Palavra Operária

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No dia 28 de setembro realizou-se mais uma atividade de lançamento do caderno de teses “A Classe Operária na Luta Contra a Ditadura” , publicada neste ano pela Edições Iskra. A atividade foi realizada na Biblioteca Comunitária Solano Trindade, localizada na zona leste de São Paulo, por iniciativa do Núcleo Cultural Força Ativa, grupo militante do Hip Hop, movimento negro e outros movimentos sociais.

Com a presença de cerca de 50 pessoas, o debate foi realizado a partir das explanações de Val Lisboa, dirigente da LER-QI e um dos autores das teses, e Vânia Noeli, doutora em Ciências Sociais pela PUC-SP.

Val apresentou as teses, destacando que ao longo da ditadura militar houve dois momentos de ascenso, sendo o primeiro em 68 ’ com uma forte mobilização estudantil que levantava a consigna “Abaixo a ditadura” e duas importantes greves operárias, de Osasco e Contagem; e o segundo, em 78-80, marcado pelas greves operárias que não estavam restritas ao ABC paulista. Com as perguntas e colocações do plenário, um público jovem e majoritariamente negro, o debate se desenvolveu amplamente, tendo destaque as definições sobre a transição da ditadura militar à atual democracia burguesa como um pacto que permitiu a manutenção do poder nas mãos da burguesia; o papel traidor que cumpriu Lula nesse processo; e o fator progressivo que existia entre os operários, que vendo a necessidade de um partido da classe, fundaram o PT, que foi usurpado por sua direção pequeno burguesa. Indo aos dias atuais, debateu-se ainda sobre a crise capitalista. Val partiu de definir que vivemos numa época de crises, guerras e revoluções e ainda que a geração jovem só tenha conhecido guerras e crises, agora com uma crise de proporções muito maiores que as anteriores, tendem a se desenvolver novos processos de luta de classes, em que o proletariado tem um papel chave a cumprir na perspectiva de destruição dessa sociedade miserável que é o capitalismo. Por fim, colocou que com certeza os capitalistas farão de tudo para que os trabalhadores paguem pela atual crise e com certeza, como sempre, os primeiros afetados são os setores mais oprimidos: os negros e as mulheres. Por isso, é necessário se organizar e queremos que o debate sobre processos tão importantes como a luta da classe operária contra a ditadura militar proporcione conclusões revolucionárias ’ e esse é um aporte que queremos dar.

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