Sexta 26 de Abril de 2024

Internacional

Solidariedade à Grécia na França, pela anulação da dívida

20 Feb 2015 | Após uma série de atos e reuniões nas semanas anteriores, no último domingo foram organizadas nas principais cidades da França manifestações de solidariedade com os trabalhadores e o povo grego e em rechaço à chantagem da Troika. A maior aconteceu em Paris e reuniu a aproximadamente três mil pessoas.   |   comentários

Após uma série de atos e reuniões nas semanas anteriores, no último domingo foram organizadas nas principais cidades da França manifestações de solidariedade com os trabalhadores e o povo grego e em rechaço à chantagem da Troika. A maior aconteceu em Paris e reuniu a aproximadamente três mil pessoas.

A marcha, convocada por uma frente de organizações de esquerda e centro-esquerda, aconteceu em meio às complexas negociações entre as instituições europeias e o novo governo grego. Nas bandeiras e cantos se expressava a oposição ao “arrocho” da Troika mas também aos planos de ajuste que são levados a cabo no conjunto do continente.

“Na Grécia e na França, resistência contra o ajuste e o capital financeiro”, cantavam alguns manifestantes. Outros levavam cartazes contra a lei “Macron” (nome do ministro da economia francês) imposta pelo governo Hollande que inclui uma série de medidas de ajuste, flexibilização e ataques aos direitos trabalhistas na França.

Parte das organizações que participavam da convocatória das manifestações expressaram também seu apoio ao Syriza – que vêem como um modelo para unificar a centro-esquerda na França para as eleições presidenciais de 2017 – e ao governo Tsipras. “O Syriza vai vencer contra o ajuste”, cantavam.

A esquerda anticapitalista também marchou, mas sob suas próprias bandeiras. Em particular os membros do NPA (Novo Partido Anticapitalista) participaram com cartazes, bandeiras e um panfleto solidário aos trabalhadores e o povo grego e exigindo a anulação da dívida deste país, em particular da parte da qual é credor o Estado Francês, ou seja, ao redor de 40 bilhões de euros.

Isto é parte de uma campanha votada nos organismos de direção deste partido onde os militantes da esquerda do partido (Plataforma 3 do último Congresso) são parte ativa. Nos próximos dias será publicado a nova edição do jornal L’Anticapitaliste e uma série de cartazes e adesivos que têm como eixo a solidariedade aos trabalhadores e o povo grego e a exigência de anulação da dívida.

Em particular a juventude do NPA, que reuniu neste mesmo fim de semana sua direção nacional, na qual a Plataforma 3 é majoritária, decidiu fazer desta questão um dos eixos de sua atividade e agitação nas próximas semanas, dirigindo-se às juventudes de outros partidos da esquerda europeia e organizando um ato com a vinda de jovens militantes da frente anticapitalista grega ANTARSYA.

O internacionalismoe a solidariedade entre os trabalhadores e a juventude na Europa são uma questão chave, já que os patrões, os governos e a extrema-direita buscam exatamente criar divisões e bodes-expiatórios nos marcos da crise econômica que sacode fortemente o continente. O último exemplo disto é a declaração do ex-presidente Nicolas Sarkozy que explicava que se os gregos não pagassem o que deviam à França, seriam os trabalhadores franceses os que teriam que se ver com a conta, fazendo inclusive o cálculo de que isto custaria 700 euros a cada um.

Entretanto, o essencial da dívida grega (incluída a parte devida ao Estado francês) corresponde ao resgate dos bancos europeus e tal dinheiro jamais serviu para responder às necessidades dos trabalhadores e do povo grego. Há poucos meses o governo Hollande presenteou um montante quase equivalente à parte que tem da dívida grega à patronal sob a forma de exonerações fiscais no que se chamou o “pacto de responsabilidade”.

Por isto seguiremos respondendo a Sarkozy, a Hollande e a todos políticos burgueses nas ruas que a crise e a dívida não é para nós trabalhadores pagarmos, nem na Grécia nem na França, senão que para os capitalistas e os bancos que foram os que a geraram.

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