Segunda 29 de Abril de 2024

Nacional

PT E PSDB SALVAM OS CORRUPTOS EM BRASÍLIA

O parlamento corrupto elege novo governador arrudista nas costas do povo

23 Apr 2010   |   comentários

No espaço de dois meses o DF já teve quatro governadores.Todos eles
envolvidos com a base de corrupção instalada no GDF. Acaba de ser
eleito (17/4/10) mais um deles com votos do bando de políticos da
assembléia local (aqui chamada de Câmara Distrital), basicamente o
mesmo que deu suporte aos governadores anteriores, todos eles
envolvidos com a máquina de corrupção e crime organizado que
comanda a máquina pública local.

Treze deputados de um total de 24 escolheram Rogério Rosso, do
PMDB - casado com a filha de um dos mega-empresários de Brasília, ele
próprio cria política de Roriz e ex-presidente da estatal (Codeplan) que
foi ninho de corrupção no governo Arruda - como o novo governador.
Todas essas manobras pelo alto tentam preencher um vazio político que
não pôde ser politicamente ocupado pelo movimento de massas. Nesta
“eleição”, o PT estava publicamente decidido a apoiar o nome de Rosso
se houvesse segundo turno e todos os peso-pesado da máfia política
local também votaram em Rosso, que terá mandato-tampão até a eleição
do próximo governador. Essa espúria política do PT é um ensaio da sua
aliança nacional PT-PMDB, já que insinua essa mesma dobradinha local
para as próximas eleições de governador (Agnelo-Filipelli).
A escolha desse ex-executivo de Arruda (Rosso) é parte de uma aliança
dos arrudistas e desafetos de direita do esquema do ex-governador
Roriz que tentam se desvencilhar da imagem desse velho corrupto local,
bastante “queimado” com escândalos mas que corria em faixa própria,
ameaçando ser eleito em outubro com apoio entre as camadas mais
atrasadas do seu amplo curral eleitoral/clientelístico e muito dinheiro
roubado.

A nomeação deste novo governador a partir de uma base de deputados
corruptos teve que ser feita sob o cerco de quase mil policiais que
espancaram algumas dezenas de manifestantes que estavam do lado de
fora da casa legislativa clamando por eleições diretas.A CUT e o PT são
coniventes e apoiadores desta solução antidemocrática e graças à
burocracia sindical petista e não-petista é que a mais grave crise política
da capital do país tem se estendido no tempo sem qualquer saída política
de massa.

Nenhum dos graves problemas da população local, especialmente saúde
e transportes, será resolvido pela burguesia, por políticos da mesma
máfia (construída em torno de Arruda e Roriz e que trata agora de se
reciclar pelo alto com apoio do PT) que governa Brasília desde longa
data. É um fato que o movimento sindical, que teria poder para parar a
economia local e impor um governo a favor das massas, está bloqueado
por burocratas associados ao governo e a toda essa politicalha. Mas é
igualmente certo que as forças de esquerda – o que inclui o PSTU e o
PSOL – não agitaram nada mais além do “fora Arruda” e ao adotarem
a defesa do mais estreito possibilismo, basicamente limitado às “saídas”
institucionais (eleições diretas) deixaram de promover o debate nas
fábricas, em sala de aula, empresas e nos bairros pobres em torno de um
programa para dissolver o parlamento corrupto e impor um governo
baseado nos organismos dos trabalhadores e com um programa
imediato para os problemas mais sentidos pelas massas pobres. Em
Brasília há um surto de dengue, engarrafamentos-monstro, superlotação
nos transportes coletivos que são precários e os hospitais públicos estão
em petição de miséria com filas abomináveis. Faz falta uma esquerda que
se mobilize por um programa em torno dos problemas mais sentidos
pelas massas, portanto na perspectiva da classe trabalhadora e vinculado
às saídas democráticas como a dissolução desse antro de ladrões,
colocando em pé uma nova assembléia baseada numa Câmara Única com
delegados eleitos e revogáveis que ganhem o mesmo que um servidor
público. Esse seria o caminho para forjar uma direção revolucionária por
fora da utopia reacionária que é a crença na institucionalidade burguesa.

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