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Sérgio Machado renuncia na Transpetro, mas seguirão os corruptos

04 Nov 2014   |   comentários

A corda sempre estoura do lado mais fraco. Começou pela subsidiária Transpetro a dança das cadeiras na Petrobrás. Esta dança esta motivada pelas denúncias de corrupção feitas pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Costa, por nova divisão dos cargos no botim que são as estatais no regime político brasileiro e por pressões privatistas.

A corda sempre estoura do lado mais fraco. Começou pela subsidiária Transpetro a dança das cadeiras na Petrobrás. Esta dança esta motivada pelas denúncias de corrupção feitas pelo ex-diretor da Petrobrás Paulo Costa, por nova divisão dos cargos no botim que são as estatais no regime político brasileiro e por pressões privatistas. Os trabalhadores não tem nada a ganhar com a assunção de Claudio Campos como presidente interino, e sequer a verdade sobre a corrupção será realmente conhecida de mãos dos atuais investigadores e detratores da estatal e sua subsidiária.

A queda do ex-tucano Sérgio Machado

O presidente da empresa, Sérgio Machado, depois de longos 11 anos presidindo a subsidiária de logística da Petrobrás, responsável pelos oleodutos e gasodutos e navios deixou temporariamente a administração da empresa no dia de ontem. Sua queda foi exigida pela empresa de consultoria Price Waterhouse Coopers (PwC), que se recusava a assinar o balancete contábil da Petrobrás se Machado não fosse retirado da Transpetro. Diferentes jornais relatam que o conselho de Administração da subsidiária, com presença da presidente da estatal Graça Foster e do atual diretor de Abastecimento da Petobrás (Cosenza) se dividiu entre demiti-lo ou aceitar seu afastamento.

Sérgio Machado é mais uma figura emblemática dos negócios políticos e econômicos que os empresários transam em nosso país, mudando de partidos e alinhamentos ao sabor do vento que melhor servir a seus negócios. Machado foi um dos fundadores do PSDB no Ceará, ligado a Tasso Jereissati, e foi líder tucano no senado no segundo mandato FHC, e quando este partido foi perdendo apoio eleitoral, filiou-se ao PMDB, em 2001. Concorreu ao governo daquele estado em 2002, perdendo, não perdeu. Em 2003, foi agraciado, por indicação do poderoso Renan Calheiros (PMDB-AL) este cargo importante. Permaneceu nos dois mandatos de Lula como presidente da empresa e foi reconduzido por Dilma.

Neste cargo que permitia controlar os negócios da subsidiária e ainda permitia entrar em contatos com os vastos recursos das empresas contratadas para construção de navios e estaleiros. Diversos analistas apontam Machado como um dos principais arrecadadores de recursos no PMDB. Os mecanismos de arrecadação de fundos, corrupção e lavagem de dinheiro em contratos com terceiros são justamente o ponto nodal das denúncias de Costa.

Chantagem dos privatistas e fraudadores

A queda do tucano convertido PMDbista e depois “defensor da industrialização do país” sob Lula e Dilma é produto da chantagem de interesses privatistas e fraudadores, capitaneados pela Price Waterhouse Coopers (PwC). Esta empresa é contratada pela Petrobrás para acreditar seus balancetes enviados à Bolsa de Nova York. Alegando exigências da legislação brasileira a PwC exigiu a queda de Machado ou se recusaria a assinar o balancete da Petrobrás, e mais ainda exigiu – e nomeou – duas empresas de advocacia para auditar a Petrobrás e suas subsidiárias.

A empresa PwC não tem a menor moral quando se trata em transparência e legalidade em seus negócios. Esta empresa de capital fechado – ou seja não publica seus resultados, não tem nem a fraudulenta transparência das bolsas de valores – é uma das quatro grandes empresas de auditoria no mundo. Porém, tal como suas concorrentes, o seu forte é o noticiário criminoso. Exibe condenações mundo a fora por fraudes contábeis e favorecimento de privatizações. Foi condenada pela fraude bilionária da canadense Tyco, na fraude da petrolífera russa Rosneft, em fraudes que favoreceram a privatização do sistema de água Nova Delhi na Índia, e ainda pela fraude contábil da JP Morgan, um dos pivôs da crise capitalista internacional.

