Sexta 3 de Maio de 2024

Juventude

Eleições DA Unesp de Marília

Uma vitória infeliz para o movimento estudantil combativo

10 Dec 2006   |   comentários

“Olhar a realidade de frente; não procurar a linha de menor resistência; chamar as coisas pelo seu nome; dizer a verdade às massas, por mais amarga que seja; não temer obstáculos; ser rigoroso nas pequenas como nas grandes coisas; ousar quando chegar a hora da ação: tais são as regras da IV Internacional. Ela mostrou que sabe ir contra a corrente.” León Trotsky

O campus de Marília da Unesp tem uma histórica tradição combativa no movimento estudantil. Concorreram ao todo nestas eleições cinco chapas, duas ao Diretório Acadêmico e três à congregação da faculdade. Construímos junto a estudantes combativos a chapa “A Las Barricadas” , com o objetivo de defender um movimento estudantil internacionalista, combativo, antigovernista, antiburocrático e pró-trabalhadores. Infelizmente, a política do PSTU dividiu os estudantes combativos organizando uma outra chapa, “Reviravolta” , que o eixo de sua campanha era “um novo movimento estudantil com novas práticas” . As práticas que eles tanto criticaram são justamente a que nós reivindicamos como a que colocou o movimento estudantil da Unesp ’ Marília na ofensiva, em aliança com os trabalhadores, que conseguiu conquistar um restaurante subsidiado, e não terceirizado como queria a diretoria, e que conseguiu fazer uma discussão profunda e democrática sobre o papel da universidade.

Nas eleições da congregação a real polarização ficou entre o grupo “A Las Barricadas” e a chapa “Coletivizar” , esta última na defesa do histórico programa petista, com orçamento participativo, com um programa imediatista, anti-internacionalista, na defesa “com orgulho” do Parlamento burguês, com um discurso moderado e “anti-radical” . Opusemos à lógica parlamentar deste grupo de reformistas, um programa que questionasse a estrutura de poder da Universidade e o seu caráter de classe. Colocávamos que a representação discente não poderia ser um balcão de pactos espúrios com a direção e que a representação não podia se resumir a implorar por bolsas, mas que deveríamos subordinar a atuação dos representantes a luta concreta dos estudantes, sem depositar ilusões nesse espaço antidemocrático.

O mais trágico destas eleições foi a aliança do PSTU com estes setores reformistas para ganhar o aparato. Não bastando dividir o movimento estudantil combativo para as eleições do DA, o PSTU salvou os reformistas nas eleições da congregação. Essa aliança somada ao discurso “anti-radical” e anti-internacionalista fez com que setores contrários as lutas dos trabalhadores apoiassem a dupla PSTU e reformistas.

Infelizmente, fomos derrotados nestas eleições. Porém, não cedemos um ponto de nosso programa. Fomos acusados de sermos revolucionários, internacionalistas, radicais, aliados incondicionais dos trabalhadores em todas as suas lutas, principalmente nas greves e piquetes. É exatamente esta a nossa vocação e temos orgulho disso. No que depender do grupo que se formou para as eleições na chapa “A Las Barricadas” , continuaremos lutando para que tudo isso se concretize cada dia mais.

Del é estudante de Ciências Sociais da UNESP Marília

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