Terça 30 de Abril de 2024

Movimento Operário

Extratos da fala do professor Luizito da ECA(Escola de Comunicação e Artes)-USP , em debate ocorrido no dia 1 de junho

03 Jun 2010   |   comentários

Abaixo, publicamos extratos da fala do professor Luizito da ECA ( Escola de Comunicação e Artes) , em um debate ocorrido no dia 1 de junho na USP, com a presença de Brandão pelo Sintusp e do professores da Faculdade de Direito e juiz do trabalho, Souto Maior.

“A saída para essa crise é o sufrágio universal, a dissolução do conselho universitário”

“Vivemos um momento novo e especial e alguns sinais indicam isso. Em primeiro lugar a homenagem solidária e combativa do professor Lionel aos trabalhadores em greve na figura do Brandão e na seção dos benefícios conseguidos aos trabalhadores (se refere ao aumento só para professores que quebrou a isonomia) que o foram pela luta dos trabalhadores.

Outro sinal: a filiação do Souto Maior ao Sintusp, assim como eu, que já havia feito isso antes. Não é algo de especial mas uma atitude tal como foi feito pelo Chico de Oliveira ano passado com a anti-candidatura posta a serviço dos trabalhadores.

A síntese do quadro novo é que estamos todos aqui ao lado do Brandão num espaço e num tempo que foi aberto pela luta dos trabalhadores, num momento em que a hegemonia política do processo está nas mãos dos trabalhadores. O que acontece na Faculdade de Direito não é novidade, o que é novidade é que essa participação se faça a serviço dos trabalhadores (se refere ao fato da Congregação ter aprovado por unanimidade o parecer de Souto Maior em defesa do direito de greve). A FD funcionou por consciência moral e jurídica do pais, em nome de idéias e valores do estado e em algum sentido está em sintonia com o sentido de fundação da USP, fundada pela oligarquia. A coisa muda de figura quando isso (a mobilização democrática) se dá em apoio à luta dos trabalhadores.

Nós todos que estamos aqui ao lado dos funcionários em luta somos esquerda mas tenhamos claro que todos temos as nossas compreensões e as nossas categorias tem as suas contradições. Quem é que está em luta a quase 30 dias conduzindo essa greve, como ano passado, são os trabalhadores. Nossas categorias estão omissas. Isso expressa uma mudança na correlação de forças, os trabalhadores estão conduzindo processo.

Nós todos, estudantes e professores, somos de certo modo beneficiados pela estrutura da universidade (...) muito diferente é a inserção dos trabalhadores que tem inteiramente confiscado o fruto do seu trabalho, eles correspondem à fração mais oprimida da universidade. Os trabalhadores em greve aqui representam a imensa maioria da população excluída da universidade.

(...)

Diversas congregações vem se posicionando contra a postura do reitor e isso nos coloca uma questão, pois faz com que o afastamento de Rodas se torne uma possibilidade concreta e nós não podemos permitir que essa transição se dê de modo conservador. Não se trata de trocar um nome por outro. A saída para essa crise é o sufrágio universal, a dissolução do conselho universitário.
Tenhamos clareza de que são os trabalhadores que estão conduzindo o processo histórico, e isso mostra que a universidade e o país entraram em uma nova fase.

Entremos na luta em unidade, não por generosidade, mas por convicção, por clareza, reconhecendo a supremacia política dos trabalhadores. Falemos em sufrágio, mas não em abstrato, reconhecendo a necessidade de entregar o poder político aos trabalhadores.”

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