Quinta 2 de Maio de 2024

Internacional

Milhares de gregos se mobilizam na praça Syntagma contra a decisão do BCE

06 Feb 2015 | A decisão do Banco Central Europeu (BCE) de não aceitar os títulos gregos como garantia em suas operações de refinanciamento e os infrutíferos resultados que conseguiram o primeiro ministro, Alexis Tsipras, e o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, em seu giro europeu, foram os detonadores para que milhares de pessoas tenham decidido sair às ruas.   |   comentários

A decisão do Banco Central Europeu (BCE) de não aceitar os títulos gregos como garantia em suas operações de refinanciamento e os infrutíferos resultados que conseguiram o primeiro ministro, Alexis Tsipras, e o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, em seu giro europeu, foram os detonadores para que milhares de pessoas tenham decidido sair às (...)

“Não vamos ceder à chantagem de novo,” “O tempo em que a Grécia se ajoelhava e tinha governos submissos acabou” ou “Merkel treme como um ramo de flor” foram alguns dos lemas escutados entre os cerca de 7000 manifestantes, segundo números da polícia.

A convocatória se gerou hoje de forma espontânea através de um evento na rede social Facebook, que poucas horas depois de sua criação já contava com a participação de quase 3000 pessoas.

“Estamos aqui para manifestar nossa solidariedade ao Governo. Desde 25 de janeiro é o povo o que toma as decisões na Grécia,” disse Dimitris, que parou sua bicicleta em frente ao Parlamento.

Os gregos puderam aproximar-se até colocar-se frente à frente à guarda real que custodia o monumento ao soldado desconhecido, aos pés do Parlamento, co muito pouca presença policial, exceto alguns agentes que regulavam o tráfego das avenidas bloqueadas, uma imagem incomum até então.

Para Dimitris, a crise “não é apenas um tema da Grécia, mas de todos os povos europeus”, e não se pode combater “com políticas de austeridade que falharam nos últimos cinco anos”.

Dimitra se inteirou da convocatória através do rádio e não duvidou em ir para a praça Syntagma, porque diz estar “indignada” ante a decisão do BCE, não porque tema por suas poupanças, “já não tenho nada a perder”, assegura, mas porque parece que é uma falta de respeito à eleição do povo grego.

Esa enfermeira de 52 anos afirma que só espera das negociações que “deem esperanças aos jovens ara que possam encaminhar seu futuro”, enquanto de fundo se escuta a canção “Quando o céu se abra,” todo um símbolo de oposição da época da ditadura dos Coronéis.

A sensação mais repetida entre os participantes foi a necessidade de demonstrar à Europa que o povo grego está unido e disposto a que o novo governo cumpra, passo a passo, seus compromissos eleitorais

“Cansado” com a resposta dos sócios europeus se mostra também takis, um jovem trabalhador do setor privado, que diz ter “esperança de que a situação atual mude”, ainda que reconheça temer o que pode acontecer no futuro.

Yorgos se inteirou desta concentração por seus filhos “que tem o Facebook”, e decidiu aproximar-se porque, ainda que não tenha votado por nenhum dos partidos que formam o Executivo – o Syriza e os Gregos Independentes – acredita que necessita o apoio popular para conseguir uma solução à crise.

Pelas redes sociais circula já uma nova convocatória em diferentes praças do país, como a Syntagma, cuja data poderia ser entre 15 e 16 de fevereiro, desta vez para apoiar a decisão do Governo de opor-se aos cortes impostos pela Troika (Comissão Européia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).

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