Não será das mãos destes financistas, privatizadores e fraudadores que conheceremos a verdade dos negócios de Costa, Machado e todos outros!

A ascensão de Cláudio Campos fortalece os terceirizadores

Se não é destes auditores-fraudadores-privatistas que conheceremos a verdade nem defenderemos os interesses dos trabalhadores e do povo brasileiro na Petrobrás também não será pelo presidente interino indicado pelo conselho da empresa. Assume o cargo de Machado o diretor Cláudio Campos. Notório entusiasta dos cortes de gastos (contra os trabalhadores, tal como a presidente da Petrobrás Graça Foster) ele é também um entusiasta da terceirização de serviços.

Campos, funcionário de carreira na estatal busca ser um nome para despistar as denúncias. Colocar um funcionário de carreira faz muitos trabalhadores olharem como se isto diminuisse os interesses políticos, porém, Graça Foster da Petrobrás também é funcionária de carreira, é ligada a Dilma e está sendo responsável pela privatização dos campos terrestres e pelo aumento da terceirização na empresa. E Cláudio Campos é um funcionário de carreira com um histórico que não é favorável aos trabalhadores.

Ele ficou conhecido por ser gerente de áreas ligadas ao aumento da terceirização. Primeiro foi gerente de “desenvolvimento de fornecedores”, depois de “aquisição de serviços”, passando depois pela gerência de oleodutos, onde deixou um rastro de encolhimento do quadro e aumento da terceirização e agora estava no gasoduto, com numerosas denúncias sindicais de traçar o mesmo caminho.

Não se sabe – até o momento – a que importante político do regime Campos atende. Mas não há diretores que não tenham relações políticas influentes. Seu parceiro de diretoria, nas finanças, é um notório indicado do senador Crivella (PRB-RJ). Indicado por quem for, sua trajetória esta ligada a terceirização e relações com terceiros, justamente, um ponto chave para garantir maior exploração dos trabalhadores e ainda felpudas somas financeiras legais e ilegais para campanhas políticas, como denunciado no esquema Costa-Machado.

Por uma apuração petroleira independente

Não confiamos que de mãos da fraudadora PwC, dos privatistas da Veja e do PSDB, ou dos indicados políticos do PT para seguir os mesmos esquemas fraudulentos, os trabalhadores poderão conhecer a verdade e menos ainda estancar a terceirização e a privatização para assim lutar para colocar os recursos do petróleo a serviço dos trabalhadores e do povo. Esta tarefa é nossa, dos trabalhadores.

A busca da verdade por parte dos tucanos, petistas, da PwC é mentirosa. Se quisessem a verdade a primeira medida – elementar – seria a imediata publicação de todos os salários e benefícios de todos os funcionários, e de todos os contratos da empresa, da compra de copos plásticos, aos navios! Nós não temos nada a esconder. Os privatistas e corruptos que tem!

Esta questão elementar, de publicidade dos atos, é uma primeira demanda que todos os sindicatos, sejam os ligados a FNP ou os ligados a oficialista FUP deveriam levar adiante. Sem isto a independência do governo e da empresa é coisa de “boca”. Sem isto não há condições de apuração independente. Exigimos a publicidade de todos os gastos, contratos e auditoria do que foi construído, inclusive para zelar pela segurança dos trabalhadores. Os sindicatos deveriam chamar outras categorias de trabalhadores, intelectuais, movimentos sociais, para que sejamos nós os trabalhadores, os que não temos rabo preso nem com a privatização nem com a corrupção a apurar os esquemas mediante a total transparência e publicidade.

Esta luta pela apuração independente entendemos como parte da luta para o retorno da Transpetro à Petrobrás e para que esta seja totalmente estatal e gerida pelos trabalhadores, pois já vimos repetidas provas, como nas mãos de gerentes tucanos ou petistas só temos exploração, privatização e corrupção a nos esperar.

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