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Nacional

Frente de Esquerda ou Frente Classista e Socialista?

02 Jul 2008   |   comentários

Para as eleições municipais deste ano, o PSTU, defende a formação de uma Frente de Esquerda junto com o PSOL e o PCB. Em nossa visão a formação desta frente é um grande erro que vai deixar os trabalhadores da Conlutas reféns da política de conciliação de classes do PSOL. Por isso, chamamos o PSTU a romper essa frente com o PSOL e a conformar uma Frente Classista e Socialista que lute pela independência de classe nessas eleições.

Mesmo nos locais onde o PSOL não vai se apresentar aliado a partidos burgueses a política dos seus candidatos é de conciliação de classes, devendo ser rechaçada pelos trabalhadores. Assim como o PT na década de 90, o PSOL tenta combater o neoliberalismo defendendo a aliança com “setores produtivos da burguesia” . Por isso, antes mesmo de ganhar uma eleição o PSOL já votou a favor do SuperSimples, um dos maiores ataques do governo Lula aos trabalhadores. A cada escândalo de corrupção, o PSOL, defende a formação de CPIs, como se os próprios parlamentares corruptos pudessem “limpar” o parlamento. Com isso nada mais faz do que manter as ilusões dos trabalhadores na democracia dos ricos que existe no Brasil.

Para lançar seu chamado ao PSOL nas eleições municipais, o PSTU argumenta que os blocos eleitorais não são formados a partir de programas. Podemos concordar que seria possível formar frentes com partidos com uma base de massas entre os trabalhadores em torno de aspectos políticos pontuais, com o objetivo de influir nessa base de massas. Mas não é o caso. Além da base social do PSOL estar concentrada em setores de classe média e não ser nada orgânica entre os trabalhadores, não existe um aspecto da política desse partido, ainda que parcial, que possa ser reivindicado pelos trabalhadores organizados na Conlutas. Cada ponto da política concreta que os parlamentares do PSOL aplicam fortalece as instituições em crise e são um freio para que os trabalhadores que rompem com o petismo avancem para posições de independência de classe.

Ao invés de buscar uma Frente de Esquerda com o PSOL, o que o PSTU deve fazer é romper suas alianças com esse partido e se apoiar nos sindicatos organizados na Conlutas para lançar uma Frente Classista e Socialista, que levante nas eleições uma política de independência de classe contra todas as variantes patronais. Para enfrentar o governismo da CUT e do PT não basta ser antigovernista, como o PSOL, que é contra o governo Lula, mas se alia com setores burgueses. É preciso que o antigovernismo seja, antes de mais nada, classista.

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