Domingo 19 de Maio de 2024

Internacional

Frente a um confronto aberto

21 Aug 2011 | A proposta do governo que foi entregue na quarta 17/8, só reafirmou sua política de manter a educação pinochetista-concertacionista, mas maquiada: mantêm a municipalização administrada de modo diferente; reforçam o negócio dos bancos: baixam a taxa de juros do CAE de 6% pra 2% mas asseguram aos bancos que o Estado as pagará; falam de uma reforma constitucional que mencione a qualidade da educação, em uma Constituição que todos rechaçam; e sobretudo, rechaçam novamente a demanda de gratuidade. A mobiliuzação de 250.000 da chuvosa quinta 18/8 novamente voltou a rechaçar a proposta do governo. E novas mobilizações se preparam para chegar na Greve Nacional convocada pela CUT no dia 24 e 25. As duas forças se endurecem, e se encaminham para um confronto mais aberto.   |   comentários

A direita endurece sua política: não a educação gratuita

A direita diz a si mesma que sua proposta responde as demandas do movimento. Surda.
A direita diz que já respondeu e que agora se discuta no Congresso. Cega.
A direita diz que os intransigentes são os estudantes, e que isso levou ao golpe. Muda.
E reafirmam que a educação gratuita é impossível. Não estão dispostos a fazer nenhuma concessão séria.
Preparam assim um choque mais aberto com os estudantes mobilizados. A dias da Greve Nacional de trabalhadores convocado pela CUT.

A Concertación quer jogar aos (falsos) "amigos do povo", e não tem com quê

A Concertación se esforçou pra voltar a jogar o papel dos falsos amigos do povo; discursaram contra o Governo, denunciaram a repressão, etc. Por sua vez convocavam, juntos, o UDI Melero e o PPD Girardi à mesa de negociação parlamentar. Mas a Concertación por si mesma não tem nada a oferecer, e o governo endurecido não está disposto a ceder nada sério, negando nos fatos qualquer possibilidade de aproximação via parlamento. Assim, Girardi se viu pressionado a sair da mesa parlamentária, dizendo que o Governo apresenta projetos unilaterais (sem consenso com os "atores sociais") e que não dá garantias.
Um Governo débil que se endurece, um Parlamento débil que fica aéreo, segue aberto o enfrentamento social, e quando parecia encontrar um caminho de desvio, volta a uma rota de coalisão.

As direções estudantis: o sim à educação gratuita e o caminho para alcança-la

O endurecimento do governo, a proposta cosmética, e a nova resposta da mobilização de quinta 18/8, que volta a aparecer como uma prova de forças, obriga as direções estudantis majoritárias, que promoviam um plebiscito, que queriam aceitar a mesa de diálogo parlamentar, que defendiam que a educação gratuita fosse apenas em perspectiva, a ter que rejeitar o plebiscito, a ficar sem mesa parlamentar pra ir e a ter que elaborar um documento pela educação gratuita.
Mas esta luta não poderá avançar através de reuniões fechadas da CONFECH, que permite os giros permanentes do PC ao desvío (mesa parlamentar, plebiscito, educação gratuita em perspectiva, etc). O CONFECH deve funcionar em base a delegados revogáveis eleitos por assembléia e com mandato.
Negando a fazê-lo, devemos por em pé coordenadoras de delegados que defendam como demanda mínima a educação gratuita agora.
A colisão novamente está em curso. E a vitória é possível. O movimento estudantil pode derrubar esta trincheira da classe patronal e da obra da ditadura que aprofundou a Concertación e agora continua a direita. Mostra um caminho que os trabalhadores podem e devem recorrer.
Esta quarta e quinta 24 e 25/8 a CUT convocou uma Paralisação Nacional. Nada fez para prepará-la, e levanta a necessidade de recuperar a CUT para uma política classista, democrática e combativa deslocando os dirigentes do diálogo social.
Neste caminho, há que colocar de pé um Comitê Nacional de Greve com delegados de base das assembléias de sindicatos, e aberto a esquerda e as organizações estudantis, de moradores e sociais. A CUT até agora não moveu um dedo: é necessário convocar Assembléias Operárias-Estudantis-Populares para avançar por este caminho. Para esta luta devemos construir uma esquerda operária e socialista como a que lutamos por construir desde o Partido de Trabajadores Revolucionarios- Clase contra Clase.
Neste 24 e 25, trabalhadores e estudantes devemos transformar-lo em uma grande jornada de greve e mobilização nacional que torça a vontade do governo, impondo as demandas desta luta, começando por educação gratuita agora; abrindo o caminho a luta por uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana baseada na mobilização de todo o povo trabalhador.

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