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María Victoria Moyano: "Você é um genocida"

09 Jul 2014   |   comentários

“Você é um genocida”, gritou Maria Victoria Moyano ao comandante maior da Gendarmeria (polícia de Buenos Aires), Juan Alberto López Torales, que liderou a repressão no dia de hoje contra os manifestantes que apoiavam os trabalhadores da Lear Corporation, na Praça Panamericana (zona norte de Buenos Aires).

“Você é um genocida”, gritou Maria Victoria Moyano ao comandante maior da Gendarmeria (polícia de Buenos Aires), Juan Alberto López Torales, que liderou a repressão no dia de hoje contra os manifestantes que apoiavam os trabalhadores da Lear Corporation, na Praça Panamericana (zona norte de Buenos Aires).

“A Gendarmería teve um papel muito importante na ditadura genocida que sequestrou e matou meus pais; depois nos espionou com o ‘Projeto X’; e agora, sob as ordens do tenente coronel Sergio Berni, nos reprimem sem uma ordem judicial sequer, apenas pelo fato de prestarmos nosso apoio aos trabalhadores que lutam por defender seu emprego”, denunciou María Victoria, filha de desaparecidos criada pelos sequestradores que a roubaram de seus pais e que depois foi restituída à sua família pelas “Avós da Praça de Maio”, em 1987.

“Junto com meu companheiro do CeProDH (Centro de Profesionales por los Derechos Humanos), o advogado Carlos Platkowski, tentamos parar a repressão nos colocando frente aos cachorros e tanques e a Gendarmería respondeu com cacetetes, balas de borracha, gás lacrimogêneo e carros hidrantes, como se fossemos delinquentes”, declarou a jovem dirigente de direitos humanos.

E continuou María Victoria: “Como mulher, achei inacreditável que Berni e os policiais nos tratem como se fossemos marionetes controladas por outros”, em referência à imputação de Berni e dos policiais sobre a presença de mulheres na frente da manifestação. “Estou muito orgulhosa de que as mulheres estiveram à frente de uma causa justa, como sempre aconteceu na história e apenas os direitistas como Berni ou os comandantes da Gendarmería podem dizer que somos usadas como bucha de canhão. “Sabemos o que fazemos e estamos orgulhosas disso”.

Por fim, a neta restituída informou que “recebemos a solidariedade e o repúdio à repressão por parte de Adolfo Adolfo Pérez Esquivel, das mães da Praça de Maio Nora Cortiñas e Mirta Baravalle, e Enrique ’Cachito’ Fukman, referência da Associação de Ex Presos Desaparecidos. Nas próximas horas vamos ter algumas reuniões para discutir como seguir a campanha de solidariedade. Caiu-se o mito de que esse governo não reprime os trabalhadores. Isso não vai ficar impune".

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