Segunda 29 de Abril de 2024

Nacional

Uma política operária para responder à podridão do regime

23 Oct 2007   |   comentários

Apesar do apoio de Lula, do PT e da coalizão governista, Renan finalmente teve que tomar uma licença. Os esforços feitos não foram por seus “colegas” não foram suficientes e Renan teve que se colocar de lado. Agora começou outro escândalo no Congresso, desta vez pela sucessão, por quem ocupará a Presidência do Senado, onde se fazem tantos bons negócios.

A podridão envolvendo principalmente o Congresso, mas também as demais instituições do regime de domínio e o Governo é cada vez mais descarada, não só através dos sucessivos escândalos de corrupção, mas no verdadeiro deboche dos parlamentares sobre a população em absolver os corruptos e ao mesmo tempo aumentar seus próprios salários e votar leis que atacam os trabalhadores e o povo.

Desde o escândalo de “mesalão” , vai ficando claro para o povo que deputados e senadores recebem grana em troca de favores para votar leis necessárias para o governo. É que a maioria dos funcionários da Câmara e do Senado são representantes dos capitalistas e são contrários aos interesses dos trabalhadores e o povo. E por isso eles têm muitos privilégios. Além de seus salários serem equivalentes a 10 salários de um funcionário ou um professor, recebem pagamentos adicionais para votar as leis do governo e utilizam o dinheiro público em seu próprio beneficio. Isso mostra que a corrupção não é um caso isolado de “maus” parlamentares e sim uma característica orgânica do Estado capitalista e da “democracia dos ricos” .

Para nos, socialistas revolucionários, o único modo de definitivamente acabar com a corrupção é acabando com este Estado e colocando de pé um governo dirigido pelos trabalhadores e o povo baseado na auto-organização e na auto-determinação das massas exploradas e oprimidas.

Entretanto, obviamente, as amplas massas do país, estão distantes desta saída, pois não compartilham o horizonte de uma revolução e ainda confiam em grande medida em uma melhoria gradual de suas vidas na “democracia” burguesa. Mas os trabalhadores e o povo estão revoltados com a corrupção.

É necessário que a classe operária assuma em suas mãos as tarefas democráticas e apresente uma alternativa. A CUT e o PCdoB apóiam a política do PT de convocar uma assembléia constituinte para discutir exclusivamente a uma reforma política com o objetivo de melhorar a imagem das instituições do regime. Os trabalhadores têm que lutar pela mais ampla democracia, levantando a demanda de Assembléia Constituinte Livre e Soberana para discutir não só a reforma política, mas todos os problemas do país.

Contra o “Congresso do mensalão e de Renan” , contra a proposta de “Constituinte exclusiva” do PT, devemos chamar os trabalhadores a impor pela força das greves uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana, com deputados eleitos considerando o Estado como distrito único, com um sistema eleitoral que permita a todo trabalhador ou camponês pobre se candidatar apoiando-se nas suas organizações de luta (sindicatos, associações, movimentos sociais) para apresentar-se e fazer campanha, com mandatos revogáveis a qualquer momento e um salário igual ao de um professor ou um operário especializado. Uma Assembléia de câmara única que, concentrando os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, discuta todos os problemas estruturais do país como a reforma agrária, o desemprego, o salário mínimo, a relação do pais com o imperialismo, a dívida externa etc.

Se chega-se a instalar uma Assembléia Constituinte, a partir da luta por uma reforma agrária radical, pela expulsão do imperialismo, pelo fim do desemprego, pela punição e o confisco dos bens dos corruptos etc., os trabalhadores poderão perceber que o real poder na sociedade capitalista não reside no parlamento e sim no poder económico e militar da burguesia, avançando na consciência da necessidade de constituir organismos de auto-determinação das massas e milícias operárias e camponesas para lutar por seus interesses.

Esta política poderia se transformar em realidade se a Conlutas e a Intersindical por ela lutassem, pela influência que têm sobre setores minoritários mas significativos da classe trabalhadora. Entretanto, infelizmente, o PSOL (que dirige a Intersindical) PSTU (que dirige a Conlutas) têm políticas distintas para enfrentar essa situação, para avançar temos que abrir o debate.

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