Palavra Operária

O povo haitiano tem sentido todo o peso da militarização do Mundo promovida a partir da agenda neoconservadora de Bush e sua coalizão imperialista. No Haiti a intervenção foi chamada pela ONU e os defensores do Imperialismo de “missão de paz” , mas na verdade não é menos que uma brutal intervenção que partiu da deposição do ex-presidente Aristide a mando direto da Casa Branca, num momento em que o povo se sublevava nas ruas contra a situação de extrema miséria em que estão submetidos, e culminou com a ocupação pelas tropas da ONU no meio do ano passado. O fato mais interessante, no entanto, é que os imperialistas confiaram o comando da “missão de paz” ao governo e ao exército brasileiro.

Lula e seu governo não hesitaram e aceitaram de bom grado o convite de seus amigos imperialistas Bush e Chirac para assumir o trabalho sujo de “manter a ordem” na ilha, o que significa usar das balas contra o povo faminto e revoltado do Haiti. Obviamente que a miséria e a fome, produto de anos de domínio imperialista sobre essa ilha, estão longe de serem abolidas por meio de qualquer tipo de “ajuda humanitária” . As revoltas, saques e greves seguem sendo cada vez mais a resposta justa do povo haitiano a sua profunda opressão e exploração, como demonstrou a greve geral de uma semana em Porto Príncipe no mês de Dezembro. É para reprimi-las que estão lá as tropas brasileiras e da ONU.

Apesar dos discursos e declarações do ministro Amorim e de Lula de que “se opõem à repressão” , não se pode esconder que estão lá para cumprir o objetivo da ONU de conter a revolta generalizada das massas e garantir a manutenção de regimes e governos que atendam aos interesses do Imperialismo - para isso programam uma eleição até o fim de 2005 - para que o Haiti siga sendo uma semicolónia, submetido às piores condições de penúria.

Somente os trabalhadores e o povo haitianos podem dar uma saída justa para sua situação de penúria, se auto-organizando e levantando uma alternativa própria de poder que parta de suas reais demandas como a independência nacional frente ao imperialismo, reforma agrária, expropriação e nacionalização das empresas sob controle dos próprios trabalhadores. A saída para o Haiti e seu povo é sua autodeterminação que exige a expulsão imediata das tropas da ONU, e nós trabalhadores brasileiros, devemos ser os primeiros a nos solidarizarmos com nossos irmãos haitianos e exigir que o governo pró-imperialista de Lula e do PT retirem já as tropas brasileiras do Haiti!

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