Palavra Operária

Hoje, 26 de fevereiro, no Fórum Criminal da Barra Funda, será julgado por crime de desobediência, incitação ao crime e associação criminosa, Fabio Hideki Harano, trabalhador e estudante da USP e diretor do CDB (Conselho Diretor de Base do SINTUSP).

Fábio é amplamente conhecido na comunidade do Butantã, pois, durante os anos de estudos e trabalho na USP, preocupou-se em lutar contra as opressões e exploração a que estavam submetidos trabalhadores, mulheres, negros, homossexuais, transgêneros, e todo aquele que é oprimido em nossa sociedade.

Injustamente preso durante um ato pacífico contra os escandalosos gastos com a Copa do Mundo, foi vítima de provas forjadas pela polícia civil. Alegavam eles que Fábio, reconhecidamente pacifista, portava material explosivo.
Diversos protestos aconteceram pedindo sua soltura imediata e denunciando a forja das evidências. Durante a histórica greve da USP, da qual também Fábio participava ativamente, os trabalhadores incorporaram as suas pautas a liberdade de Fábio.

Vídeos que mostravam o momento da prisão de Fábio e a revista de sua mochila, deixavam claro que ele não portava qualquer tipo de material explosivo. Figuras reconhecidas da sociedade, como o Padre Julio Lancellotti, que estava com Fábio no momento de sua prisão e presenciou a revista de sua mochila, clamavam sua inocência. “Eu vi tudo, foi forjado”, denunciava o padre. No entanto o padre, testemunha ocular dos fatos, não será ouvido hoje no fórum. As únicas testemunhas são as de acusação, todos policiais.

Passou-se 45 dias de prisão até que a perícia atestasse o que a sociedade já sabia: Fábio não portava nenhum explosivo. Ainda assim, hoje mais um ato deste teatro do absurdo se desenrola.

Esperemos, ainda que descrentes na justiça burguesa, que Fábio seja justamente inocentado.

Momento da prisão e revista da mochila de Fábio Hideki
https://www.youtube.com/watch?v=Br6...

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