Palavra Operária

JPO: Como a greve dos trabalhadores da USP se coloca diante das enchentes que têm inundado várias regiões do país?

Pablito: No final do ano, perante as enchentes que arrasaram Santa Catarina, a partir de uma assembléia de trabalhadores da USP propusemos impulsionar uma campanha assumida por várias unidades para a arrecadação de alimentos e roupas para mandar às vítimas das chuvas. Precisamos discutir na assembléia e no Comando de Greve como retomar e propor à Conlutas, hoje com muito mais força, a campanha que começamos no início do ano, denunciando à população a negligência do governo e dando um exemplo de solidariedade com nossos irmãos explorados e oprimidos.

JPO: E os escândalos de corrupção?

Pablito: Nossa greve não pode estar de costas para o mar de lama que toma conta do Congresso, para essa farra com o dinheiro do povo, pois é o mesmo dinheiro que vai para as viagens turísticas dos deputados que deixa de ir para a educação, e são esses mesmos deputados que votam as leis contra os trabalhadores. Precisamos nos apoiar no fato de que estamos mobilizados para denunciar à população como essa suposta “democracia” é uma democracia para ricos. Precisamos propagandear o programa de revogabilidade dos mandatos e salários iguais aos de um operário para os políticos, e de comissões independentes de investigação ligadas aos sindicatos e organizações populares para julgar e punir os corruptos, confiscando seus bens, pois as CPIs sempre acabam em pizza.

JPO: Vocês aprovaram no Comando de Greve uma moção de repúdio ao assassinato de um dirigente sindical na Venezuela por capangas ligados à patronal?

Pablito: Sim. Agora precisamos organizar um ato em frente ao Consulado da Venezuela, chamando outros sindicatos e os partidos de esquerda para entregar essa moção de repúdio ao representante oficial da Venezuela aqui no Brasil, exigindo que ele a faça chegar ao presidente Chávez.

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