Sexta 26 de Abril de 2024

Internacional

1º DE MAIO NA ARGENTINA

Lorena Gentile: “Lutar pela consciência destes trabalhadores é uma tarefa diária, cinzenta e cotidiana”

05 May 2014   |   comentários

No setor da alimentação viemos de paralisar o 10 de abril com diferentes fábricas, diferentes setores do movimento operário, setores de trabalhadores na zona norte. O dia 10, frente ao chamado à paralisação da burocracia sindical de Moyano, de Barrionuevo, de Micheli, nós dissemos junto aos demais companheiros que reunimos em março em Atlanta, que exigimos um plano de luta e uma paralisação (...)

(Lorena Gentile é dirigente nacional do PTS, processada por cortar a Panamericana em repudio ao assassinato de Mariano Ferreyra, membro da Comissão Interna de Kraft e a Agrupação La Bordo. Para assistir ao vídeo da intervenção, clique: https://www.youtube.com/watch?v=AwhcPK1GjuQ)

Companheiros e companheiras, boa tarde a toda esta praça classista, combativa e internacionalista no dia internacional dos trabalhadores. Eu trago uma saudação dos companheiros da Bordô da Alimentação, dos companheiros da Kraft, dos companheiros da PepsiCo, dos companheiros da Kraft Victoria, dos companheiros da Felfort. Mandamos desde aqui uma saudação enorme aos companheiros da comissão interna de Lodiser recentemente recuperada e referenciada na lista Bordô.

Queria aproveitar também e mandar nossa saudação e nossa solidariedade internacional aos operários da Panrico no Estado Espanhol, que vem levando adiante uma enorme greve enfrentando o ajuste e enfrentando a crise.

No setor da alimentação viemos de paralisar o 10 de abril com diferentes fábricas, diferentes setores do movimento operário, setores de trabalhadores na zona norte. O dia 10, frente ao chamado à paralisação da burocracia sindical de Moyano, de Barrionuevo, de Micheli, nós dissemos junto aos demais companheiros que reunimos em março em Atlanta, que exigimos um plano de luta e uma paralisação nacional. Frente a esse chamado à paralisação “domingueira”, dissemos paralisação com assembleia, paralisação ativa, paralisação com piquetes e subimos à Panamericana para desgosto da burocracia sindical, dos Moyano e dos Yasky e de todos os que estão com o governo, mas também dos Massa e dos Scioli que saíram horrorizados a atacar nossos métodos de luta, os métodos da classe trabalhadora.

Os que estivemos no dia 10 de abril na Panamericana não foi a primeira vez que nos vimos. Nós vínhamos do Encontro de Atlanta que votou um plano, e onde além de discutir um programa, discutimos ações concretas para intervir enfrentando o ajuste que o governo leva adiante. Nós os trabalhadores da alimentação junto aos operários da Donnelley, junto aos operários de Lear, da Volkswagen, da Procter e de diferentes fábricas do Parque Industrial de Pilar temos coordenado ações e as viemos levando adiante. Por isso, no dia 10 de abril enfrentamos a polícia e subimos a Panamericana e colocamos uma bandeira de independência política e de independência frente à burocracia sindical junto aos mais de 50 piquetes que se tem levado adiante no 10 de abril.

Companheiros: nós o que estamos levantando é que somos os setores que na zona norte viemos nos coordenando faz tempo, nos reunindo no SUTEBA tigre que foi recuperado pelos trabalhadores. Somos os que em 2009 enfrentamos os demitidos em Kraft, os que temos levado adiante o corte junto às valentes operarias de Kromberg enfrentando os demitidos no ano passado.

Companheiros, nestes momentos nós vemos que, ademais, nesta zona operária onde estão os principais terminais automotrizes, onde tem aproximadamente 10 mil operários, que as patronais dos terminais automotrizes, as patronais onde está o SMATA, este sindicato entreguista, amigo do governo, que não está disposto a enfrentar nenhuma suspensão e nenhum demitido, estas patronais saem para dizer que, por exemplo, em Volkswagen sobram 700 operários e querem começar a suspender e a demitir os companheiros. Aqui o que sobra, principalmente nas automotrizes, é o dinheiro que levaram durante estes dez anos com seus enormes lucros.

Companheiros, toda a coordenação que viemos levando adiante queremos aprofundar e queremos impulsionar neste 17 de maio um novo encontro regional para discutir como vamos enfrentar as demissões, como vamos enfrentar as suspensões e frear este plano de ajuste ali, principalmente nesta zona operária industrial. Nós estamos discutindo aqui como vamos fazer para hegemonizar estes setores da vanguarda que se põe em pé, que vemos que estão avançando e que não tem avançado somente agora participando de uma paralisação nacional, senão que vem avançando participando das eleições de seus sindicatos, enfrentando a burocracia, sendo parte da campanha pela Frente de esquerda. Hoje por hoje, não é somente propagandística nossa intervenção, não é somente discutir tarefas do futuro. Temos uma tarefa presente que é enfrentar o ajuste, frear os demitidos que hoje se levam adiante, por exemplo, em SMATA. Então, se coordenamos e reunimos a toda vanguarda, o principal plano de luta tem que ser enfrentar este grêmio fascista e lhe por um freio aos demitidos e que todos os setores classistas que coordenamos e toda a esquerda ponhamos toda nossa força nas ruas e golpeemos a base da SMATA para golpear este sindicato que não luta, que não enfrente a ajuste e nós temos que ser uma alternativa.

Nós, companheiros, os que militamos na esquerda temos a tarefa política de que esses setores que hoje estão rompendo com o governo, que estes setores que se expressaram no 10 de abril, não confiem em nenhuma variante patronal. Não confiem nem em Massa, nem em Scioli, nem em nenhuma dessas variantes que hoje por hoje se mostram como alternativa a Cristina. Nós temos uma intervenção concreta também: lutar pela consciência destes trabalhadores é uma tarefa diária, cinzenta e cotidiana para os que vamos todos os dias nas fábricas, todos os dias nos lugares de trabalho. Por isso disputamos os sindicatos, por isso intervimos coordenando com os demais setores da zona norte. Então, companheiros, a discussão concreta que queremos trazer para cá, é que no dia 17 nós queremos seguir coordenando, continuar aprofundando nossa organização e intervir nos fatos da realidade concreta que nos permita marcar uma diferença e ser um polo para todo o resto do país. O que estamos dizendo os setores combativos da zona norte, os setores que estamos agrupando, é que nós vamos enfrentar o SMATA [1], vamos enfrentar as demissões. De uma só vez temos que marcar o caminho para não somente dizer que a crise seja paga pelos capitalistas e seguir fazendo propaganda: temos que intervir e golpear em todas as fábricas, nas ruas, na Panamericana e em todos os lugares e dizer “aqui estamos”, e a que a crise seja paga pelos capitalistas, porque nós os trabalhadores não estamos dispostos a entregar nenhuma derrota. Vamos seguir lutando por todos e seguir coordenando a aprofundando essa organização. Companheiros, feliz primeiro de maio para todos os trabalhadores. A classe operaria é uma e sem fronteiras. Seguir nos organizando e seguir lutando.

[1Burocracia sindical metalúrgica na Argentina, que vem deixando passar as demissões e suspensões da patronal

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