Quinta 16 de Maio de 2024

Nacional

As tarefas da Assembléia Popular

Romper com o reformismo petista e assumir a luta por um pólo classista e uma política independente

25 Aug 2005   |   comentários

Constituída a partir de setores de esquerda do PT e da CUT, a Assembléia Popular lançada na reunião do dia 9 de julho em São Paulo, vem se constituindo num ponto de atração de setores classistas que se opõem ao governo Lula, mas estão fora da Conlutas. Já na sua primeira reunião ficou evidente a necessidade de unificação dos setores classistas em um pólo nacional. Porém, nesta reunião, por política das direções que mantêm o velho “modo petista” de buscar “consenso” entre as correntes por cima das reais necessidades da luta, não foi aprovada a proposta de um Encontro Nacional Popular e da Esquerda a ser realizado nos próximos dias 24/25 de setembro em São Paulo.

Defendemos que este encontro deveria ter um caráter classista, procurando organizar os setores mais amplos da classe trabalhadora a partir dos locais de trabalho, estudo e atuação política, com a eleição de delegados de base que expressem verdadeiramente a vontade dos trabalhadores e lutadores sociais.

Por outro lado entendemos que a Assembléia Popular não pode estar submetida aos rumos e prazos do desenvolvimento da crise das correntes pe-tistas no interior do PT. Quanto mais cedo nos organizarmos como pólo clas-sista, mais teremos chance de atrair os mais amplos setores das massas que se desiludem com o governo Lula, o PT e as direções traidoras.

Nesta Assembléia Popular deve-se fazer um amplo balanço da experiência da trajetória petista para permitir de uma vez por todas a ruptura com esta velha tradição de conciliação de classes e defesa da democracia burguesa, na perspectiva de construir novas ferramentas para a organização dos trabalhadores. A primeira dessas ferramentas é a construção de um pólo classista, antiburocrático e antigovernista, que dotado de um programa operário defenda uma saída para a crise que atenda aos interesses das massas e combata a causa da miséria e corrupção ’ a democracia dos ricos e a exploração capitalista.

Outra questão que a Assembléia Popular precisa discutir é a organização política da classe trabalhadora. Neste ponto defendemos a constituição de um Partido Operário Independente (POI), que baseado nos sindicatos e demais organizações de massas, dirigido pelos próprios trabalhadores, possa superar a experiência do PT e constituir uma ferramenta para a organização classista e independente dos trabalhadores.

No plano político entendemos que a Assembléia Popular deve assumir e lançar uma campanha de massas pela mobilização que imponha uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana, com milhares de deputados eleitos e revogáveis que recebam o salário de um operário médio, com plenos poderes para dissolver este Congresso de corruptos e decidir sobre os principais e fundamentais problemas do país e do povo pobre.

Entendemos que os setores que estão organizando a Assembléia Popular devem fazer um amplo chamado às forças classistas de oposição ao governo Lula, como a Conlutas; bem como dirigir-se aos milhões de trabalhadores que estão organizados nos sindicatos da CUT e no MST exigindo que suas direções, sob pena de expulsão, rompam com o governo Lula, o PT e a patronal para que estas organizações de massas estejam a serviço da luta revolucionária contra a exploração capitalista.

A LER-QI seguirá defendendo a unificação e mobilização dos setores classistas em um pólo antigovernista e antiburocrático, dotado de um programa operário que atenda às demandas da classe trabalhadora e do povo pobre, mas esta unidade só pode ser progressiva se expressar a independência de classe e a defesa intransigente dos interesses dos trabalhadores, a oposição ao governo Lula, à patronal e a este regime de miséria e corrupção, dando passos efetivos na organização política independente dos trabalhadores com seu próprio programa que atenda às reivindicações imediatas e históricas contra a exploração capitalista.

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