Quinta 28 de Março de 2024

Movimento Operário

DERROTANDO A BUROCRACIA É POSSÍVEL DERROTAR OS GOVERNOS E OS PATRÕES!

Os Garis do Rio venceram! Façamos como eles!

12 Mar 2014   |   comentários

Nós achamos que esta greve exemplar e histórica pode servir de exemplo a toda classe trabalhadora brasileira por isto queremos sintetizar o que para nós são algumas de suas principais lições, para que efetivamente seja um exemplo, e a partir deste marco, os trabalhadores em todo o país possam dar passos adiantes contra as burocracias sindicais, contra os patrões e os (...)

Os garis do Rio protagonizaram uma das maiores lutas e provavelmente a maior vitória da classe trabalhadora brasileira em muitos anos. Se enfrentaram primeiro com o sindicato vendido, ligado à hiper-pelega UGT que atacava a greve em comunicados na imprensa, se apressava em fechar acordos com a prefeitura, por fora de consultar os grevistas e em flagrante desafio aos trabalhadores. Também se enfrentaram com a justiça do trabalho, que decretou sua greve como ilegal. Tiveram que derrotar a empresa estatal e o empresário da AMBEV, Roriz, que está em seu comando. Ganharam apoio da categoria e da população e venceram todas as declarações da empresa e da prefeitura de que os grevistas eram “vândalos”, “marginais” e eram uma minoria de apenas 300 garis, e, mais derrotaram as 300 demissões ilegais e arbitrárias anunciadas por Paes e pela Comlurb.

Por fim, ainda derrotaram a mídia que minimizava e mentia sobre seu movimento, quase todo dia dizia que a greve tinha terminado. Ainda tiveram que se enfrentar com uma militarização inédita das greves com a prefeitura e o Estado do Rio colocando PMs e Guardas Municipais para quebrarem os piquetes e obrigar trabalhadores a trabalhar “sob ameaça armada”. O prefeito inventou contratar empresas privadas de segurança para obrigar garis a trabalhar! Até este ponto chegou o governo e a empresa, com o apoio dos burocratas do sindicato.
Nenhuma central sindical se posicionou firmemente contra essa afronta ao direito de greve e à organização sindical. CUT, Força Sindical, UGT, CGT, CGTB, CTB, enfim, todas as centrais vendidas aos governos e aos patrões se calaram e, por isso, foram coniventes com esse brutal ataque à luta dos trabalhadores. As centrais sindicais de esquerda, CSP-Conlutas e Intersindical, primaram pelo silêncio, pois estavam “de recesso carnavalesco”. Contra tudo e contra todos, sem apoios firmes de sindicatos e centrais sindicais, apenas com algumas pequenas forças militantes classistas e revolucionárias, como Juventude às Ruas e Grupo de Mulheres Pão e Rosas, os e as garis deram um exemplo histórico da força da classe operária quando decide não mais “ser escrava”.
Mesmo enfrentando tudo isto os garis venceram!

Esta vitória histórica está escancarada nos grandes ganhos econômicos obtidos, e pode se medir na reversão de todas as demissões e que não terão que pagar nenhuma hora dos seus 8 dias de greve. Impor essas cláusulas foi inédito, pois mesmo em categorias importantes e organizadas – petroleiros, professores, bancários, metalúrgicos etc. –, mesmo onde está a esquerda (PSTU e PSOL) os reajustes se resumem à aceitação de 1% a 2,5% acima da inflação, e quando fazem greves comumente as direções sindicais aceitam o desconto de dias parados ou a reposição das horas em fins de semana ou férias. Todos os dirigentes sindicais deste país costumam comemorar “vitórias” com pautas rebaixadas e até punições aos grevistas!

