Palavra Operária

O combate contra a direita “cívica” e seus aliados, que
a partir de suas organizações fascistóides têm nos últimos
dias avançado sobre nossos irmãos trabalhadores,
camponeses e indígenas bolivianos é a tarefa
mais importante para todos os que se reivindicam
parte da esquerda. A heróica disposição de luta dos
trabalhadores e do povo pobre boliviano, que já protagonizaramlevantes
como o de outubro de 2003 culminando
na derrubada do presidente Sanchéz de
Losada, são um exemplo para os trabalhadores de
todo continente. Mesmo com a política conciliadora
de suas direções, a começar pelo próprio EvoMorales
que dialoga com a direita assassina de trabalhadores
e camponeses, setores como os que se organizam no
Plan 3000 começam a resistir bravamente e isolados
aos ataques da direita racista e pró-imperialista. Se a
classe trabalhadora e os camponeses da Bolívia conseguissem
impor uma derrota à direita com seus
métodos históricos de luta, ao mesmo tempo em que
avançam em tirar lições sobre o real significado do
governo de EvoMorales, - que a despeito das ilusões
que desperta tem mostrado a cada dia como é totalmente
incapaz de enfrentar os cívicos e responder
desse modo às demandas dos trabalhadores e do
pobre - seria um avanço extremamente valioso para
os trabalhadores de todo o continente.

É frente a esta situação que nós, da Liga Estratégia
Revolucionária fazemos um chamado às organizações
da esquerda a impulsionar uma ampla campanha
de apoio à luta do povo boliviano, pela
derrota da direita, e pela expulsão do imperialismo
da Bolívia e da América Latina. O PSTU, que no
início deste ano impulsionou o ELAC do qual participaram
inclusive setores da COB, não pode
deixar a luta do povo boliviano em segundo plano.
É necessário que a partir dos sindicatos da Conlutas
se realizem atividades, debates, mas também coletas
de recursos para apoiar concretamente a luta dos
trabalhadores e do povo boliviano que têm sofrido
com alta inflação e o desabastecimento de bens de
primeira necessidade. É preciso que o próprio espaço
que têm na mídia burguesa hoje por conta das
eleições seja dedicado a colocar em pé esta campanha,
a propagandear a luta dos trabalhadores bolivianos
e a denunciar as mazelas a que estão
submetidos pela direita racista e pró-imperialista,
além de desmascarar a demagogia do governo Lula
de atuar como ”˜mediador”™ para um acordo de ”˜pacificação”™
que favorece a direita. Esta é também uma
via para educar os setores da classe trabalhadora
que têm referência nas candidaturas classistas no internacionalismo
proletário. É necessário que esta
campanha seja impulsionada em todos os locais de
trabalho, de estudo, com discussões e ações concretas
que possam aportar material e moralmente
para que a classe trabalhadora e o povo que hoje resistem
isolados avancem em confiar em suas
próprias forças, e nos seus irmãos de classe latinoamericanos.

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