Domingo 28 de Abril de 2024

Juventude

UNICAMP

Forjar um movimento estudantil combativo e pró-operário para questionar a universidade de classe

24 Nov 2011   |   comentários

É com a garra dos trabalhadores da Unicamp nesta greve histórica e aprofundando a importante volta do movimento estudantil pró-operário do IFCH que se manifesta em outros institutos, que devemos nos unificar com os estudantes da USP em luta e construir uma forte campanha pela retirada dos processos contra os 73 presos políticos e ampliar a solidariedade a greve dos trabalhadores, colocando-se na linha de frente contra qualquer repressão.

Contra o ceticismo do DCE dirigido pela Rosa do Povo/PSOL, que se colocou contra as medidas concretas para organizar e coordenar a solidariedade estudantil, voltando grande parte de suas forças para as eleições da entidade(lógica reproduzida em menor escala pelo PSTU), que somente chama uma nova assembléia geral quase 1 mês depois da mobilização dos trabalhadores, espontaneamente os estudantes mostram sim que existe enorme disposição e sensibilidade com diversas ações em solidariedade aos trabalhadores em greve. E não somente a eles: desde a ocupação da reitoria da USP, os estudantes do IFCH já demonstravam sua solidariedade; posteriormente, frente a repressão, fizeram caravanas e atos do conjunto dos estudantes da Unicamp em solidariedade à luta da USP, que ganharam as páginas dos jornais do país – mostrando a potencialidade política que o movimento estudantil vem ganhando.

Temos buscado colocar todos os esforços da Juventude As Ruas, desde o IFCH, Instituto de Artes e Economia para fortalecer e coordenar essa luta. Está mais do que na hora de romper com a passividade e as direções que não atuam efetivamente contra esse projeto de universidade que na Unicamp se concretiza na terceirização, contratos diferenciados como a FUNCAMP, presença de patrulheiros em postos de trabalhos administrativos por salários de miséria para juventude. Programas com o discurso de democratização ao acesso para a juventude das escolas públicas de Campinas, através do PROFIS[1], ao mesmo que aprofunda a parceria público-privada através de programas como o INOVA[2], com o objetivo impulsionar pesquisas para a geração de produtos e processos inovadores para a produção capitalista. Uso da repressão para conter a organização dos estudantes e trabalhadores, como os processos sobre 9 trabalhadores da Unicamp, entrada da PM na moradia, ameaças da polícia de fechamento da rádio muda, e a presença de câmeras por toda Unicamp ligadas diretamente à guarda municipal.

Fazemos uma crítica ao PSTU que vem girando todos os seus esforços em torno do “plebiscito pelos 10% do PIB”, como se esta fosse a tarefa central para combater este projeto de universidade. Defendemos também a bandeira dos 10% do PIB para educação, mas achamos que deva ser arrancado à partir de um programa que de fato questione e combata este projeto de universidade, para que mais verbas sejam efetivamente para uma outra universidade desta vez a serviço dos trabalhadores e do povo. Para isto a prioridade são as tarefas reais das mobilizações que ocorrem neste momento, sendo necessário a construção de uma forte juventude revolucionária, que assuma como sua a luta dos trabalhadores da UNICAMP e de maiores passos na campanha pela retirada dos ilegais inquéritos aos 73 presos políticos da USP.

Uma fração realmente pró-operária que questione a burocracia acadêmica e a falta de democracia, que defenda o programa da efetivação dos terceirizados (sem concurso público), lute pela permanência estudantil (moradia) e contratação de professores e funcionários, ligando essas demandas a um programa de democratização radical da universidade, combatendo um de seus pilares fundamentais que é o filtro social do vestibular. E ao mesmo tempo defendendo incondicionalmente a educação pública gratuita e de qualidade em todos os níveis para toda a juventude, lutando contra o governo estadual e federal que privatizam a educação e beneficiam grandes monopólios (como Anhanguera, segundo maior monopólio privado do mundo), com altas mensalidades pagas pela classe trabalhadora. Defender o direito democrático de acesso a universidades a todos só pode ser alcançado com a defesa do fim do vestibular e estatização das universidades privadas, começando pelos monopólios, pois só assim poderemos ser conseqüentes na luta pelo acesso de todos os jovens às universidades públicas.

Um chamado a construção de uma juventude revolucionária!

As lutas na Unicamp e na USP são embriões e se relacionam com processos de lutas da juventude no plano internacional, influenciados pela forte crise econômica, que pouco a pouco começam a se expressar e romper o véu do “Brasil potência”, aparecendo o movimento estudantil como caixa de ressonância de contradições mais profundas em nosso país para o próximo período.

É nessa perspectiva que temos construído a chapa “Nosso canto é navalha!” nas eleições do CACH e que chamamos a todos os jovens a construir a Juventude às Ruas na Unicamp, uma forte juventude revolucionária na defesa de uma universidade a serviço da classe trabalhadora. Nossa tarefa imediata é construir na prática essa juventude no combate vivo pelo triunfo da greve dos trabalhadores e a campanha pela retirada dos inquéritos dos 73 presos políticos na USP.

[1]http://www.prg.unicamp.br/profis/

[2] Ler: “As universidades inovadoras a serviço do “Brasil potencia””, texto escrito por Biro, estudante do IFCH e Flávia Adamski do IE, militantes da Juventude às Ruas. No blog: http://cephs.blogspot.com/2011/11/as-universidades-inovadoras-servico-do.html

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