Quinta 2 de Maio de 2024

Juventude

Eleições do DCE-USP

O fortalecimento dos governistas nas entidades estudantis

10 Dec 2006   |   comentários

As eleições do DCE da USP demonstraram mais uma vez a tendência que está colocada de fortalecimento dos setores governistas nas entidades estudantis, com a chapa vencedora, “Camarão que dorme a onda leva” , composta por partidos governistas como o PT, PCdoB e PMDB. Enquanto isso, os setores anti-governistas saíram divididos em 5 chapas (!), inclusive setores da própria Conlute.

Este ano vimos uma gestão do DCE, que era dirigida pelo PSOL (Poder Popular e APS), totalmente impotente e paralisada. Esta atuação falida do DCE, que não serviu para armar os estudantes, abriu espaço para que nossos conhecidos burocratas fizessem uma chapa forte. Por outro lado, durante o ano houve várias possibilidades de se unificar a oposição de esquerda ao DCE num movimento forte que pudesse ter se colocar como alternativa nestas eleições. Infelizmente esta unificação não se deu. O principal responsável por não termos conseguido construir uma oposição unificada ao DCE desde o ano passado foi o PSTU, que abandonou o discurso de “oposição” e preferiu defender as mesmas políticas que o DCE nos últimos meses para tentar fazer uma chapa junto com um setor do DCE (Poder Popular), ao invés de abrir uma discussão de programa que aglutinasse os setores anti-governistas e fizesse um balanço desta paralisia do DCE. De nada adiantaria fazer uma chapa unificada sem nenhum balanço e uma base programática.

Achamos que se tivéssemos nos unificado em diversas lutas ao longo do ano teríamos as condições de apresentar um pólo anti-governista forte capaz de impor uma unidade combativa frente a um DCE dividido e paralisado. Nós, da LER-QI, que em diversas ocasiões montamos chapas para o DCE com um programa de luta contra os ataques do governo Lula, do governo estadual e da reitoria, optamos por não compartilhar desta divisão da esquerda sem nenhuma discussão programática democrática entre a vanguarda dos estudantes que só alimentou o confusionismo entre os setores combativos do movimento. Alertamos que os governistas iriam ganhar mais um DCE e travamos uma luta política pela unificação emergencial dos setores combativos do movimento. Infelizmente, a impotência política das correntes que dirigem as chapas impediu qualquer movimentação nesse sentido e abriu espaço para que os governistas fossem vitoriosos.

Com a vitória dos governistas, temos que de uma vez por todas discutir como unificar os anti-governistas, pois agora teremos que atuar por fora do DCE que defenderá os interesses do governo. Temos que discutir como tocar nossas lutas por fora do DCE, aglutinando todos os CAs combativos, organizando calouradas paralelas, nos aliando aos trabalhadores da USP e organizando nossas mobilizações. Esta unidade não pode se dar com base a interesses de aparato, mas sim com um programa claro de luta contra os ataques que sofremos e para colocar o ME na ofensiva, aliado aos trabalhadores, e questionar o papel que cumpre a universidade. Achamos que esta é a única maneira de retomar o espaço do ME combativo no ano que vem e impedir que os governistas se fortaleçam na universidade.

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