Quinta 2 de Maio de 2024

Movimento Operário

Propostas contra a burocratização dos sindicatos

02 Jul 2008   |   comentários

1. O PSTU, direção majoritária da Conlutas, propõe que este congresso discuta a luta contra a burocratização nos sindicatos.
O caráter classista dos sindicatos se prova, em primeiro lugar, na sua postura perante o Estado dos capitalistas. A plena independência dos sindicatos diante do Estado é um principio elementar.
Que o Estado burguês tire as suas mãos das organizações operárias! Pela independência de suas instituições (leis, tribunais, ministérios etc.)!
Abaixo o imposto sindical e as contribuições obrigatórias. Pagamento voluntário das mensalidades sindicais, arrecadadas em assembléias e não por descontos em folha (dependência dos patrões)!

2. Porém, o estado burguês não controla os sindicatos só através de suas instituições, mas também corrompendo seus dirigentes. Por isso, a luta contra a burocratização dos é uma luta pela democracia operária e pelo controle efetivo da base sobre os dirigentes.
Ampla democracia sindical. Assembléias resolutivas, reuniões de diretoria abertas, comissões de fábrica e comitês de delegados com mandato das bases!
Nenhum acordo pode ser assinado sem aprovação da base!
Todos os cargos diretivos são revogáveis pelas assembléias!

3. Hoje, quando a classe operária está dividida entre efetivos, contratados e precarizados (com direitos e salários diferenciados) o classismo dos sindicatos também se mede pela sua atitude em relação às camadas mais exploradas.
Unidade das fileiras operárias! Igualdade de direitos dos operários mais explorados com os efetivos! Pelo direito dos precarizados se organizarem e terem representantes nos sindicatos e comissões de fábrica junto com os efetivos!

4. Não basta fazer só campanhas, pois a fonte da burocratização está nos privilégios dos dirigentes. Um dirigente que não trabalha já é um privilegiado, por mais que se dedique à “causa proletária” . Muitos sindicalistas se escondem atrás da sua experiência e capacidade política para ficar anos sem trabalhar, apenas “dirigindo” . Esse privilégio tem que acabar.
Todos os dirigentes que estão há anos liberados devem retornar ao trabalho!
Nenhuma liberação deve ser decidida por “consenso das correntes” . Assembléias soberanas para discutir a liberação dos dirigentes, o tempo e as condições!

5. Por fim, a Conlutas nasceu da luta contra o atrelamento da CUT ao governo e ao Estado. Portanto, para que continue sendo antiburocrática é preciso que este I Congresso tome uma resolução contra a política da direção que tem levado a rebaixar o programa para participar de chapas com correntes da CUT (PT) e da CTB (PCdoB). No sindicato dos professores do RS (CPERS) a Conlutas (PSTU e outras correntes) se aliaram à CUT e a correntes do PT para formar a Chapa 1 (com a Intersindical ’ MES-MTL). Esta chapa, óbvio, não denunciava o governo Lula nem a burocracia traidora da CUT, em nome da “unidade” com a DS e os petistas. Também nos bancários de São Paulo, onde o PSTU é majoritário na Oposição, se repetiu esse “oportunismo sindical” , com uma chapa tendo na cabeça uma ex-dirigente do sindicato cutista e, por isso nos materiais não aparecia a denúncia do governo Lula, do PT e da CUT. Se a Conlutas pode fazer chapas sindicais com a CUT, ocultando sua oposição ao governo, perguntamos: por que rompeu com essa central?
Sim à frente única com a CUT e todas as centrais sindicais para fortalecer a luta pelas reivindicações operárias e populares! Não às chapas oportunistas da Conlutas com a CUT e os governistas (PCdoB e outros)!

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