de 6%, com o agravante de que o contágio agora se dá humano a humano.

Ela parece enquadrar-se naquela categoria das gripes que viajam mais rápido (seu poder de contágio é maior que o normal) e vêm acompanhadas de mais capacidade de matar.

Seja como for, o noticiário da grande imprensa foi ’ não por acaso ’ invadido e “dominado” pela nova gripe. Torna-se a grande novidade sanitária, o tema cotidiano de todos nós. Existem outras causas muito mais graves de morte em massa mas não merecem a mesma atenção da imprensa, sejam outras doenças epidêmicas, seja o trânsito, sejam as dezenas de mortes e centenas de milhares de desabrigados nas chuvas do Nordeste neste momento da gripe suína (maio 2009).

A gripe suína atingiu alguns poucos milhares de mexicanos, chegando em poucas semanas a matar cem pessoas oficialmente, ao mesmo tempo em que muito rapidamente pipocaram casos com o mesmo vírus em mais de quarenta países, em especial nos Estados Unidos, segundo grande foco da nova gripe. No momento em que este artigo é escrito já temos gripe suína em 48 países, 15,5 mil casos notificados no mundo (7,9 mil nos Estados Unidos) e 11 mortos por essa doença, oficialmente, nos Estados Unidos e a maioria no México (o Brasil acaba de notificar seu 10º. caso), com 85 mortes.

Outras gripes de devastadora capacidade de matar ocorreram ao longo do século, desde a mais calamitosa delas, de 40 milhões de mortos, a espanhola, na segunda década do século passado, seguida de surto durante a Grande Depressão e a importante gripe asiática de 1957, com dois milhões de mortos, a de Hong Kong em 1968, com um milhão de mortos. A gripe aviária, de seis anos atrás, não chegou a mil casos confirmados, matando, de toda forma, quase quinhentos deles, portanto extremamente agressiva (alta letalidade).

Um outro elemento que chama a atenção nesta nova gripe, além da rapidez do alastramento, é o seu tipo de vírus, sua variante A(H1N1).

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