Palavra Operária

JPO: Como o movimento deve lutar por esses direitos democráticos elementares que estão sendo violados?

Domênico: Qualquer pessoa comum, ao saber que em uma universidade que se diz “de excelência” , que supostamente seria um exemplo de “democracia” e que é um símbolo do Brasil no exterior, são violados os direitos mais elementares de organização sindical previstos na Constituição brasileira e nas normas da OIT, não teria outra reação senão indignar-se. Se partimos da importância de Brandão como diretor do Sintusp e ligamos sua demissão aos processos que pesam sobre os demais diretores do sindicato, ativistas estudantis e contra o Sintusp e o DCE, vemos que a reitoria e o governo têm o claro objetivo de destruir a organização sindical dos trabalhadores da USP e de perseguir politicamente os estudantes e trabalhadores que lutam, como os agentes da Ditadura faziam dentro da universidade durante os “anos de chumbo” .
Temos que difundir as importantes personalidades reconhecidas como defensoras dos direitos democráticos mais elementares que apoiam a campanha, como o ministro dos Direitos Humanos Paulo Vanucchi e os juristas Fábio Konder Comparato e Souto Maior, além de ampliar esta lista tanto em nível nacional como ganhando também apoios internacionais.
Esta campanha deve ser feita alertando os trabalhadores de que não podemos confiar nas instituições dessa democracia dos ricos como a Constituição de 1988 ou o Poder Judiciário, que estão a serviço dos interesses das classes dominantes. Mas ao mesmo tempo explicando que devemos nos apoiar nos direitos dos trabalhadores que foram incorporados à Constituição como subproduto das lutas históricas de nossa classe, dentre os quais se encontra, por exemplo, o direito à liberdade de organização e ação sindical, que a reitoria da USP trata de violar quando demite sumariamente um diretor do Sintusp que tem estabilidade por lei.

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