Além de todas as conquistas econômicas e políticas, a greve dos garis é um exemplo de um “avanço moral” para todos, adquirindo a consciência de que o trabalhador tem que se unir e organizar, e que determinado pode vencer os patrões e os governos, inclusive passando por cima dos burocratas sindicais (enorme obstáculo a ser superado) e conquistando apoio popular e aliados para a sua luta. Vimos na segunda-feira os garis voltando a suas gerências de cabeça erguida, organizando reuniões antes de entrar no trabalho, recebendo aplausos e reverências de outros trabalhadores e moradores dos bairros, ouvindo que “são um exemplo”. Formaram consciência de que são parte de uma classe social, a classe trabalhadora, e vários deles veem como sua vitória foi possível em primeiro lugar pela união deles mesmos, mas também porque contaram com muito apoio de trabalhadores de todo o país. Este apoio se expressava no papel picado em atos na Avenida Rio Branco, nos foliões que aderiam a suas manifestações saindo de blocos de carnaval, em pequenos mas importantes atos em apoio em São Paulo e Campinas (SP), ou nas fotos que muitos trabalhadores tiraram país a fora em apoio. Em muitos locais de trabalho nesta segunda-feira o assunto dos trabalhadores era a vitória dos garis. Eles conseguiram nós também podemos conseguir.

Os garis representaram um “avanço moral” para toda a classe operária, que diante de milhões, agora pode ser vista como uma força espetacular para derrotar os governos, os capitalistas, os burocratas sindicais e a casta política que suga o suor dos que vivem do trabalho. A classe média e a juventude carioca, que tiveram grande importância nas Jornadas de Junho, começarão a compreender que quando os trabalhadores se colocam à frente, com seus métodos de luta e propósitos de aliança com os explorados e oprimidos, podem, juntos, vencer e conquistar suas demandas sociais, como transporte, saúde e educação públicos e de qualidade e uma vida digna para os que trabalham e fazem funcionar a sociedade.

Parte deste avanço na consciência se reflete na batalha que muitos garis agora discutem em como levar seu exemplo a outras categorias e também em como retomar seu sindicato das mãos dos pelegos, como eleger novos delegados sindicais, entre outras medidas que caminham para uma firme luta antiburocrática na perspectiva de uma verdadeira democracia sindical imposta de baixo, dos que verdadeiramente trabalham e sofrem a exploração. A certeza de todos os garis é que a vitória nesta batalha é somente um passo para outras batalhas, como continuar sua luta por salário e condições de trabalho, e assim retomar todos os direitos que foram retirados ao longo dos anos, e para isso estão conscientes de que precisarão expulsar os burocratas sindicais que transformaram o sindicato em apêndice dos desmandos dos governos, dos políticos e dos empresários em troca de privilégios e benesses para os dirigentes, amigos e familiares.

Nós achamos que esta greve exemplar e histórica pode servir de exemplo a toda classe trabalhadora brasileira. Por isso queremos sintetizar o que para nós são algumas de suas principais lições, para que efetivamente seja um exemplo, e a partir deste marco, os trabalhadores em todo o país possam dar passos adiantes contra as burocracias sindicais, contra os patrões e os governos.
Em primeiro lugar esta greve mostra como mesmo com sindicatos vendidos, burocráticos, é possível vencer. Esta vitória é possível se houver união e determinação dos trabalhadores. E os garis demonstraram isto exemplarmente. Em todos os oito dias, salvo quando grande parte da comissão resolveu abandonar a luta (quarta-feira, 5º dia de greve), não se via sequer uma discussão dura entre eles. A pré-condição para esta união está nos métodos democráticos, opostos aos sindicatos pelegos e burocráticos. A categoria decidia tudo, abertamente. E decidia em assembleia, e os membros da comissão tinham que obedecer e prestar contas. Estavam vigiados todo o tempo. Diferente de sindicatos, inclusive dirigidos pela esquerda, como o sindicato dos profissionais da educação do Rio de Janeiro (SEPE), que fazem conciliação e assinam acordos com órgãos do governo, da justiça e a patronal por fora da categoria, sem sequer passar por assembleia. Seus representantes não tinham autonomia nenhuma negociar ou assinar nada fora das assembleias.

