Sábado 4 de Maio de 2024

Juventude

MOVIMENTO A PLENOS PULMÕES

Por um grande acampamento na porta da reitoria pelo Fora PM e Fora Suely!

09 Jun 2009   |   comentários

A truculência da reitoria da USP, que vem há anos numa escalada repressiva contra a comunidade universitária, chegou ao seu limite com a militarização do campus do Butantã da USP num claro ataque ao direito de greve dos trabalhadores da USP. Essa medida que remonta aos tempos sombrios da ditadura e ataca a autonomia universitária, combinada com a pressão das chefias nas unidades visa desmontar a greve de trabalhadores. Atacam as concentrações de funcionários nas portas das unidades como violentos, mas nada mais são do que uma forma dos trabalhadores defenderem seu direito democrático de greve frente às ameaças da reitoria e das chefias de punir os grevistas com descontos nos salários, transferências etc....

Em resposta, surgiu um amplo movimento democrático pelo Fora PM, Fora Suely e diretas para reitor. Agora há uma greve de estudantes e professores e um rechaço cada vez maior à PM do Serra na classe média. Propomos colocar de pé um acampamento na porta da reitoria em protesto contra a militarização da universidade e a casta de burocratas acadêmicos que parasitam a universidade e são responsáveis pela política de fazê-la retroceder à época da Ditadura Militar. Um acampamento que seja repleto de atividades políticas e culturais e que expresse a unidade e a disposição de luta de estudantes, funcionários e professores.

ABAIXO A REITORA E A BUROCRACIA ACADÊMICA CORRUPTA E REPRESSORA!

Eleições diretas para reitor e todos os cargos de mando, com qualquer membro da comunidade podendo votar e se candidatar!

Não podemos mais aceitar que uma reitora que resolve os problemas da universidade com a polícia siga governando. Vamos impulsionar um amplo movimento pelo Fora Suely Vilela e diretas para reitor. Porém, não se pode ter ilusão de que se mantendo a estrutura de hoje, em que somente 800 professores titulares podem se candidatar, em sua maioria tucanos que impõe uma verdadeira ditadura docente na universidade. É necessário que todo membro da comunidade universitária possa votar e se candidatar. Nessas eleições diretas, devemos lutar por cada pessoa = um voto, superando a tradição do movimento que defende eleições paritárias, que é mais anti-democrática do que a eleição burguesa para presidente etc.

Além disso, não podemos achar que só mudando de reitor, principalmente com a maneira totalmente anti-democrática como isso é feito hoje, com o governador do estado indicando os reitores das universidades, vamos conquistar um regime mas democrático. A reitoria da USP chamou a PM apoiada na resolução do Conselho Universitário da USP que, em meio à luta de 2007, votou por ampla maioria a requisição “veemente” de que a PM impeça as ações dos trabalhadores nas portas das unidades. Também são os diretores que estão atacando os espaços estudantis e o direito de greve dos trabalhadores ao coagi-los a voltarem a trabalhar. Além disso, nas universidades federais há diretas para reitor, mas isso não significa que o regime seja mais democrático.

Por isso, devemos lutar por um governo verdadeiramente democrático, que seja composto pelos 3 setores que fazem a universidade funcionar e podem governar de acordo com os interesses da comunidade universitária e não em base a portas blindadas e tropa de choque: são eles os estudantes, funcionários e professores. Lutemos por um governo tripartite com maioria estudantil e por uma Estatuinte Livre e Soberana, independente dos burocratas acadêmicos, para reorganizar a universidade de acordo com os interesses da comunidade e da população.

Levantar a bandeira da expansão de vagas presenciais com qualidade e do fim do vestibular em contraposição à Univesp!

Mais uma vez o movimento estudantil se coloca em cena contra a precarização do ensino e os governos e a mídia tentam nos isolar dizendo que somos elitistas, que não queremos democratizar a universidade. O movimento foi derrotado na luta contra o PROUNI e o REUNI de Lula porque foi incapaz de levantar uma demanda pela positiva que fosse capaz de desmascarar esse discurso e construir um movimento estudantil que defenda consequentemente a democratização da universidade, o que não pode se dar sem a defesa da expansão de vagas presenciais com qualidade e do fim do vestibular, esse filtro reacionário que impede que os filhos dos trabalhadores e do povo pobre possam ter acesso à universidade pública. Dizem que essa é uma demanda utópica, mas é porque a burguesia conseguiu naturalizar o absurdo de a universidade pública ser tão elitista e racista. Por exemplo, na América Latina só existe vestibular no Brasil e no Chile! Para nós, essa luta deve se dar na perspectiva da estatização das universidades particulares, que seria a forma de garantir vaga para todos e tirar das garras de monopólios imperialistas o sistema universitário brasileiro privado.

