Sábado 11 de Maio de 2024

Movimento Operário

GREVE NAS UNIVERSIDADES

Por uma campanha nacional em defesa do direito de greve

17 May 2010   |   comentários

No dia 04/05, um dia antes da greve se iniciar, a reitoria da USP
anunciou que não vai pagar os dias parados aos trabalhadores da USP e
vai multar em mil reais por dia por cada prédio piquetado.
No segundo dia de greve, apresentou liminar que autoriza o uso
da força policial para retirada dos piquetes. Essas medidas são novos
ataques da reitoria, da Justiça e do governo do estado contra o direito
de greve dos trabalhadores. Esses ataques não são novos. Já vimos ano
passado e mais uma vez esse ano, como o governo do PSDB trata os trabalhadores, sejam funcionários da USP, sejam professores: na porrada.Além da greve dos trabalhadores da USP, também a greve do judiciário se enfrenta com a ameaça de corte de ponto, a exemplo do que já aconteceu com os professores da Apeoesp e com o próprio judiciário na sua última greve anos atrás. Esses ataques ao direito de greve não se restringem ao governo do PSDB no estado de São Paulo. A senha que sejam implementados tem sido lançada pelo próprio governo Lula, num momento em que dezenas de greves estão em curso no país, inclusive greves salariais que se enfrentam ao seu governo, como a dos funcionários do Incra e do Ibama.

No dia 10/05, Lula se reuniu com mais de dez ministros e dirigentes dos órgão públicos para coordenar a ofensiva do seu governo contra o direito de greve, anunciando que não haverá aumento salarial, que os dias parados serão descontados e que vai entrar na justiça para tentar declarar as greves ilegais. Isso poucos dias depois em que anunciou que vai participar com mais de 200 milhões de reais no pacote da União Européia e do FMI para a Grécia. Esse pacote, ao contrário de beneficiar os trabalhadores e o povo grego, faz parte de uma política coordenada para descarregar do o custo da crise sobre a maioria explorada e oprimida, pois exige, para ser concretizado, a demissão de funcionários públicos, cortes de salários e aumento de impostos. Esse pacote, com o qual o governo Lula colabora, é na verdade um pacote para salvar os grandes bancos da Alemanha e da França, os principais credores da divida grega. Mais uma vez o governo Lula mostra como tem dinheiro para os capitalistas e não para os trabalhadores, assim como no final de 2008 quando gastou centenas de bilhões de reais para salvar os bancos e grandes empresas enquanto os trabalhadores eram demitidos. Em outros lugares os trabalhadores também sofrem ataques ao seu direito de greve, como em Minas Gerais, onde a greve dos professores da rede estadual foi declarada ilegal.

Essa ofensiva nacional contra o direito de greve não pode passar sem
uma resposta contundente por parte dos setores em luta. É preciso não
só termos uma política para coordenar e unificar as lutas a nível local,
estadual e nacional, mas principalmente, precisamos iniciar uma
campanha nacional unificada em defesa do direito de greve, que está
sendo atacado tanto pelos governos do PSDB como do PT, ambos a
serviço dos interesses dos capitalistas. É por isso que nos dirigimos a
Conlutas e a Intersindical, que farão seu congresso de unificação em
junho, propondo que tomem a iniciativa de uma ampla campanha em
defesa do direito de greve, se colocando a frente de um dia nacional de
mobilização, que unifique todas as lutas em curso para defender o
direito mais elementar dos trabalhadores, que é o de lutar pelas suas
demandas através da sua única ferramenta que é a greve.
Tanto a Conlutas como a intersindical devem encabeçar essa luta e
exigir das demais centrais sindicas, como a CUT, Força Sindical e CTB,
que rompam seus acordos com o governo Lula e se coloquem ao lado
dos trabalhadores.

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