Na quarta-feira de cinzas, quando a maioria da comissão que havia participado da negociação na Comlurb voltava para informar que o acordo era o mesmo de antes, do sindicato com a prefeitura e a empresa, e que a não aceitação incorreria em mil demissões (não mais 300), tentando com isso amedrontar e encurralar os garis para que aceitassem o acordo, vimos como a força e determinação desses trabalhadores pode passar por cima dessa manobra suja contra a greve. Os garis rejeitaram o acordo, vaiaram a maioria da comissão que agora vinha como “agente do inimigo” e retomaram o controle da greve, elegendo nova comissão e seguindo firme em sua luta. Quantas vezes temos visto até em sindicatos da esquerda dirigentes utilizarem desses discursos amedrontadores, chamando advogados para “enganar com falsas palavras”, para conciliar com a patronal e os governos em nome de uma falsa “responsabilidade” e “esperteza para recuar”. Os garis deram um exemplo espetacular de como controlar e revogar os dirigentes que enganam e mentem para evitar que as lutas sigam até verdadeiras vitórias e não acordos rebaixados!

Esta forma de auto-organização, com revogabilidade dos mandatos, até mesmo daqueles que “falam bem”, que são “lideranças” antigas da categoria e começam as lutas na linha de frente, é imprescindível para duras batalhas tal como a que os garis travaram. Os dirigentes sempre tendem a falar de “cautela” e “responsabilidade”, pregando a conciliação e não a luta firme e decidida que prepare verdadeiras vitórias e não “acordos”. Todos os sindicatos, mesmo os da esquerda, tendem à conciliação nos regimes democráticos burgueses. “Nos momentos agudos da luta de classes os aparelhos dirigentes dos sindicatos esforçam-se para se tornar senhores do movimento de massas com o objetivo de neutralizá-lo”, é o que se aprende no Programa de Transição, escrito pelo revolucionário russo Leon Trotsky para a fundação da IV Internacional, em 1938. A greve dos garis reafirma esses ensinamentos que até a esquerda que se diz trotskista abandonou na vida prática, preferindo agarrar-se ao aparato sindical e à legalidade sindical burguesa contra os comitês de greve e organizações surgidas diretamente das lutas e dos trabalhadores. Esta é a fonte da tendência à conciliação nos sindicatos. Os garis fizeram exatamente o que prega o Programa de Transição: em momentos de luta, principalmente dos trabalhadores mais explorados e precarizados, contra a conciliação dos dirigentes sindicais os trabalhadores “devem se esforçar constantemente não apenas em renovar o aparelho dos sindicatos, propondo audaciosa e resolutamente, nos momentos críticos, novos líderes dispostos para a luta, mas inclusive criar, em todos os casos em que for possível, organizações de combate autônomas que respondam melhor às tarefas da luta de massas... sem vacilar, caso seja necessário, em romper abertamente com o aparelho conservador dos sindicatos”. Foi exatamente isso que fizeram os garis, romperam com o sindicato que os havia abandonado e traído, criaram sua comissão controlada pelas bases e, assim, mostraram força, determinação e decisão para levar a luta até o fim, sem conciliação seja com a prefeitura, a empresa ou até mesmo a justiça do trabalho (que desta vez não impôs nenhum “acordo” mesmo com as ameaças das demissões). Os garis, assim, também mostraram que os trabalhadores só podem confiar em suas próprias forças como classe e não em políticos, patrões e “lideranças”. Que exemplo para todos os trabalhadores!

