Quinta 2 de Maio de 2024

Movimento Operário

CONTINUA A AMEAÇA DE DESALOJAMENTO

Os operários de Zanon marcharam na Capital Federal

17 Sep 2001   |   comentários

“Aqui estão, estes são, os operários de Zanon”

As camisas marrons invadiram a avenida Callao. Não eram mais de 100 os ceramistas que viajaram mais de 1200 kms, mas a combatividade e a energia desta delegação multiplicava sua presença. Não chegaram sozinhos, estavam "juntos a uma comitiva de representantes de organizações sociais, de direitos humanos, estudantis, sindicais e políticas de Neuquén e acompanhados por delegações de trabalhadores de mais de 20 fábricas ocupadas e recuperadas de diferentes pontos do país mobilizadas na cidade de Buenos Aires" (comunicado de imprensa)

“Trabalhadores e estudantes, unidos adiante”

Assim, com a presença de delegações operárias das fábricas ocupadas e as cooperativas, os ceramistas encabeçaram uma mobilização de mais de 1000 pessoas que partiu do Hotel Bauen até o Julgamento Comercial nº 18. No trajeto a coluna era saudada desde os balcões e, ao chegar no julgamento, os estudantes do Colegio Carlos Pelegrinni abandonaram as salas e saíram para solidarizar-se com os operários. Com eles também estavam os estudantes neuquinos da Central Única de Estudantes Secundaristas e os universitários da Federação Universitária de Comahue que haviam viajado em delegação. A FUBA também estava presente.

” Vou atuar conforme a lei”

Com estas palavras o juiz recebeu os operários e deixou a espada de Damocles pendendo sobre suas cabeças. Os ceramistas disseram em seu comunicado que "diante da ameaça iminente de desalojamento de Zanon nos entrevistamos com o novo juiz do processo, Dr. Rafael Barreiro, para solicitar o reconhecimento da cooperativa FASINPAT. Depois de 3 anos de gestão operária, havendo mantido os 250 postos de trabalho e criado mais de 170 novos, aumentando a produção e colocando a fábrica a serviço da comunidade, os operários de Zanon exigimos uma resposta a nossa solicitação. O juiz não se pronunciou a respeito, deixando a situação de ameaça aberta: a possibilidade do desalojamento de mais de 400 famílias operárias e a volta do patrão já condenado pela justiça por lock out ofensivo e por deslocar-se do diretório por manobras económicas."

” Queremos uma Lei Nacional de Expropriação Definitiva para todas as fábricas”

Do julgamento marchamos ao Congresso. Os representantes das fábricas e empresas ocupadas e recuperadas Zanon, Renacer (Terra do Fogo), Bauen Hotel, Cooperativa Unión y Trabajo (La Rioja), Gatic (La Rioja), Gatic (Pigué), Cooperativa Unidos por el Calzado (ex Gatic San Martín), Brukman, Cooperativa Junín (Córdoba), ADOS (Asociación de Obras Socialies) de Neuquén, Sasetru, Clínica Medrano, 25 de Mayo (Quilmes), Cooperativa Chilavert, Cooperativa Tucuypaj e TDO (Transporte del Oeste) se reuniram com deputados nacionais para começar a debater um projeto de Lei de Expropriação Definitiva. "O novo aqui é que muitos companheiros de base, e distintos movimentos estamos discutindo uma lei que ampare a todos nós. Muitos companheiros têm uma expropriação transitória por dois anos, levantam a fábrica, e depois se encontram com o mesmo problema sobre seu futuro. Não queremos que nos obriguem a nos endividar. Não tomamos as fábricas para nos endividar, nos explorar ou ficarmos pior", disse Raúl Godoy na coletiva de imprensa.

” Um grande encontro de fábricas ocupadas”

A jornada terminou com um ato sobre a Av. Rivadavia, em que se expressaram as distintas delegações de fábricas ocupadas. A delegada da Renacer, Monica Acosta, chamou a "organizar um grande encontro de fábricas recuperadas em Zanon para discutir toda esta problemática das fábricas porque somos a vanguarda do movimento operário". "Reforço o que disse a companheira da Renacer de unir a todas as fábricas ocupadas, disse Godoy - as portas de Zanon estão abertas".

O Partido de los Trabajadores Socialistas (PTS) é a organização irmã da LER-QI na Argentina, e também faz parte da Fração Trotskista - Quarta Internacional

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