Palavra Operária

Desde setembro estudantes e professores da Universidade Federal de Rondônia estão em greve por melhores condições de trabalho e estudo frente ao processo de precarização em curso na universidade, fruto da política de expansão precária do Governo Federal através de programas como o REUNI. Por não ter nenhuma de suas reivindicações atendidas, os estudantes ocuparam a Reitoria e ligaram as demandas de assistência estudantil, contratação de funcionários ao questionamento da administração da Universidade que tem laços orgânicos com partidos da base aliada do governo, como o PMDB, chegando a provocar a renúncia do reitor.

Frente a isso, a Reitoria da universidade, com aval do governo, acionou a Polícia Federal para tentar, brutalmente, desocupar o prédio da Reitoria. No dia 21/10, efetuaram a prisão do professor Valdir Aparecido do Departamento de História. Além disso, mais 2 estudantes foram presos simplesmente por portarem materiais que faziam alusão a greve, criando-se um clima de terror dentro da Universidade. Como se não bastasse tudo isso, frente a esse cenário policialesco instaurado por uma Reitoria que se perpetua há mais de 10 anos na direção da Universidade, ameaças de morte a grevistas começaram a ser espalhados citando os nomes dos lutadores com os seguintes dizeres: “Não adianta cantar vitória antes do tempo, muita água ainda pode rolar... Seguem alguns nomes que podem descer na enchente do Rio”. Outra estudante que faz parte do comando de greve, ao chegar na sua casa, também foi ameaçada por dois homens encapuzados que diziam que iria morrer em breve.

Nós da LER-QI e da juventude às Ruas nos colocamos em plena solidariedade a luta dos estudantes e professores da UNIR e nos colocamos contra qualquer tipo de repressão aos lutadores. Chamamos a todos os ativistas, intelectuais, sindicatos e entidades estudantis a forjar a mais ampla unidade em defesa dos lutadores da UNIR. O governo Dilma deve fazer com que cessem as ameaças aos estudantes e professores da UNIR e será responsável frente a qualquer atentado que ocorra contra estudantes e professores em luta visto os estudantes já terem contatato formalmente a Casa Civil do governo assim como o Ministério da Educação sobre as ameaças. Assim como na USP, a política de criminalizar os lutadores é o meio que se utiliza para impor um projeto de universidade voltado aos interesses dos capitalistas. Governo Dilma e MEC devem parar as ameaças!

Artigos relacionados: Juventude , Direitos Humanos