Porém, essas formas democráticas em si não garantiriam algo essencial. A decisão, persistência, abnegação. Sem algumas centenas que estavam lá na linha de frente dos piquetes e atos, todos os dias, sem esta espinha dorsal – uma vanguarda de centenas de garis conscientes e dispostos a vencer – a greve não seria vitoriosa. E isto só foi possível, pois peitaram as tentativas de dividi-los, peitaram a chantagem com as demissões (com a conivência da justiça do trabalho), peitaram as tentativas de minúsculos aumentos. E insistiram em sua pauta de R$ 1.200,00, vale refeição de R$ 20,00, 40% de insalubridade e a revogação de todas as demissões e punições. Diferente do que se costuma ver, os garis enfrentaram todas as pressões e ameaças e não apresentaram as famosas “contrapropostas” que até mesmo a esquerda, nos sindicatos, costuma fazer quando a luta se acirra e o governo ou a patronal endurecem. Os garis sabiam que tinham força e apoio suficiente na população (infelizmente, não nos sindicatos e na esquerda) para encarar a guerra que a prefeitura, a Comlurb, a justiça e o sindicato declararam. Souberam, inclusive, utilizar as negociações para costurar a vitória e não para conciliar e chegar a “um acordo bom para todas as partes”, pois sabiam que só pode haver acordo bom para os trabalhadores se for ruim para os patrões e os governos. Rejeitaram o acordo do sindicato com a prefeitura e a empresa, rejeitaram o acordo proposto pela Justiça do Trabalho e, assim, obrigaram todos esses inimigos a aceitar um acordo “bom para os garis” e muito ruim para o governo, os patrões, a Justiça do Trabalho e os burocratas sindicais. Nas próximas greves e lutas os trabalhadores brasileiros saberão que com decisão, determinação e união poderão vencer as emaças da justiça (demissões, ilegalidade das greves, multas etc.) que sempre estão a serviço dos patrões e dos governos. Outro exemplo de primeira ordem para as futuras lutas operárias!

Contudo, toda a justa comemoração não nos pode deixar de lembrar que o que não avança retrocede. Os garis impuseram uma derrota fortíssima ao governo Paes, à direção da Comlurb e à burocracia sindical. A empresa já não pode continuar sendo “dirigida” como antes, depois de tanta covardia e ofensas aos garis. Roriz, o presidente, Paes, o prefeito, foram derrotados e vão fazer de tudo para recompor as condições para aumentar a exploração e a ditadura na empresa. Com esta derrota eles sabem que não podem utilizar apenas a repressão e os ataques diretos, como fizeram na greve. Vão tentar “reconciliar” os garis com a empresa, pois do contrário não conseguirão manter a empresa sob controle, mesmo porque as conquistas dos garis não são suficientes para uma vida digna e as péssimas condições de trabalho vão continuar. A direção da empresa e a prefeitura reconhecem a derrota e sabem que não podem dirigir a Comlurb sem um sindicato atrelado a eles, como tem hoje, ou, na pior das hipóteses, um grupo de garis que gozem da confiança da maioria, mas trabalhe para a conciliação entre os garis e a direção da empresa. O principal perigo agora é não seguir com a organização nas bases e acreditar nos conciliadores e nos lobos em pele de cordeiro.