Por um comando de greve estadual e na USP com delegados mandatados pelas assembléias de base e revogáveis!

Só vamos poder avançar na mobilização se constituímos uma forma democrática de organização do movimento. Para unificar o movimento geral dos estudantes, não podemos contar somente com as assembléias gerais, que são verdadeiros comícios anti-democráticos, incapazes de permitir discussões profundas e resoluções coerentes. Por isso, defendemos que é urgente a constituição de um novo comando de greve, com delegados mandatados pelas assembléias de base e revogáveis. Isso é muito diferente do atual “comando de delegados” hoje existente. Neste, os delegados defendem o que querem e não representam as posições votadas na base e são praticamente vitalícios. Mas parece o parlamento burguês do que a democracia direta dos estudantes, que é o que defendemos.

Fortalecer a unidade entre funcionários e estudantes! Reabertura das negociações já!

Este ano foram os trabalhadores da USP que saíram à frente com uma forte greve que contribuiu para que tenham surgido um forte movimento democrático na USP que não só repudia a política ditatorial da burocracia acadêmica, mas também questiona a estrutura de poder na universidade e coloca a necessidade de democratizá-la.

Mas, assim como os funcionários da USP defendem nossas reivindicações e a partir de sua greve levantara a bandeira “Contra a Univesp” , é necessário retomar e fortalecer nosso apoio às justas reivindicações da greve dos funcionários e nossa disposição de unidade nessa luta. Precisamos ter clareza de que o que está por trás da militarização da universidade é a política de tentar liquidar a liberdade de organização e ação sindical e política dentro da USP; de impor perdas salariais de mais de 42% nos últimos anos; de colocar em risco o emprego de mais de 5 mil funcionários por não cumprir as normas legais de contratação; de avançar na terceirização e na “naturalização” das condições de trabalho semi-escravos a que os terceirizados estão submetidos; de acabar com o atendimento à comunidade no Hospital Universitário. É contra essa política de conjunto que os trabalhadores da USP colocaram de pé uma forte greve, e por isso devemos nos colocar lado a lado deles, exigindo a reabertura imediata das negociações.e por isso devemos nos colocar lado a lado deles, exigindo a reabertura imediata das negociações.

O Sintusp é um dos sindicatos mais combativos do país e, por isso, vem sendo sistematicamente reprimido nos últimos anos. Ontem mesmo os diretores do Sintusp, Aníbal e Zelito, foram intimados pela reitoria a se apresentarem no dia 18 para prestar depoimento em um processo administrativo que propõe a demissão dos dois companheiros por justa causa, como já aconteceu com Brandão, por terem apoiado a manifestação de estudantes da USP na porta da reitoria em 17 de junho do ano passado. Por isso, na luta em defesa da universidade cumpre um papel essencial a defesa do Sintusp e uma aliança profunda com esses trabalhadores que vem dando um exemplo para a comunidade universitária e para a sociedade de como lutar. Além disso, a demissão do Brandão fere a constituição federal, a CLT e as convenções da OIT por se tratar de um dirigente sindical que sequer foi a julgamento. Por isso, dezenas de intelectuais, entidades, juristas apóiam essa luta. É o momento de o movimento estudantil assumi-la com todas as suas forças como parte da sua pauta.

O Congresso Nacional dos Estudantes deve servir para nacionalizar a nossa luta

Nosso movimento está elegendo delegados para participarem do CNE por ser uma necessidade premente dos estudantes uma coordenação nacional das nossas lutas, já que a UNE cumpre um papel traidor e está vinculada por todos os lados aos governos e ao Estado. Por isso, chamamos os estudantes a participarem deste espaço, que é o único anti-governista no patamar nacional. Porém, como se tem visto nas discussões em cada local e se pode ver na nossa tese, não colocamos como eixo para o CNE a construção de uma nova entidade como faz o PSTU, direção majoritária do CNE. Nossa perspectiva é realizar um CNE que sirva para nacionalizar as lutas que estão se colocando a partir da USP, em apoio à nossa mobilização, contra a repressão e pela democratização da estrutura de poder e do acesso às universidades. Chamamos todos os delegados que estão se elegendo a lutarem junto conosco por essa perspectiva.

movplenospulmoes.blogspot.com
[email protected]

Movimento A Plenos Pulmões (LER-QI e independentes)

Participe da nossa reunião aberta estadual durante o ato.

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