Sexta 26 de Abril de 2024

Nacional

PT apóia o plebiscito pela anulação do leilão da Companhia Vale do Rio Doce

20 Sep 2007   |   comentários

No seu III Congresso o PT aprovou o apoio ao plebiscito pela anulação do leilão da Vale. O interesse do PT em apoiar uma política que contradiz tudo o que o seu governo tem feito é clara. Justamente quando se iniciam as discussões sobre as próximas eleições, o PT quer “aparecer junto com os movimentos sociais” .

Como diz Ricardo Berzoini “o poder judiciário através de sua competência própria e exclusiva, é que vai decidir se houve ou não qualquer tipo de processo ilegal ou irregular” . Por isso o PT, que é o partido do governo e que recebe milhões em financiamento de campanha da própria Vale, pode apoiar o plebiscito. Principalmente porque, além de não colocar claramente sequer a questão da reestatização e muito menos do controle operário sobre uma Vale reestatizada, o plebiscito não está ligado a nenhuma ação real de luta pela anulação do leilão. Fica claro que esse foi um plebiscito feito sob medida justamente para que os setores governistas pudessem posar de combativos.

É claro que os companheiros do PSTU ou do PSOL nos dirão: esse é o plebiscito da CUT, o “nosso” coloca a questão da reforma da previdência e serve de ferramenta para organizar a marcha em Brasília, no dia 24 de outubro. Com isso ocultarão que ambos os plebiscitos fazem na realidade parte de uma mesma campanha pela anulação do leilão da Vale. Que sobre essa questão fundamental não existe diferença entre o que o PSTU, PSOL, a Igreja e o Jubileu Sul propõem e o que a CUT e o PT propõem. O que ninguém apresenta é uma resposta para a seguinte pergunta básica: afinal, como poderemos de fato anular o leilão fraudulento e reestatizar a Vale? Pressionando a justiça, ou organizando a mobilização independente dos trabalhadores, a começar pelos próprios operários da Vale?

A marcha, nos dirão, é um passo nesse sentido. Mas ela só pode ter algum valor se estiver ligada a um plano de lutas superior, que impulsione a organização por local de trabalho, contra a retirada de direitos e as novas privatizações de Lula, contra a repressão aos trabalhadores e aos estudantes, contra o desemprego e as demissões, pela unificação das campanhas salariais para lutar por um programa que atenda as necessidades de uma família operária e pela estatização sob controle operário de todas as empresas estratégicas e a reestatização das privatizadas. Infelizmente, marchas para entregar ao governo o resultado do plebiscito terminarão reforçando ilusões em Lula, no PT e na burocracia, ajudando esses traidores a manter o controle burocrático que impede a mobilização combativa dos trabalhadores e das massas para enfrentar este governo e os planos capitalistas.

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