Os mesmos métodos democráticos e antiburocráticos utilizados na greve – controle e vigilância sobre as “lideranças”, toda decisão nas bases etc. – tem que continuar daqui em diante. Paes e Roriz virão com abraços, tapinhas nas costas, apertos de mão e fala mansa. Os lobos que atacavam durante a greve agora aparecerão como cordeiros para melhor enganar e iludir os garis e, assim, reconstruir a “normalidade” na empresa, isto é, fazer com que os garis trabalhem, se sintam satisfeitos e não continuem a se organizar para lutar diariamente contra as péssimas condições de trabalho, os desmandos das chefias e os baixos salários (R$ 1.100,00 não sustenta uma família dignamente).
Os garis devem continuar de olhos bem abertos com esses lobos em pele de cordeiro e também com alguns que foram combativos na greve – porque os garis não aceitariam conciliação e acordos com a empresa e o prefeito, como faz o sindicato –, mas que poderão vir com o discurso de “agora somos todos Comlurb”, “vamos reconciliar a empresa”, “o que passou, passou”. Este seria o caminho para fazer andar para trás a grande roda que os garis botaram para girar e que pode, isso sim, passar por cima dos burocratas sindicais, dos chefes, gerentes, presidente da Comlurb e prefeito, em prol de verdadeiras condições de dignidade no trabalho e na vida. Os garis mais conscientes devem considerar a importância de continuar mobilizados e organizados por baixo, assumindo todo o poder de decisão, debatendo a necessidade de formar comissões de garis nas gerências, eleitos por todos os trabalhadores que não têm cargos de chefia, com mandato revogável (pisou na bola, sai fora), delegados sindicais ou outras formas de organização democrática e combativa dos garis. Só assim os garis poderão enraizar a sua organização em todas as gerências, fortalecer a união e a força para continuar suas lutas.

Estas são algumas breves e inicias lições desta greve histórica. Nos orgulhamos de junto aos companheiros da Juventude às Ruas e do Grupo de Mulheres Pão e Rosas, no Rio de Janeiro, em pleno carnaval, e em todo o país, ter colocado nossa força militante a serviço da Greve dos Garis, confiantes de que havia um fenômeno especial para a classe operária brasileira. Diferente de toda a esquerda carioca que preferiu “curtir o carnaval”, demonstrando o quão adaptada está ao senso comum e aos “calendários” do regime burguês e sindical, por acreditar que a luta de classes não tira férias nem recessos, estivemos todos os dias, mesmo antes de iniciada a greve, junto com os e as garis, buscando todas as formas de ajudá-los a vencer. A campanha de solidariedade que iniciamos na internet, com fotos e declarações de trabalhadores petroleiros, metroviários, professores, metalúrgicos, funcionários da USP, bancários, entre outros, gerou tremenda simpatia e alegria entre os e as garis, e até mesmo a imprensa se viu obrigada a dar destaque especial. Sabíamos que a solidariedade operária e popular, nacional e internacional, era de grande importância para transformar a greve dos garis em uma “causa nacional”, assumida e apoiada por milhões em todo o país, de modo a enfrentar a bateria reacionária da prefeitura, da empresa e também da mídia.

Nossa convicção, desde o início, era de que os garis podiam vencer, e assim expressamos em nossos boletins e nas ideias e táticas que propusemos nesta luta. Ficamos por demais orgulhosos de ter sido parte real desta luta operária, de ter visto nossos boletins sendo assumidos pelos garis como “tudo aquilo que queríamos falar para os outros ouvirem”, como nos diziam. Nosso orgulho também foi grande em poder contar com mostras práticas de internacionalismo proletário prático de companheiros e companheiras classistas e revolucionários de outros países, como Argentina e Estado Espanhol, que se solidarizaram com os garis. Cada foto e manifestação de solidariedade dos parlamentares do PTS argentino (integrante da FIT), das operárias da fábrica Panrico em Barcelona comoviam e emocionavam os garis. Um jovem gari, agradecendo essa solidariedade internacional, nos escreveu: “a solidariedade não tem distâncias”. Expressava, à sua maneira, o que para nós é um princípio revolucionário: “a classe operária é internacional, não tem fronteiras de profissão, sindicatos ou países”. Portanto, para nós, marxistas revolucionários, cada luta dos trabalhadores é nossa luta, e deve contar com toda solidariedade e apoio para vencer, fortalecendo a classe trabalhadora em todos os países na luta contra a exploração capitalista. Como dizia Karl Marx: “Proletários de todos os países, uni-vos!”

Com os garis muitos aprenderam que podemos vencer. Podemos varrer as burocracias sindicais, pois só assim é possível derrotar governos e patrões. Por isso dizemos em todo o país: os garis mostraram o caminho; os garis venceram; façamos como eles!

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