Segunda 29 de Abril de 2024

Movimento Operário

Um programa operário independente para armar a Conlutas

11 Dec 2007   |   comentários

A primeira questão que se coloca e que esteve praticamente ausente nas lutas ao longo do ano é a necessidade de unificar e coordenar as lutas para que nenhuma fique isolada. Ao mesmo tempo, uma das principais necessidades dessa unificação é a luta contra a repressão e em defesa do mais amplo direito de greve e de organização.

A principal tarefa da Conlutas e da Intersindical é unificar essa vanguarda para enfrentar os grandes ataques que estão por vir, como a reforma trabalhista e da previdência, se baseando nos métodos da classe operária como piquetes, greves, ocupações, atos massivos organizados a partir de cada local de trabalho e estudo. É preciso desde já começar a preparar para o final de janeiro um encontro nacional de delgados de base para organizar um plano de ação comum entre todos esses setores e para discutir como devemos nos dirigir às bases da CUT e demais sindicatos, em torno de quais propostas concretas de mobilização comum e qual programa que devemos levantar nestas mobilizações para desmascarar a política da burocracia governista.

É preciso, para isso, ir forjando um programa baseado na independência de classe, que possa servir para unificar o conjunto da classe trabalhadora e que supere “as bandeiras históricas do PT” , bandeiras de conciliação de classe que só nos trouxeram derrotas. Contra a política da CUT, de apoio ao governo Lula e de pressão pela mudança da política económica, precisamos opor um programa que atenda ás necessidades dos setores mais explorados dos trabalhadores e do povo pobre. Isso é fundamental ainda mais quando temos que combater os ataques de um governo extremamente popular entre as camadas mais pobres e que tenta apresentar os funcionários públicos e os trabalhadores sindicalizados como uma elite de privilegiados. Os ataques mais profundos do governo Lula, como a reforma trabalhista, afetam principalmente os trabalhadores com carteira assinada. Para evitar a divisão entre trabalhadores com e sem carteira é preciso ligar a luta defensiva contra as reformas de Lula, com uma luta ofensiva contra o trabalho sem carteira, contra o desemprego (redução da jornada sem redução de salário) e por um salário mínimo que atenda as necessidades básicas de uma família. Na luta contra as privatizações, a principal tarefa dos sindicatos anti-governistas é a organização dos trabalhadores das empresas privatizadas em torno da luta pela re-estatização das empresas privatizadas sob controle dos trabalhadores e do não pagamento das dividas interna e externa como forma de garantir os investimentos para as obras de infra-estrutura.

Só assim os setores mais avançados poderão ganhar a confiança do conjunto da classe trabalhadora e do povo pobre.

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