Segunda 29 de Abril de 2024

Nacional

1º DE MAIO NO RIO DE JANEIRO

Importante ato no Bumba tem que ser o primeiro passo de uma ativa campanha de solidariedade!

04 May 2010   |   comentários

O ato de primeiro de maio unitário da esquerda e de diversas as associações de moradores do Rio de Janeiro foi realizado em Niterói em duas comunidades fortemente atingidas pelos deslizamentos de semanas atrás. Enquanto isto a CUT, CTB e Força Sindical organizavam caras festas como se nenhuma tragédia houvesse ocorrido. Com as encostas ainda descampadas no Morro do Céu, as casas destruídas e com corpos ainda desaparecidos no Bumba o ato unitário da esquerda contou com a participação de moradores de várias comunidades atingidas, sobretudo do Bumba. A manifestação que reuniu algumas centenas de pessoas também expressava um ódio ao descaso dos governos, antes de mais nada, ao prefeito de Niterói, frente à pobreza cotidiana destes trabalhadores e a miséria ocasionada pelo desastre.

Esta importante iniciativa de realizar o tradicional ato da classe trabalhadora neste local foi uma surpresa positiva aos moradores que recepcionavam bem os manifestantes de suas próprias comunidades bem como os diversos militantes da esquerda, sobretudo PSOL e PSTU, alguns sindicatos e movimentos populares (como o MST, MTD, MNLM e FIST).

Este passo importante dado sob a direção do “Comitê de Mobilização e Solidariedade das Comunidades e Favelas de Niterói”, da Plenária de Movimentos Sociais e pela CONLUTAS não contribuiu, no entanto a responder uma justa pergunta que alguns moradores mais críticos faziam: “mas e amanhã vocês voltarão?” As falas no carro de som culpavam claramente o capitalismo e o prefeito de Niterói, e ocasionalmente também o governador Cabral e Lula, mas em sua maioria tinham um fim marcado naquele dia e um segundo tempo eleitoral em Outubro.

A situação dos trabalhadores e do povo em Niterói, São Gonçalo, no Rio de Janeiro exige muito mais da esquerda, transformar a atuação nos sindicatos e nos centros acadêmicos e DCEs para que sejam ativos impulsionadores desta solidariedade, de realizar uma forte denúncia dos governos Lula, Cabral, Paes, Jorge Roberto que destinam nem sequer 1% das verbas aos atingidos pelos deslizamentos e enchentes ao que destinam aos empresários e banqueiros na crise ou às faraônicas obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas. Na mesma Niterói onde só foram gastos R$ 50 mil com contenção de encostas está sendo construída uma “Torre Panorâmica” ao custo de R$ 19 milhões. Toda a demagogia feita com os royalties por cada governador e prefeito fluminense é desfeita em lama e lixo soterrando o povo.

A nascente organização e coordenação de diversas comunidades tem que ser apoiada pela esquerda superando o regionalismo de impulsionar mais ativamente esta campanha somente em Niterói e não no restante do estado, e desta forma apresentar um programa que contribua para fazer com que o movimento existente supere a fragmentação das demandas locais e somente uma pressão sobre os parlamentares. É possível organizar uma resposta operária e popular frente a esta calamidade, se opondo a repressão que tem sido desatada sobre diversas comunidades que instaura no Rio de Janeiro as lições apreendidas com a ocupação brasileira do Haiti. Para dar passos neste sentido é necessário apresentar mais do que os candidatos e figuras conhecidas, mas fazer um ativa campanha nos locais de trabalho, estudo e moradia. Chamamos o PSTU e as correntes internas do PSOL que tem se posicionado neste sentido a fazerem concretas suas declarações, partindo dos sindicatos e entidades estudantis que dirigem.

Nós da Liga Estratégia Revolucionária, junto as companheiras do grupo de mulheres Pão e Rosas e do Movimento A Plenos Pulmões, estivemos em marcha junto aos estudantes do CACS da UFRJ levantando o programa aprovado pelos estudantes de Ciências Sociais desta universidade: “Contra a remoção e repressão! Por um Plano de Obras Públicas controlado pelos sindicatos e associações de moradores! Contra a divisão dos trabalhadores: pela unidade de efetivos e terceirizados!”.

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