Sábado 20 de Abril de 2024

Educação

Professores e funcionários da Educação no Paraná dão o exemplo

12 Feb 2015   |   comentários

No dia 12 de fevereiro, os professores da rede estadual que começaram uma greve que se estendeu a praticamente todos os trabalhadores da Educação, com 100 mil professores e trabalhadores parados, impediram uma vez mais a votação de uma série de ataques que o governo do estado quer impor.

Em greve desde o dia 9 de fevereiro, os professores do Paraná deram mais um exemplo de sua disposição de defender a Educação, e seus direitos. No dia 12 de fevereiro, os professores da rede estadual que começaram uma greve que se estendeu a praticamente todos os trabalhadores da Educação, com 100 mil professores e trabalhadores parados, impediram uma vez mais a votação de uma série de ataques que o governo do estado quer impor. Grades, repressão e ameaças não detiveram esses professores, que estão acampados na Assembleia Legislativa desde o início da greve geral das escolas, que conta com 100% de adesão. Tratou-se de um dia que a própria imprensa denominou como “histórico”.

Tal como acontece em São Paulo, o governo do estado chefiado por Beto Richa, também do PSDB, fechou salas, demitiu milhares de professores e funcionários temporários das escolas, atrasou o pagamento de salários. Além disso, queria votar o corte do anuênio dos funcionários estaduais, alterar as regras da previdência e congelar um quarto do orçamento. Em outras palavras, quer descarregar sua alegada crise orçamentária sobre os professores e dos trabalhadores da Educação, impondo um verdadeiro pacote de austeridade. Dessa maneira, mostra-se como no quesito ataque à Educação, o governo do estado do Paraná nada deve ao governo de São Paulo, cuja política aplicada vem sendo exatamente a mesma. Vale ressaltar que isso ocorre ao mesmo tempo em que no âmbito federal corta-se 7 bilhões de reais do Ministério da Educação, o que demonstra a falácia do lema de Dilma de “Pátria Educadora”.

Mas a resposta a esses ataques não tardou no Paraná. Em uma greve fortíssima, que deve contar agora com a adesão dos trabalhadores da saúde, os educadores ao lado a outros trabalhadores do estado, cercaram hoje as entradas da Assembleia Legislativa, onde novamente se tentaria votar esse pacote de ataques. E a repressão mandada pelo governo do estado, militarizou completamente o Centro Cívico da capital do Paraná. Mesmo com as armas apontadas pela polícia, as bombas de gás, multa de 10 mil reais por hora em que permanecerem na Alep, e todo um arsenal repressivo amparado por um mandato de reintegração de posse que obriga os professores a saírem, esses hoje obtiveram uma imensa conquista, e impediram novamente a votação dos ataques.

Com isso, o movimento mostra sua força, e indica o caminho que deve ser seguido pelos trabalhadores de todo o país, que sofrem com os pacotes e ajustes dos governos, tanto em âmbito federal como nos estados. Ao contrário de se amedrontarem, os professores furaram o cerco policial, impediram a votação, e declararam que seguirão acampados até que o pacote de ataques seja efetivamente retirados. Uma nova votação foi marcada para a segunda-feira após o feriado de carnaval. Frente à força da greve, o governo de Beto Richa foi obrigado a retirar o pacote de ataques. Muito moralizados, em uma cena impressionante os trabalhadores e professores gritavam aos deputados, que chegaram escoltados pela polícia: “saiam de camburão”. A greve continua pelos pontos de pauta que ainda seguem sem resposta.

A partir dos professores da LER-QI, que integram o Professores pela Base – Movimento Nossa Classe, saudamos entusiasticamente essa importante greve, que já se configura como uma luta emblemática para os trabalhadores do país. É preciso impulsionar a mais ampla e ativa campanha de solidariedade, para que essa greve, apoiada na importante vitória conquistada em 12/02 conquiste a totalidade de suas demandas. Os professores e trabalhadores das demais regiões do país precisam avançar para seguir no caminho aberto pelos educadores, e demais setores mobilizados no Paraná. Por mais que a oposição parlamentar petista do Paraná esteja agora buscando capitalizar o recuro imposto ao governo tucano, esse é produto da determinação dos 100 mil trabalhadores e educadores. É de lutas dadas com essa disposição que virá a conquista de uma Educação pública, gratuita e de qualidade para todos, e o atendimento das demandas mais importantes dos professores, e demais trabalhadores da Educação.

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