Sexta 3 de Maio de 2024

Movimento Operário

ATO CONTRA A REPRESSÃO DIA 04/11 ÀS 12H NA USP

É elementar lutar contra a repressão do estado burguês

17 Oct 2008 | Carta aberta aos camaradas do PSTU.   |   comentários

Camaradas, felizmente vocês acabaram finalmente revendo a sua inexplicável, injustificável e incompreensível posição de não testemunharem em defesa de três trabalhadores da USP, diretores do SINTUSP, dos quais um é membro da direção nacional da CONLUTAS, com risco de serem demitidos por terem participado da manifestação na reitoria no dia 17/06, em apoio à luta dos estudantes.

Porém, o fato de vocês terem mudado de posição não elimina a necessidade deste debate, pois a vossa atitude não foi produto de um erro isolado e sim de uma política errada que precisa mudar.
Terminada a greve e as ocupações, vários funcionários e estudantes da USP e da UNESP, incluindo companheiros do seu próprio partido, foram punidos ou intimados em inquéritos policiais.

Desde então, a nossa corrente e o próprio SINTUSP têm proposto por várias vezes a realização de uma campanha nacional contra a repressão. Porém, vocês sempre responderam que tal campanha não era sua prioridade.

No dia 29/05/08, numa plenária unificada de estudantes, funcionários e professores da USP, o SINTUSP resgatou com detalhes todas as sindicâncias, processos contra o sindicato, funcionários e estudantes incluindo militantes do seu partido, e propós que a plenária aprovasse a realização de uma campanha unificada em defesa de todos. A ADUSP se negou alegando que não tinha autorização de assembléia. Propusemos então que a campanha fosse feita pelo DCE e o SINTUSP, uma vez que a assembléia dos estudantes havia se posicionado em favor da defesa dos lutadores. A direção do DCE (PSOL) recusou a proposta. Vindo de um partido que se diz de esquerda, mas que na pratica vota a favor de uma lei anti-operária e aceita dinheiro de burguês, tal atitude não surpreendeu. A única surpresa foi a posição do PSTU, pois esperávamos que vocês lutassem junto com a nossa corrente e com os funcionários da USP e seu sindicato já que estamos juntos na construção da CONLUTAS. Entretanto, vocês ficaram em completo silêncio. Indignado, cobrei uma posição, e novamente a mesma resposta: "Não é nossa prioridade".

A Adusp não tinha posição de assembléia. A direção do DCE (PSOL) se recusou. Vocês mantiveram-se em silêncio, porque defender os estudantes e os trabalhadores ante a repressão do estado burguês "não era sua prioridade". Assim, o SINTUSP ficou sozinho tentando deter a escalada repressiva e reacionária da reitoria. O resultado não podia ser outro: a política de repressão e criminalização do movimento continuou se impondo. E agora temos mais três diretores do SINTUSP e três estudantes respondendo um novo processo e podendo ser demitidos e expulsos da USP. Para nossa surpresa, a primeira reação foi a de não aceitarem depor como testemunha de defesa dos três funcionários já que poderia haver risco das testemunhas também serem acusadas e processadas.

É inacreditável, camaradas, mas essa tem sido a vossa trajetória política frente às perseguições e punições aos lutadores na USP. E, repito, ela não é produto de um erro isolado, e tão pouco tem algo a ver com suas prioridades.

Camaradas, eu chamo o seu partido a rever essa política e a tomar não como prioridade apenas, mas como um princípio, a defesa incondicional dos militantes de esquerda e todos os lutadores, bem como dos sindicatos e organizações políticas operárias e populares combativas, sempre que estejam sob ataque do Estado burguês. Dessa forma, vocês, como corrente majoritária da CONLUTAS, estariam se colocando a altura da tarefa de educar no classismo os seus integrantes. Pode-se tomar como exemplo os operários ceramistas de Zanon, que escreveram na bandeira do seu sindicato classista, o SOECN, a consigna militante elementar: "Se Tocam a Um Tocam a Todos".

Por fim, chamamos a atenção no que diz respeito à política dos revolucionários frente ao Estado burguês e suas instituições. Já no I Congresso da CONLUTAS, levei uma resolução da assembléia dos trabalhadores da USP e travei junto a meus companheiros da LER-QI uma luta contra a política do vosso partido de desarmar os trabalhadores ante os aparatos repressivos do estado burguês convencendo-os de que "os policiais são trabalhadores estatais". É por isso que agora volto a chamar a sua atenção quando vocês exítam diante da necessidade de defender militantes de esquerda, incluindo um membro da direção nacional da CONLUTAS, que se encontram sob ataque do Estado patrão.

Espero que vocês revejam a sua política a respeito desta questão de princípios elementar, e se coloquem à frente da campanha.

ATO CONTRA A REPRESSÃO AOS LUTADORES 04/11 às 12hs
EM FRENTE À REITORIA DA USP

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