Sexta 26 de Abril de 2024

Movimento Operário

MOVIMENTO OPERÁRIO

Por uma real coordenação da luta dos terceirizados

29 Apr 2011   |   comentários

O “levante” dos trabalhadores da construção civil em todo o país e dos trabalhadores terceirizados da Universidade de São Paulo recolocam a necessidade da esquerda antigovernista articular uma ofensiva campanha para coordenar a luta destes setores. Isto não pode se dar apenas em atos, mas principalmente desde o ponto de vista do programa e implementação concreta do método da democracia operária e da ação direta dos trabalhadores. É necessário que a CSP-Conlutas em suas próximas reuniões nacionais coloque como eixo a luta pela efetivação de todos os terceirizados, como parte da luta pela unidade das fileiras operárias e de combate à superexploração patronal (e até mesmo dos governos estaduais, municipais e federal) que se sustenta na criação de trabalhadores de primeira (efetivos) e segunda classe (terceirizados e precarizados). Que isso se dê em luta política com amplos setores de trabalhadores efetivos que ainda não enxergam a necessidade de lutar contra a divisão que a burguesia nos impõe.

Isto só pode se dar se as direções sindicais da esquerda (e da CSP-Conlutas, principalmente) romperem com a lógica de preparar as lutas sindicais apenas nas “data base” e colocarem como parte das campanhas salariais a luta pela efetivação e não apenas o discurso “contra a terceirização”. É óbvio que a CSP-Conlutas e a esquerda sindical não são suficientes para unir a classe trabalhadora na luta pela efetivação de todos os terceirizados e o fim da precarização do trabalho. A unidade da classe exige ganhar a simpatia de milhões de trabalhadores que estão sob as botas de burocratas sindicais na CUT, Força Sindical, CTB e outras centrais. Esses dirigentes burocráticos estão de braços dados com o governo Dilma e os patrões. Por exemplo, na rebelião dos peões em Jirau o presidente da CUT foi para o local defender a continuidade das obras, ou seja, o fim da greve, sem sequer exigir a retirada da Força Nacional de segurança (enviada por Dilma para reprimir os operários) e o fim das demissões anunciadas pela empreiteira Camargo Corrêa. Contudo, se a CSP-Conlutas e a esquerda seguirem o exemplo do Sintusp, colocando-se na linha de frente para organizar essa luta, estaremos mais fortes para influenciar os trabalhadores dessas centrais sindicais pela unidade da classe trabalhadora e o combate contra os dirigentes sindicais burocráticos.

No Sintusp, no dia 28 de abril, aprovamos novamente em assembléia a reivindicação de efetivação dos terceirizados como uma luta prioritária em nossa pauta específica. A partir desta política vamos buscar construir a unidade nestes próximos meses junto com as outras categorias do funcionalismo público em São Paulo, para colocar de pé uma enorme campanha.

Reintegrar Claudionor Brandão e retirar todos os processos contra os lutadores!

No momento em que vivemos esta grande luta na USP, vale relembrar que um dos motivos que levou à demissão de Claudionor Brandão, diretor do Sintusp, foi sua luta decidida em defesa dos terceirizados. Ao mesmo tempo, o Sintusp tem sido a “pedra no sapato” do governo estadual, e como definiram intelectuais em artigo para a Folha de São Paulo “o Sintusp tem sido nos últimos anos a principal resistência à política de privatização”. Neste sentido, a ofensiva repressiva que paira sobre nosso sindicato tem como objetivo impedir que pequenas lutas salariais, como a dos terceirizados da UNIÃO possam se transformar em grandes batalhas de classe. Tem o objetivo de impedir a estratégica aliança entre estudantes e trabalhadores. Tem o objetivo de impedir que intelectuais e professores coloquem seu conhecimento cada vez mais à serviço da classe trabalhadora. É por tudo isso que José Serra demitiu Claudionor Brandão, em 2008, como forma de atacar o Sintusp e toda a categoria, incluindo os trabalhadores terceirizados e estudantes. Por isso, é necessário a partir desta luta, colocar de pé com mais força a luta contra a repressão na USP. Pela reintegração imediata de Claudionor Brandão! Retirada dos processos contra estudantes, ativistas e dirigentes sindicais! Basta de perseguição aos que lutam!

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